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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Tua paciência

Vamos iniciar a nossa exposição de hoje com um pequeno trecho do livro “A Vida Escreve” de Chico Xavier e Waldo Viera pelo espírito Hilário Silva:

Diante das águas calmas, Jesus refletia. Afastara-se da multidão, momentos antes. Ouvira remoques e sarcasmos. Vira chagas e aflições. O Mestre pensava...

Tadeu, Tiago, João e Bartolomeu aproximaram-se. Aquele era um momento raro. E ensaiaram perguntas.

- Senhor – disse João -, qual é o mais importante aviso da Lei da Vida aos homens?

E o Divino Amigo passou a responder:

- Amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

- E qual a virtude mais preciosa? – Indagou Tadeu.

- A humildade.

- Qual o talento mais nobre, Senhor? – Falou Tiago.

- O trabalho.

- E a norma de triunfo mais elevada? – Interrogou Bartolomeu.

- A persistência no bem.

- Mestre, e qual é, para nós todos o mais alto dever? – Aventurou Tadeu novamente.

- Amar a todos, a todos servindo sem distinção.

- Oh, isso é quase impossível – gemeu o aprendiz.

- A maldade é atributo de todos – clamou Tiago -; faço o bem quanto posso, mas apenas recolho espinhos de ingratidão.

- Vejo homens bons sofrendo calúnias por toda parte – acentuou outro discípulo.

- Tenho encontrado mãos criminosas toda vez que estendo as mãos para auxiliar – disse outro.

E as mágoas desfilaram diante do Mestre silencioso.

João, contudo, voltou a interrogá-lo:

- Senhor, que é mais difícil? Qual a aquisição mais difícil?

Jesus sorriu e declarou:

- A resposta está aqui mesmo em vossas lamentações. O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar... A aquisição mais difícil para todos nós chama-se paciência.

Vivemos em um mundo de provas e expiações onde estamos todos numa mesma faixa evolutiva, mas em diferentes níveis de evolução. Cada um de nós está em seu próprio nível de evolução, ampliando lentamente seus horizontes de saber e de amor, de progresso intelectual e progresso moral.

É fundamental o contato social para a nossa evolução, para a troca de experiências. Surge-nos então um grande desafio: aprender a lidar com o diferente.

E esse aprendizado começa dentro mesmo da nossa casa, se percebermos entre nossos irmãos, nossos filhos, por mais que tenhamos tido ou dado a mesmo educação para todos, cada um assimila de uma forma, cada um aproveita as lições de uma forma diferente com base em seus conhecimentos adquiridos em vidas anteriores.

A convivência com o diferente nos leva muitas vezes ao conflito por falta de compreensão, por exigirmos do outro algo para o qual ele ainda não está preparado, cada um dá do que possui. Para lidar com isso é importante o respeito e o diálogo seja no lar, no trabalho, com os amigos...

Precisamos entender que o outro teve caminhos, experiências, reencarnações diferentes das nossas. A verdadeira paciência consiste em respeitar e valorizar o outro e não apenas suportá-lo “caridosamente” por acreditá-lo inferior, isso não é paciência é preconceito, orgulho, vaidade.

A caridade que consiste em dar esmola aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há mais penosa e muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para resgatarmos débitos e que nos fazem sofrer e põe em prova a nossa paciência.

No livro Os Prazeres da Alma o espírito Hammed nos diz:

“Precisamos aprender com a natureza a habilidade de equilibrar e realizar tarefas numa silenciosa quietude, pois a impetuosidade e a afobação que muitas vezes demonstramos podem destruir em minutos o que levamos anos para construir.”

A natureza nos fornece ensinamentos de paciência a todo o instante, mostrando que o fruto não surge sem que a árvore esteja devidamente pronta e na época certa de sua estação; que o dia não chega antes que a madrugada se vá; que a noite não surge sem que o sol tenha iluminado o dia, em vão também será todo esforço mal direcionado e todo trabalho que não se apóia na disciplina necessária para sua realização.

Somos seres ainda imperfeitos e quase sempre não temos a paciência necessária para esperar o tempo adequado para a realização das coisas que almejamos e nos atiramos desesperados em busca de uma solução que demanda apenas tempo e trabalho, ficamos ansiosos.

Queremos que as situações que vivemos se modifiquem como nós achamos que elas devam acontecer e não como a Providência Divina que é infinitamente sabia mostra que é o melhor para nós.

A ansiedade é o mal do nosso século, vivemos ansiosos, desesperados, correndo o tempo todo. A ansiedade é inimiga da paciência. Pela ansiedade vivemos o passado (revendo os nossos erros) e o futuro (nossas preocupações) e esquecemos o presente. Que como o próprio nome diz é um presente divino, a nossa oportunidade de evolução é hoje é o presente.

Quando Jesus nos disse: “a cada dia o seu mal” nos recomendou que nos concentrássemos nos problemas reais de cada instante, que não ficássemos imaginando problemas futuros e vivendo ansiedade de situações que ainda não aconteceram e que podem até mesmo não acontecer. O futuro é traçado por Deus.

No livro As Dores da Alma o espírito Hammed nos diz:

“A tua ansiedade não mudará o curso da natureza. Tudo acontece naturalmente, visto que as Leis Naturais ou Divinas não promovem saltos nem extrapolam os ditames estabelecidos por Deus.”

A ansiedade encontra terreno fértil na nossa falta de fé. Quando temos fé, temos a certeza num Deus infinitamente justo e bom, passamos a ver vida como um meio de evolução e as dificuldades como provações necessárias ao nosso crescimento espiritual.

Deus não desampara nenhum de seus filhos. Neste e em outros níveis de evolução no universo, nosso Pai não abandona ninguém, tampouco aqueles mergulhados na carne que procuram colocar na prática os aprendizados e promessas feitas no mundo espiritual. Precisamos portanto confiar e ter a paciência, não a paciência que leva à estagnação mas a paciência que trabalha e serve sem queixas e lamentações, que compreende, que olha para o lado e vê que seus problemas não são os maiores do mundo, que compreende a dificuldade do próximo, mesmo aquele próximo mais próximo que conosco divide o lar e as dificuldades do dia-a-dia. Confiar que se estamos aqui nesse planeta é para o nosso bem, para a nossa evolução e que nunca estamos sós, a bondade divina permite que amigos espirituais velem por nós.

A conquista da paciência é uma conquista íntima, uma mudança íntima, em passamos a viver no mundo, sem sermos do mundo. Começamos a ver que os problemas que nos afligem são pontos bem pequeninos necessários à nossa evolução, ao nosso aprendizado e passamos a ver que existem outros que sofrem tanto ou mais que nós e como será maravilhoso quando pudermos estender nossas mãos a eles e fazer o que nos ensinou Jesus lá no início de nossa exposição explicando a paciência, quando conseguirmos finalmente: - ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar....

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Teu Trabalho

Trabalho é exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa. Ocupação em alguma obra ou ministério.

Na questão 674 do LE Kardec pergunta: “A necessidade do trabalho é uma lei da natureza? O trabalho é uma lei natural, por isso mesmo é uma necessidade e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta suas necessidades e prazeres.

Existem basicamente dois tipos de trabalho: o trabalho material e o trabalho moral.

O trabalho material é aquele que desempenhamos como profissionais e através do qual provemos o nosso sustento e o de nossas famílias. Ele também coopera para o nosso progresso intelectual como indivíduos e como sociedade.

Além disso no local de trabalho temos a oportunidade de conviver com pessoas diferentes de nós, com outra educação, outro entendimento da vida, e muitas delas com visões completamente diferentes das nossas, dos nossos valores e isso é uma ferramenta para o nosso progresso, pois necessitamos dos outros para evoluirmos, estamos sempre em processo de aprendizagem.

Algumas vezes as nossas imperfeições nos fazem cometer algumas escolhas erradas quanto ao nosso trabalho material como quando optamos por profissões visando apenas o retorno material sem considerarmos nossas verdadeiras aptidões. Assim nos tornamos profissionais frustrados quando poderíamos ter optado por aquela profissão que nos traria menor retorno mas nos tornaria mais felizes.

Alguns se dedicam à ociosidade, habituam-se ao descanso excessivo, às atividades fúteis e que não nos acrescentam nada, dedicando na elas horas e horas de seus dias, quando poderiam ocupá-las com atividades edificantes como uma leitura, uma visita a um enfermo, o auxilio aos filhos com o dever de casa, o culto do evangelho no lar e dessa forma exercer o trabalho moral. O descanso é necessário e merecido, mas deve ser dosado.

Outros, ao contrário, passam a viver para o trabalho, dedicando a este quase todas as horas de seu dia esquecendo-se de todo o restante: família, amigos, lazer, os necessitados que precisam de nossa atenção. Chegam um momento em que se tornam pessoas solitárias e sem um sentido na vida, pois a vida era o trabalho.

O trabalho deve ser parte, parte importante da nossa vida, mas não a nossa vida, pois dessa forma deixamos de lado o nosso trabalho moral como pais, filhos, cônjuges, como seres humanos, como espíritos em busca da evolução que é o que realmente somos.

O trabalho moral é o nosso objetivo nessa encarnação, estamos aqui para evoluirmos não apenas intelectualmente, mas principalmente moralmente. Pode ser realizado através da caridade, do auxílio ao próximo necessitado em instituições de auxílio ou até mesmo dentro de nossas casas, exercendo bem nossas funções de pais, filhos, cônjuges. Sendo tolerantes com os parentes difíceis, com os erros alheios, pois nós também erramos, exercendo como já nos foi dito diversas vezes não apenas a caridade material, mas principalmente a caridade moral.

Chegamos à Terra com uma bagagem de conhecimento que é nossa herança espiritual que nós mesmos construímos e da qual somos os herdeiros, se nada de novo fizermos ou aprendermos, voltaremos à espiritualidade sem nada acrescentar.

Cairbar Schutel nos diz o seguinte: “Felizes os que ao saírem desta vida, ao chegarem à Outra, puderem dizer: - trabalhei e lutei, não para encher as arcas de um tesouro aparente, fictício, mas para melhorar o mundo em que vivi, engrandecer as almas que comigo caminharam, aperfeiçoar a minha individualidade a fim de prepará-la para a posse da imortalidade.”

Muitos de nós nos dizemos despreparados para o trabalho no bem e vamos adiando e deixando passar as oportunidades que nos surgem no caminho.

Não precisamos esperar sermos perfeitos para realizar um trabalho no bem, se fosse assim não teríamos ninguém trabalhando em associações de caridade, centros espíritas, hospitais ou qualquer outro trabalho em prol do próximo, pois todos somos ainda imperfeitos. Precisamos ser verdadeiros e determinados na luta contra nossas más tendências.

No livro Nosso Lar pelo espírito André Luiz O Ministro Genésio faz a seguinte colocação: “Quando o servidor está pronto, o serviço aparece.”

Nenhuma oportunidade é dada àquele que ainda não dispõe de instruções armazenadas para desenvolver as tarefas, se a oportunidade surgiu é porque estamos preparados, só precisamos de comprometimento. Pois quando começa,os um trabalho no bem existe toda um equipe no plano espiritual que está contando conosco para a realização daquela tarefa, o trabalho existe em ambos os planos da vida e por isso devemos estar comprometidos com o trabalho a realizar.

Estamos às vésperas de um novo ano, é o momento de renovarmos propostas intimas onde a desculpa para assumirmos tarefas no campo do bem abra espaço para o compromisso com o trabalho para o nosso próprio bem.

Não adiemos indefinidamente o tempo de começar o trabalho. Nossos dias podem terminar, nunca sabemos quando a espiritualidade nos chamará para o outro lado da vida e podemos perder a grande oportunidade que a reencarnação nos ofereceu.

Emmanuel no livro Convivência nos diz: “A vida não nos pede o impossível para que nos integremos nos mecanismos da caridade, extinguindo as provações que atormentam a Terra, mas, para que o mal desapareça, espera de cada um de nós essa ou aquela migalha do bem.”

Não precisamos realizar grandes obras, mas pequenos trabalhos no bem, se não for possível auxiliar aos necessitados, auxiliemos àquele próximos mais próximo que está dividindo conosco o lar através da tolerância, do carinho, do diálogo, da compreensão.

No ESE cap. XXV item 4 os espíritos nos dizem o seguinte: “Caminha e chegarás. Encontrarás pedras sob os teus passos: olha, e tira-as tu mesmo; nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar."

Para encerrarmos gostaríamos de falar sobre uma publicação que certa vez vimos e que era formada por três quadrinhos:

No primeiro havia um jovem sentado junto a uma escrivaninha. Atrás dele, com as mãos em seus ombros, estava Jesus, convidando-o para cuidar, também, da bagagem espiritual, porque a viagem para a outra dimensão da vida, cedo ou tarde, é fatal... Ele respondia a Jesus que estava iniciando sua carreira e não tinha tempo para mais nada, talvez amanhã...

No segundo mostrava um homem de meia-idade. Ele era forte e bem vestido, e sua grande escrivaninha estava repleta de papéis, documentos e relatórios. Novamente, Jesus estava de pé, com as mãos em seus ombros, fazendo o mesmo convite, porém ele respondia: “Não tenho tempo estou ocupado, talvez amanhã...”

O último quadrinho mostrava um idoso de cabelos brancos junto à escrivaninha. Segurando em seus ombros não estava mais Jesus, mas a figura da morte que declarava: “Venho para você!” O homem de negócios com olhos medrosos respondia: “Vá embora morte, não a chamei.” Sem apelos o homem foi conduzido à outra dimensão da vida sem nada levar, pois para essa viagem apenas se leva a bagagem espiritual.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Eu era apenas mais um daqueles que sentem o vazio da existência e buscam saber os porquês da vida. Embora me parecesse algo tão efêmero e desprovido de beleza, eu me perguntava se a vida era simplesmente isso que se vive, neste breve instante na Terra; e o espiritismo me mostrou que não...
Já não mais podia passar pela vida em brancas nuvens como já disse o poeta. A vida escondia um sentido maior, e eu vivia agora não mais do que um átimo dessa longa estrada que se chama eternidade...
Dou palestras porque, quando ouvi os outros, aproveitei as lições para mudar a minha vida. Seria ingrato se não dividisse com mais pessoas as alegrias que tive e não desse a elas a oportunidade que a mim foi dada, quando bati, e a porta se me abriu." Octávio Serrano

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tua Vida

O tema Tua Vida nos convida a uma reflexão sobre o que estamos fazendo de nossas vidas? Como estamos aproveitando a oportunidade desta encarnação para evoluirmos? Estaremos cumprindo com a programação que fizemos no mundo espiritual antes de reencarnarmos?

Vida o espírito tem apenas uma, esteja encarnado ou desencarnado, a vida prossegue infinitamente, ela tem começo mas nunca um fim. Existência, o espírito tem muitas. Cada reencarnação representa uma existência no plano físico.

Na questão 132 do LE Kardec pergunta: “Qual o objetivo da encarnação dos espíritos? A resposta dos espíritos é: Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.”

A finalidade de nossa existência na Terra é para que nosso espírito realize o seu progresso intelectual e moral. É uma oportunidade dada pelo Plano Superior para que possamos solucionar nossas imperfeições através das provas e expiações, às vezes dolorosas, mas extremamente necessárias para chegarmos ao nosso destino que é a felicidade. Esse destino pode ser apressado ou retardado, dependendo de nossa disposição de crescer, amar e servir.

A todo instante a vida nos proporciona sinais sobre o que devemos melhorar em nós. Assim como a natureza nos dá avisos quando uma tempestade se aproxima, Deus nos fornece pistas quando algo não vai bem em nossa existência, quando nos desviamos da nossa programação. O que precisamos é de sensibilidade para perceber essas pistas.

Na questão 919 do LE Kardec pergunta: “Qual o meio mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir ao arrastamento do mal? Um sábio da antiguidade vos disse: conhece-te a ti mesmo.”

Conhecer a nós mesmos significa vasculharmos o nosso íntimo, o que é uma tarefa bem difícil e que exige muita coragem. Coragem de colocarmos uma lupa nas nossas intenções e sentimentos mais escondidos pelo véu do orgulho. Coragem de revelar a nós mesmos o que existe de pior em nós, a nossa faceta mais feia.

No livro Obras Póstumas Kardec nos diz que: “Os males da humanidade provém da imperfeição dos homens; pelos seus vícios é que eles se prejudicam uns aos outros. Enquanto forem viciosos, serão infelizes, porque a luta dos interesses gerará constantes misérias.”

Se nas nossas imperfeições se encontra a causa dos males, a felicidade aumentará na mesma proporção em que as nossas imperfeições diminuírem.

Mas quando tratamos das nossas imperfeições temos o hábito de querer achar um culpado, que nunca somos nós, transferindo nossas culpas, quando a culpa é sempre de cada um no uso do seu livre-arbítrio. Se há obsessores nos influenciando é porque os prejudicamos, em outros tempos, e, hoje, cobra o que julgam ser seu direito. Se passamos por situação difícil é porque nossas atitudes imprudentes desta ou de outras existências nos levaram à situação atual. Somos sempre herdeiros de nós mesmos.

Todos os recursos que necessitamos para enfrentar os desafios da existência encontram-se dentro de nós, a responsabilidade de encontrá-los é só nossa. O caminho da perfeição está dentro de nós, as leis divinas estão impressas na nossa consciência. Precisamos nos conhecermos para fazer uso desse potencial.

Somos livres para escolhermos nossos destinos. Fomos criados simples e ignorantes das leis que regem os mundos, mas cresce a nossa responsabilidade de escolha na medida que adquirimos o conhecimento e sabemos distinguir o certo do errado.

A reforma íntima é a chave do nosso sucesso reencarnatório, é através dela que encontramos a felicidade.

Está no ESE cap XVII item 4 “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações.”

Jesus nos convida a tomarmos nossa cruz e segui-lo. Isso significa combatermos o egoísmo e o orgulho em nossos corações. Não nos revoltarmos com nossa programação reencarnatória, cujas provas são necessárias ao nosso progresso espiritual e à reparação dos débitos anteriores. Lidarmos sem raiva e impaciência com o parente difícil. Não desejar o mal. Entender que todo efeito tem uma causa. E que Deus nunca dá um fardo maior do que o que os nossos ombros possam carregar.

Benfeitores espirituais nos inspiram constantemente, passando-nos bons pensamentos para optarmos pelo caminho do bem. Ninguém se encontra esquecido ou abandonado. Todos estamos ligados a uma cidade espiritual de luz, que acompanha a nossa programação da presente vida física, buscando nos guiar. A expectativa é de que cumpramos a programação para a nossa felicidade relativa aqui e para voltarmos ao outro plano um pouco melhor do que quando viemos.

Somente somos felizes quando agimos de acordo com a lei divina. Se a infringirmos, sofremos as conseqüências de nossos atos.

Seríamos mais felizes se não nos desgastássemos na conquista de coisas menos importantes, muitas vezes deixando de lado nossa família, sentimentos, valores em busca de sonhos, e não nos damos conta que, na maioria das vezes, não são sonhos, são pesadelos.

Todos nós experimentamos em diversas fases de nossas vidas, momentos quando nossos sonhos de consumo se realizam, ou quando conquistamos posições financeiras , e após o entusiasmo e o prazer da conquista, voltamos ao mesmo estágio anterior de felicidade assinalado em nossas mentes. Se já éramos felizes, esses objetivos ou aquisições pouco acrescentam ao nosso mundo íntimo e se éramos infelizes retornamos ao estado de insatisfação anterior.

Não estamos preparados para sermos felizes pelo simples motivo de procurarmos a felicidade onde ela não está. Procuramos do lado de fora, quando ela mora dentro de cada um de nós.

Para encerrarmos vamos deixar para que possamos refletir uma mensagem de autor desconhecido e que se intitula: Olhe.

Olhe para trás!
Veja os obstáculos que já superou. Veja o quanto já aprendeu nesta vida e quanto já cresceu.
Olhe para frente!
Não fique parado, levante-se quando tropeçar e cair. Estabeleça metas, tenha planos e prossiga com firmeza.
Olhe para dentro!
Conheça seu coração. Mantenha puros os seus sentimentos. Não deixe que o orgulho e a vaidade dominem seus pensamentos.
Olhe para o lado!
Socorra quem precisa. Ame o próximo e seja sensível para perceber as necessidades daqueles que o cercam.
Olhe para baixo!
Não pise em ninguém... Perceba o valor das pequenas coisas.
Olhe para cima!
Há um Deus maior do que qualquer dificuldade. Ele te ama e sempre faz o que é melhor para o teu aperfeiçoamento.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Teus Alimentos

Em cada uma de nossas reencarnações recebemos um corpo material que será a casa do nosso espírito durante um certo tempo para que possamos passar por experiências que auxiliarão na nossa evolução.


Precisamos, por isso, cuidar dessa nossa casa para que possamos aproveitar com saúde essas experiências que a vida física nos proporciona.

No LE questão 718 Kardec pergunta aos espíritos: “A lei de conservação obriga o homem a prover as necessidades do corpo? Sim, sem força e saúde o trabalho é impossível.”

É permitido ao homem alimentar-se de tudo o que não lhe prejudique a saúde. Mas nós abusamos, exageramos à mesa com alimentos gordurosos ou nos infligimos regimes alimentares muito rigorosos e prejudicamos a nossa saúde.

Na questão 716 do LE Kardec pergunta: “A natureza não traçou o limite de nossas necessidades em nossa estrutura orgânica? Sim, mas o homem é insaciável. A natureza traçou o limite às suas necessidades no seu próprio organismo, mas os vícios lhe alteraram a constituição e criaram necessidades que não são reais.”

E na questão 715 “Como o homem pode conhecer o limite do necessário? Aquele que é sensato conhece pela intuição, muitos o conhecem pela experiência e à própria custa.”

A própria doutrina nos mostra que a falta de sensatez à mesa, o exagero ou o excesso de controle pode levar o homem a adoecer e dessa forma aprender através da dor nossa tão conhecida mestra na Terra.

Sobre isso nos diz Emannuel no livro Fonte Viva psicografia de Chico Xavier que o corpo físico nem sempre é tratado como um templo sagrado. Maltrata-se a delicada máquina orgânica. Os exageros à mesa ou a alimentação inadequada geram o excesso ou o baixo peso corporal que vão produzindo danos nos órgãos internos como coração, artérias, estomago que podem até levar ao desencarne prematuro.”

Mas Ayrtes não nos fala apenas dos alimentos físicos necessários ao nosso corpo físico, ele nos fala fala também de um outro tipo de alimento do qual nos esquecemos de nos nutrir e que é de extrema importância tanto para o nosso corpo físico, como para o nosso espírito. Esse alimento chama-se alegria.

Quando passamos por um momento de grande alegria parece que recarregamos nossas baterias e isso reflete no nosso corpo físico, nossos olhos têm outro brilho, o sorriso nos ilumina o rosto, até a nossa postura se modifica, é o espírito nutrindo-se e refletindo no corpo físico.

Muitos estudos científicos relacionam o aparecimento de doenças graves como o câncer com estados de depressão, stress e baixa auto-estima, ou seja com a falta de alegria.

Também existem trabalhos que procuram auxiliar tratamentos médicos através da alegria. Um exemplo são os doutores da alegria que são atores profissionais que visitam crianças e jovens hospitalizados e fazem brincadeiras relacionadas aos procedimentos médicos, os resultados são impressionantes e no mínimo aumentam a cooperação dos pacientes com o tratamento e principalmente a esperança.

O riso e o bom humor estão relacionados com o reforço do nosso sistema imunológico que protege o nosso organismo contra as doenças.

Quando exercitamos a alegria verificamos que as dificuldades na nossa vida têm como função despertar a criatividade, a reflexão, os recomeços.

Quando nos habituamos a nos lamentar das mínimas dificuldades, essa atitude passa a ser um padrão em nossas vidas e passamos ao mau humor, à raiva, estouramos por qualquer motivo e afastamos as pessoas.

Precisamos entender que a alegria é uma conquista de cada um e não reside nas coisas materiais.

Quando nos alimentamos de alegria, valorizamos as pessoas à nossa volta, e cada momento como um evento especial, nos enchemos de otimismo e esse sentimento se expande a tinge aos que estão ao nosso redor.

A alegria é contagiante, quando aqueles que estão a nossa volta estão alegres nós somos contagiados, sentimos crescer a esperança de que melhores momentos também chegarão nas nossas estradas.

Existem várias maneiras de proporcionarmos alegria e para isso não existem receitas. Se nos apoiarmos na doutrina espírita ela nos oferece um caminho através da caridade que proporciona alegria tanto a quem recebe quanto a quem oferta.

Nos relacionamentos em família, no trabalho: um sorriso, uma palavra de incentivo, sermos mais afáveis, comunicativos, atenciosos com os que nos cercam.

Observar as belezas naturais ao nosso redor, o calor e a luz do sol a aquecer e clarear nossos caminhos, a natureza a nos ofertar plantas, frutas, flores, pássaros, a nossa praia, a primavera que em breve chegará com toda a sua beleza, o dia que nasce após cada noite escura é Deus a nos dizer que está ao nosso lado, guiando nossos passos, nos erguendo quando caímos, segurando nossas mãos, e que nunca estamos sós, que somos protegidos por amigos espirituais que auxiliam na nossa evolução e isso tudo é mais do que motivo para que sejamos infinitamente alegres.

Para finalizarmos uma mensagem de Meimei psicografada por Chico Xavier:



Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo.


Em toda parte, desabrochando flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com musica de ninar.


A água da fonte é carinho liquefeito no coração da Terra e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.


Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.


Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.


Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.


A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente em festa de amor e luz.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tua Família



No dicionário Aurélio família é definida como: todas as pessoas do mesmo sangue, como filhos, irmãos, sobrinhos etc. / Grupo de seres ou coisas que apresentam características comuns: família espiritual.
A família para a doutrina espírita é um laboratório onde os espíritos que têm algo a justar entre si tem um longo período de convivência que os possibilite isto. Nelas renascerão espíritos que são desafetos de outras existências. Assim como renascerão espíritos amigos para auxiliar as reconciliações.
Joanna de Angelis nos diz que “A família é, antes de tudo, um laboratório de experiências reparadoras, na qual a felicidade e a dor se alternam, programando a paz futura.”
As obras da codificação falam sobre a família em diversos trechos, entre eles, citamos:
ESE cap. XIV itens 8 e 9;
ESE cap. IV itens 18 e 19;
LE questões 773 a 775.
As famílias são de dois tipos: corporais e espirituais. As famílias corporais formam-se pela necessidade que temos de encarnar, são os laços consangüíneos e esta pode e deve transformar-se em família espiritual.
As famílias espirituais estão ligadas pelas afinidades, simpatias entre os espíritos que nem sempre ocorrem na família corporal. Quando encarnados os de nossa família espiritual podem nos acompanhar na encarnação e os reconhecemos pela imensa alegria que sentimos em sua presença, pela afinidade que nos liga mesmo quando não existem laços consangüíneos. Ou podem nos acompanhar no mundo espiritual velando por nós.
Com relação à nossa família corporal na qual convivemos tanto com afetos quanto desafetos anteriores devemos considerar que muitas vezes a convivência diária, a rotina, o dia-a-dia acaba por diminuir distancias que o respeito impõe. Ou seja, no lar mostramos o que há de melhor e pior em nós e muitas vezes com a desculpa do cansaço, do stress, do excesso de trabalho nos julgamos no direito de agredir, maltratar, humilhar.
Ao invés de pensarmos no que devemos oferecer aos familiares, pensamos no que eles nos devem dar. Lembramos sempre seus deveres em relação a eles e em função disso nos irritamos quando não correspondem às nossas expectativas.
Sobre isso nos diz André Luiz:
“A paisagem social da Terra se transformaria imediatamente para melhor se todos nós, quando na condição de espíritos encarnados, nos tratássemos, dentro de casa, pelo menos com a cortesia que dispensamos aos amigos”.
Esta em voga neste momento, a discussão sobre a lei da palmada que proíbe os pais de baterem em seus filhos. Façamos uma reflexão: muitos de nós acreditamos que palmada educa, que se apenas dialogarmos nossos filhos perderão o respeito. Isto porque confundimos respeito com medo. Quando usamos qualquer forma de agressão com nossos filhos isso inclui palmadas, gritos, agressão verbal eles terão medo e não respeito.
Respeito não se impõe, se conquista e se conquista através do diálogo e principalmente do exemplo. É pelo exemplo que ensinamos o certo e o errado. A agressão, a violência só gera e ensina violência. A criança se submeterá enquanto for mais fraca, quando adolescente verificar que sua força física é equivalente a dos pais irá revidar, irá agredir, pois foi agressão que aprendeu.
Quando agredimos os hematomas externos podem durar um ou alguns dias, mas os internos (os da alma) podem durar a vida toda.

No nosso lar e na vida em geral quando estivermos a ponto de explodir, respiremos. O ar invadindo os pulmões nos dá serenidade.
E pensemos: ‘Se o outro deixasse de existir, como seria a nossa vida?’ Se a resposta for um pouco mais vazia é a certeza de que podemos agir de forma diferente. Tolerar mais, ouvir mais, perdoar mais. E porque não é um inimigo que está a nossa frente. É um espírito em busca da perfeição tanto quanto nós. Precisamos uns dos outros para evoluirmos, precisamos nos apoiar mutuamente.
Evitemos estabelecer com os familiares elos de ódio, porque a vida nos unirá novamente para que refaçamos esses laços transformando-os em afeto.
Para uma melhor convivência no lar precisamos começar mudando a nós mesmos combatendo o orgulho e o egoísmo para ter humildade de compreender que muitas vezes também somos motivo, que nem sempre são os outros os culpados pelos desentendimentos.
Utilizando o dialogo diário para compreender as dificuldades dos outros e buscar soluções.
Cultivando a simpatia, sermos menos carrancudos para que os outros tenham coragem e liberdade para dialogar conosco.
Esquecendo maus sentimentos como mágoas e rancores de nossos familiares que erraram conosco, porque nós também erramos e muito.
Respeitando o espaço dos outros, nós não somos donos da verdade e nem de ninguém.
Aceitando as diferenças, ninguém é igual, aceitando defeitos e estimulando qualidades.
Diálogo e perdão são virtudes que ajudam a resolver conflitos para um dia-a-dia familiar mais feliz.
Costumamos não dizer que amamos as pessoas que convivem conosco porque creditamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos. Mesmo que saiba é bom e faz bem à alma recordar nosso amor ao próximo. Quando sentirmos vontade de externar esse sentimento pela palavra ou por um gesto de carinho, um abraço ou um beijo não reprimamos.
É também essencial o exercício da fé. Compartilharmos com nossa família a nossa fé. Como espíritas devemos realizar, pelo menos uma vez por semana, o Evangelho no Lar com todos aqueles que compartilham o nosso lar. Através das leituras e preces irradiamos vibrações positivas.
André Luiz nos diz em Os Mensageiros que “Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do evangelho no lar não é tão só um curso de iluminação interior, mas também um processo avançado de defesa exterior pelas claridades espirituais que acende em torno”.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Convite à Sementeira


“Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos para trás
Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
Vivemos esperando
Dias melhores pra sempre”

Estamos sempre esperando, ansiando, pedindo a Deus por dias melhores, dias em que nós seremos melhores, é a nossa sede de evolução. Evolução para a qual todos estamos destinados.
A questão é: como estamos esperando por estes dias melhores? Podemos esperar de braços cruzados, esperando que caiam do céu. E podemos esperar arregaçando as mangas e trabalhando, buscando, plantando, semeando.
Este é o convite que Joanna nos faz na noite de hoje, o convite è sementeira, à semeadura. Todos nós semeamos o nosso futuro a todo momento.
Está no evangelho “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Na existência atual estamos colhendo o que ontem semeamos e estamos semeando os frutos que colheremos amanhã.
Devemos estar, por isso, atentos em todos os setores da nossa vida.
Já paramos pra pensar o que estamos semeando no nosso lar? Amor, carinho e afeição ou estamos plantando a mágoa, o ressentimento e a indiferença no coração dos nossos afetos. Muitos de nós reclamamos da indiferença, da ingratidão dos filhos, dos cônjuges, dos amigos. Mas já paramos pra pensar o que semeamos que gerou esta colheita. Se estamos colhendo dor e sofrimento é porque um dia em algum momento de nossa trajetória foi a dor e o sofrimento o que semeamos nos corações que hoje nos chegam ao lar. Procuremos usar de paciência e amor para revertermos essa colheita, em lugar da queixa e da lamentação usemos de paciência e amor para que colhamos amor e paciência um dia.
Como nos disse Francisco de Assis: “Não adianta esbravejarmos contra as trevas, basta acender a luz!”. Nada de lamentações , mas trabalho nas dificuldades.
Com os nossos amigos e colegas, aqueles que não nos são tão chegados, mas que por algum motivo fazem parte da nossa jornada, como estamos agindo? O que estamos semeando nesses espíritos? Na maioria das vezes estamos tão atarefados que não temos tempo nem para um “Bom dia! Como vai?”. Ou dizemos isso apenas por obrigação e por hábito sem a menor vontade de ouvir uma resposta. Estas pessoas não estão em nossas vidas por obra do acaso, estamos todos ligados por laços de afeto do passado que viemos reforçar ou por laços de desafeto que viemos transformar.
E para a nossa sociedade, a humanidade, o que estamos semeando? A paz, a alegria, o bem ao próximo ou a discórdia, a indiferença, o egoísmo.
Como estamos passando por esta existência? O que estamos deixando para aqueles que virão após nós? O que estamos construindo? Estamos fazendo a nossa parte auxiliando aos mais necessitados?
Podemos fazer a nossa parte da forma mais simples possível, semeando a alegria, o amor a caridade não apenas material, mas moral. A caridade de agradecer a um atendente, ceder o lugar a um idoso, um pedido de desculpas quando apressados esbarramos em alguém, perguntar “Bom dia! Como vai?” e parar para escutar como o outro está Muitas vezes tudo o que o outro precisa é ser ouvido, é uma palavra amiga, um incentivo. Vemos tantas pessoas hoje em dia depressivas, solitárias, cada vez é maior o índice de suicídios ocasionados pela depressão, pela solidão. As pessoas estão tão voltadas para si, para o seu trabalho, e não tem tempo para pequenos gestos que podem ser praticados no nosso dia a dia e que podem auxiliar o nosso próximo. Podemos com pequenos gestos e palavras semear a esperança, a paz e o afeto no espírito do próximo. Sejamos aqueles que semeiam tranqüilidade em meio a confusão, serenidade em meio a discórdia.
Gentileza gera gentileza, paz gera paz.
Mas se pudermos e quisermos fazer um pouquinho mais, podemos procurar entidades que necessitam de mãos e braços que auxiliem, se podemos dedicar algumas horas do nosso atribulado dia arregacemos as mangas seja num hospital, num orfanato, num asilo, no centro espírita, nos ofereçamos ao trabalho. Porque trabalho a ser feito existe e muito, basta boa vontade, amor e comprometimento.
Jesus nos disse: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Aceitemos o jugo do Mestre, sigamos seus passos mesmo que de forma ainda bem limitada, com pequenos passos.
Troquemos o sofrimento pelo aprimoramento pessoal. Aproveitemos a oportunidade desta encarnação para sermos melhores a cada momento. Aproveitemos as ferramentas que Deus nos coloca nas mãos para sermos felizes e evoluir. O trabalho no bem nos liga com a espiritualidade superior que gratos pela nossa ajuda nos estenderão mãos amigas nas horas em que formos os necessitados.
Emmanuel ensinou: “O bem que fazes é teu advogado em todo lugar”.
Para encerrarmos o nosso trabalho de hoje trouxemos um historinha que diz o seguinte:
Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus das 6h15 e viajava cinqüenta minutos até o trabalho... No ponto seguinte ao que o homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela. Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus. Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso.
No dia seguinte, a mesma coisa. Então o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:
- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela?
- Bom dia - respondeu a velhinha com um sorriso - Jogo sementes...
- Sementes?... Sementes de quê?
- De flores. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia. E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom.
- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos. A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?
- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...
- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.
Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho". O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca". O tempo passou.
Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto: olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias. A paisagem estava colorida, perfumada, linda. O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e, nada! Acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.
- A velhinha das sementes? Pois é, ela morreu no mês passado. O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela, e sentiu uma lágrima correr pelo rosto, e um sorriso desabrochar em sua face...
"Quem diria, as flores brotaram mesmo. Mas, pensando bem, de que adiantou o trabalho da velhinha? A coitada morreu, e não pode ver esta beleza toda que ela fora responsável".
Nesse instante, o homem escutou atrás de si, uma gostosa risada de criança. Uma garotinha apontava pela janela entusiasmada.
- Olha mamãe, que lindo, quantas flores pela estrada! Como se chamam aquelas azuis? e as branquinhas?
Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, ela devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas. No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e, com um sorriso nos lábios, tirou um pacotinho do bolso, e começou a lançar semente pela janela.

Fica para todos nós a reflexão: o que estamos semeando? Quais as sementes que estamos deixando pelo caminho: flores ou espinhos? Como estamos preparando a estrada pela qual voltaremos a viajar no futuro? Estamos semeando ou apenas esperando dias melhores?

Convite à Saúde


O que é saúde?
Saúde é o estado do que é são, normal, equilibrado. Ausência de doenças.

E o que é doença?
A doença é um reflexo do comportamento desregrado da pessoa que desequilibra o corpo físico.

Nossas doenças são criadas por nós mesmos com os nossos vícios morais e materiais.
Quais as origens das doenças?
As doenças podem ter origem em nossos erros passados e nesse caso é o espírito que está doente e que encontra no corpo físico a oportunidade de drenagem dos males que o contaminam. Esses males podem ser diversos: egoísmo, orgulho, raiva, ódio, mágoa. Representam então o cumprimento de nossas promessas de que estaríamos prontos para o ressarcimento dos nossos débitos passados. São necessidades que o espírito traz em sua bagagem.
Mas nem todas as doenças têm origem no nosso passado culposo, muitas são conseqüência de nosso descaso com o corpo físico de nossos males: o egoísmo, o orgulho, a raiva, o ódio, a mágoa e dos nossos vícios atuais: o cigarro, o álcool, o alimento em excesso, a falta de exercício físico.
Mas toda doença é, com certeza, um motivador para a reflexão. É uma crise que deve gerar mudanças de energias, de pensamentos, de comportamentos.

Falamos no nosso corpo físico, mas é preciso esclarecermos o que é o nosso corpo físico?
Richard Simonnetti nos diz que o corpo físico é uma máquina que pilotamos para o trânsito pela Terra. É patrimônio divino emprestado ao espírito para que, através dele, possa se manifestar na Terra. E por ser emprestado precisamos tomar muito cuidado com ele.

Na questão 718 do LE Kardec pergunta: “A lei de conservação obriga a prover as necessidades do corpo? Sim, porque sem a força e a saúde, o trabalho seria impossível. Vivendo, pois uma vida material é necessário cuidar dela, seja no âmbito do próprio corpo, seja na vida de relação que estabelece com os demais seres.”
Na questão 719 LE pergunta: “É repreensível ao homem procurar o bem-estar? O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o abuso, porque o abuso é contrário à conservação. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é adquirida às custas de ninguém, e se não deve enfraquecer nem as forças morais, nem as forças físicas.
Sobre isso Emmanuel no livro Ceifa de Luz psicografia de Chico Xavier nos aconselha: “Preserva o teu corpo à feição do trabalhador responsável e consciente que protege o instrumento de serviço que a vida lhe confiou .”

Cuidar do corpo significa nutri-lo, proporcionar-lhe bem-estar através da higiene, exercícios físicos e alimentação adequada, evitando os vícios.
Mas as necessidades do espírito também precisam ser atendidas, pois elas se complementam às do corpo. Buscar o equilíbrio é nossa tarefa e para isso precisamos atentar ás nossas atitudes mentais.

Para ilustrar as nossas prováveis atitudes mentais trouxemos dois personagens que muitos de nós conhecemos: o Bizonho e o Tigrão.
O Bizonho está sempre desanimado, cabisbaixo, triste, achando que nada vai dar certo. Quando o Bizonho fica doente é um terror, ele sempre exagera os sintomas para comover aqueles que estão perto dele, mas o que o Bizonho não sabe é que agindo assim causa sérios problemas às suas células, pois a nossa mente, os nossos pensamentos plasmam aquilo que desejamos, então se exageramos um sintoma o pensamento, o cérebro vai enviar uma mensagem para o corpo dizendo que ele está mal, que o sintoma está piorando e acaba diminuindo o efeito dos medicamentos e retardando a cura.
O Bizonho não sabe que somos envolvidos pelas energias que emitimos e que elas voltam para nós com a mesma intensidade com que as lançamos. O mal que sai de nós é nosso nada mais lógico que volte para nós. Além disso quando emitimos energias negativas tristes atraímos aqueles nossos irmãozinhos desencarnados e encarnados que também estão negativos e tristes aumentando ainda mais o nosso estado de angústia.
O Bizonho afasta as pessoas de perto dele porque ninguém gosta de conviver com pessoas tristes e carrancudas.
O nosso outro personagem é o Tigrão. O Tigrão está sempre alegre, sorrindo, sempre simpático, mostrando-se feliz e contagiando os que o cercam. Todos gostam de estar perto do Tigrão.
O Tigrão sabe que quem cultiva a alegria é mais saudável, desfruta de bem-estar, vive em paz e confiante.
O Tigrão sabe que tudo o que nos acontece é para o nosso bem e que Deus nos faz passar por um mal menor evitando que enfrentemos um mal maior e por isso quando fica doente não se queixa, ele vai ao médico e faz direitinho o tratamento. O Tigrão sabe que ser alegre não significa ser irresponsável, ele sabe de suas responsabilidades e cuida delas com seriedade, mas também com alegria pois confia que tudo vai dar certo.
O Tigrão cultiva a oração, porque sabe que precisa conversar com Deus e toda segunda-feira as 20 horas quando está todo mundo em casa reunido o Tigrão faz o evangelho no lar, porque assim ele vai estar sempre sob a proteção da espiritualidade maior.
E nós como estamos cuidando da nossa saúde? Que tal olharmos para dentro de nós mesmos e tentarmos corrigir nossos vícios morais e materiais que atrapalham a nossa saúde?
O convite à saúde também é um convite à reflexão: Que atitudes apresentamos e que atitudes queremos apresentar? Queremos ser como o Bizonho ou como o Tigrão?
Evoluir e aprender todos nós vamos, mas a forma como isso vai acontecer nós podemos escolher: Pelo amor ou pela dor?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os sutis avisos divinos



Transcrevo reportagem da RIE novembro/2007 de Anselmo Ferreira Vasconcelos


A vida sempre nos proporciona sinais (situações) - assunto cujo qual desejamos refletir um pouco nesse esnsaio - sobre coisas que devemos fazer ou melhorar em nós próprios. Sejam nos relacionamentos que travamos; sejam nos desvios de conduta que ainda fazem parte da nossa personalidade; sejam nas reações intempestivas ou nos destemperos verbais que apresentamos ao lidarmos com o cotidiano; seja na nossa falta de religiosidade, que geralmente nos prende às ilusões da vida material; seja, enfim, na nossa fé claudicante, pois nem sempre o apego a uma religião nos dá a verdadeira compreensão, o fato é que precisamos sempre progredir.


De um modo geral, viver é participar de um amplo processo - dadas as forças que são mobilizadas para tal fim - que visa, essencialmente, o nosso crescimento interior. Aliás, a falta de um entendimento sobre a vida além túmulo não nos deixa perceber o esforço empreendido pelos que nos querem bem "do outro lado" para que reencarnemos e tenhamos uma jornada votoriosa.


Se a próproa natureza nos dá avisos quando a tempestade se avizinha, quando a estiagem está preste a se instalar, ou quando a floresta pede clemência à ganãncia humana, por que Deus, então, não nos avisaria quanto aos rumos mais adequados a ser tomados na existência? Portanto, é natural que o Criador nos forneça sempre que necessário, pistas, situações, intuições e inspirações, entre outras coisas, para que o nosso desempenho na encarnação em decurso seja otimizado.


De nossa parte, há que se ter sensibilidade e consciência para não deixarmos de percebê-las. Afinal, ao assistirmos um programa de TV, ou um filme, não devemos prestar atenção para entendermos a trama ou enredo que se desenrola? O mesmo esforço nos compete fazer para lidarmos com a complexidade de viver.


Irmão José nos dá algumas recomendações providenciais que merecem a nossa reflexão. O sábio mentor nos incita ao dever de considerarmoscada pedra do caminho como um degrau para a nossa ascensão. Pois, das duas uma: ou nos levantamos das quedas e extrímos a lição que nos competeaprender ou afundamos de vez. Por exemplo, tem gente que ao se separar de um casamento ou ao enfrentar uma adversidade segue a vida, enquanto outras mergulham no vício, na autopiedade, na depressão e, nos casos mais extremos , no suicídio. Se estivermos "apanhando da vida", não nos revoltemos... As cicatrizes da alma são luzes reluzentes perante a espiritualidade.


Orienta-nos também o referido amigo da espiritualidade a considerarmos cada obstáculo com o qual nos defrontamos como um sinal de advertência do mais alto. Por exemplo, a má vontade ou inveja que, não raro, deparamos cada obstáculo com o qual nos defrontamos como um sinal de advertânciado mais alto. Por exemplo, a má vontade ou inveja que, não raro, deparamos em nossa volta, nos enseja - sempre - a oportunidade de exercitarmos a paciência e a compaixão. A maldade de outros para conosco que nos dá a chance de revidarmos com o bem e a misericódia. Temos, aliás, um exemplo extraordinário de como isso se processa na história do cristianismo envolvendo Paulo - ainda não convertido - quando se dirigia à Damasco em perseguição de Ananias. Como se sabe, praticamente às portas da famosa cidade, Paulo fica temporariamente cego diante da visão esplendorosa do próprio mestre concitando-o à renovação interior. Ananias, por sua vez, na condição de perseguido, recupera, em nome de Jesus, a visão do ilustre membro do sinédrio.

O próprio Paulo enfrentou, vezes sem conta, o obstáculo da indiferença em suas pregações. Nos tempos atuais é comum o indivíduo se deparar com a falta de compaixão ou o preconceito de chefes ou de colegas de trabalho. Um caso que certamente merece a nossa reflexão, dada a sua amplitude , foi retratado pela revista Greater Good. Ou seja, um analista financeiro ao ser contratado para trabalhar num grande banco localizado na baía de São Francisco, surpreendeu-se com a falta de camaradagem assim que começou as suas atividades. A sua forma extrovertida de ser conflitava com o ambiente no qual estava.

Logo depois à sua admissão, um colega seu subitamente desencarnou num feriado. Para a sua surpresa, nenhuma explicação foi dada pelo supervisor ou qualquer outro companheiro para o fato daquele funcionário não mais estar lá. Finalmente, ele só veio a compreender o que havia acontecido quando, precisando de mais espaço para uma nova contratação, sugeriram-lhe que utilizasse aquele lugar que o referido funcionário desencarnado ocupava. Obviamente, tal episódio - levando-se em conta a cultura da organização - fê-lo questionar o coração (valores) da empresa. Claro que se trata de um caso extremo de frieza, mas coisas parecidas ocorrem aos borbotões na vida corporativa hodierna, isto é, obstáculos - absolutamente inesperados, às vezes - que temos de superar.

Irmão josé nos alerta que "De cada reincidência no mal um alerta para que te mantenhas mais vigilante." Aqui não se trata apenas de cometer um ato de natureza maligna, mas também de pensar o mal. Afinal, quantos mísseis impregnados de energias mentais altamente deletériasnão enviamos aos nossos desafetos? Podemos não chegar à vias de fato, mas, em contrapartida, o mal que lhes desejamos tem efeito similar. Segue daí, portanto, a sábia recomendaçãocristã de orarmos e vigiarmos sempre. Nós nunca sabemos quando seremos submetidos aos testes que exigirão extrema coerência de nossa parte. Ao nos sairmos mal, dependendo do momento em que a falha se der, podemos arruinar todo o esforço de uma encarnação.

O ínclito mentor nos concita a evitarmos os deslizes, pois, em todas as ocasiões nas quais eles se repetem, devemos nos lembrar da nossa enorme fragilidade. Tais experiências deveriam sempre nos levar a meditar sobre o imperativo da autocrítica permanente. Ou seja, de arrefecermos a nossa tendênciaatávica de axeltarmos nossas supostas vitórias e qualidades e de diminuirmos nossos erros e desacertos. Da obrigação de calarmos a bocaquando não nos achamos em condições de falar o bem.

Segundo o irmão José, as lágrimas nos ajudam a enxergar melhoro caminho. Aliás, as lágrimas têm efeito benéfico de nos ajudar a purificarmos a nossa alma. Trta-se de um processo catártico de alto significado espiritual.

Na sensata opinião do citado mentor, temos, nos sofrimentos que padecemos, incentivos concretos para que nos fortaleçamos na fé. Pos mais difícil que seja, compreendamos que "... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...", conforme asseverou o apóstolo Paulo. Vejamos nos sofrimentos, já que se trata de algo inevitável, uma portunidade de quitação de nossas dívidas para com o mais alto. Ou como um teste no qualse medirá a robustez da nossa confiança em Deus. Ou como afirmou ainda Jesus "O sofrimento é benção que o PAI oferece aos seus eleitos, a fim de que não se percam..."

Pondera o instrutor do plano maior que nas mágoas recebidas podemos exercitar o esquecimento de nós mesmos. Afinal, ao nos esquecermos dos que nos prejudicam ou ferem, estamos colocando o nosso eu em segundo plano. Ao assim fazê-lo estamos bloqueando a causa de muitos males da Terra. Ademais, lembremos o adágio popular que diz "Quem com ferro fere, com ferro será ferido."

Observa ele ainda que as críticas são incentivos ao nosso auto-aperfeiçoamento. Infelizmente, lidamos muito mal com a crítica. Quase nunca temos a paciência e a humildade de pelo menos ouvir o que os outros têm a nos dizer, muito menos de fazermos um auto-exame. Levamos tudo para o lado pessoal. Estragamos relacionamentos. Fechamos portas.

Considera também o mentor que "De cada sentimento de culpa a valorização da virtude." O sentimento de culpa pu remorso é a consciência a nos cobrar. Ao nos cobrarmos estamos nos punindo por erros cometidos. Portanto, acatemos a recomendação divina: "Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso PAI que está nos céus". Ou como salientou o espírito de Françóis-Nicolas-Madeleine "Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto são qualidades do homem virtuoso".

Graças a Deus não estamos na vida abandonados à própria sorte. Portanto, abramos os nossos canais de recepção com a espiritualidade para não lamentarmos amanhã, injustamente, que não fomos avisados.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Há um Gandhi dentro de nós



Transcrevo reportagem da RIE de novembro de 2007 de autoria de Adilton Pugliese:


Ela nascera em 1926 e havia terminado a escola secundária na primavera de 1942, O seu sonho era obter treinamento como técnica de laboratório e, em seguida, ingressar na faculdade de medicina. Nascera e morara em Zurique, na Suiça. Seu pai, contudo, desejava que ela fosse secretaria-guarda livros. Mas outro seria o destino da Dra. Elisabeth Kübler-Ross, a famosa autora de On Death and Dying (Sobre a morte e o morrer) best-seller publicado em 1970, e de outras obras a exemplo de Morte - Estágio final da evolução, O Túnel e a Luz e Viver até dizer adeus.

Em seu livro autobiográfico, A roda da vida, a Dra. Elisabeth narra emocionante experiência quando logo após o término da Segunda Guerra Mundial na Europa, em 07 de maio de 1945 se ditigiu a Varsóvia, na Polônia . Antes de sair de Estocolmo, trabalhou cortando feno e tirando leite das vacas de um fazendeiro, a fim de obter o dinheiro para a viagem.

Na estadia na Polônia visita o campo de concentração de Maidanek, "uma das tristemente famosas usinas de morte de Adolf Hitler. Ali, onde mais de trezentas mil pessoas haviam morrido, uma sua amiga polonesatambém perdera o marido e doze dos seus treze filhos". Tudo era vestígio de um sinistro passado.

Visitando os alojamentos, meditava "como a vida podia ser tão cruel?". Ela "queria compreender como seres humanos podem agir de forma tão criminos com relação a outros seres humanos , em especial crianças inocentes".

De repente, os seus pensamentos foram interrompidos por uma voz calma e segura de uma jovem chamada Golda:

- "Você também seria capaz de fazer isso, se tivesse sido criada na Alemanha nazista". Elisabeth reage, indignada, declarando que era uma pacifista e que tinha sido criada por uma boa família num país pacífico.

Golda, contudo, justifica a sua opinião. Nascida na Alemanha, aos doze anos a Gestapo levara o seu pai e ela nunca mais o viu. Depois toda a família foi deportada para Maidanek e forçada a entrar numa câmara de gás. Ela, Golda, tinha sido a última pessoa que os nazistas empurravam para fechar a porta do crematório. Por um milagre ou intervenção divina a porta não se fechava com ela lá dentro. A câmara estava cheia demais. Então os carrascos a puxaram e a lançaram para fora, ao ar livre. Como já estava na lista da morte, julgaram que estivesse morta e nunca mais chamaram seu nome. A sua vida foi poupada.

Mais tarde, ao fim da guerra, quando saiu de Maidanek, estava aflita pela "raiva e amargura que tomaram conta dela. Era inconcebível passar o resto de sua preciosa vida destilando ódio". Considerou, então, que "a única maneira de encontrar a paz é deixar que o passado fique para trás" e que se usasse a sua vida, que foi poupada, para plantar as sementes do ódio, ela não seria muito diferente de Hitler.

Golda transmite a Elisabeth o seu novo ânimo: "- Se eu puder mudar a vida de uma pessoa transformando seu ódio e seu desejo de vingança em amor e comiseração, mereci sobreviver".

A futura psiquiatra Kübler-Ross , que anos depois mudaria a percepção da morte, sente-se envolvida por aquela disposição de mudança e idealiza ali que o objetivo de sua vida seria procurar garantir que as gerações futuras não produzissem um novo Hitler. Antes de deixar a Polônia, contudo, viveria a marcante experiência fo prognóstico de Golda.

Tentando retornar à Suíça, ocorrem momentos perigosos e afligentes, caminhando por estradas de cascalho, suando de febre e rezando muito. A fome a domina e a enfraquece. De repente, tem a sensação de ver uma menina passando numa bicicleta e comendo um sanduíche. Por um instante considerou a possibilidade de roubar aquele sanduiche arrancando-o da mão da criança. Nesse impasse, no seu delírio, vê a imagem de Golda dizendo-lhe: "-Cuidado, há um Hitler dentro de nós!". Então se assusta, controla-se e compreende. A possibilidade era correta, só depende das circunstâncias, reflete. Porteriormente é conduzida a um hospital alemão "por uma mulher que estava a catar lenha" e, reconhecida como de origem suíça, é atendida e medicada.

Anos depois, após as suas famosas experiências trabalhando com pacientes terminais, promovendo concorridos seminários sobre a morte e o processo de morrer, na Universidade de Chicago, e mantendo os surpreendentes diálogos com os que reviveram depois da morte, ela escreveu, juntamente com o Dr. David Kessler, de Los Angeles, Califórnia, o livro Os Segredos da Vida, onde apresentam quatorze lições "combinando histórias comoventes com uma lição profunda".

Em sua mensagem de abertura do livro a Dra. Elisabeth, que desencarnou em 24 de agosto de 2004, aos 78 anos, considera que durante a vida todos temos lições a aprender, sobretudo junto àqueles que estão no limiar da morte, declarando que após as lições que aprendeu sobre a morte e o morrer estava aprendendo as "últimas lições", aquelas que contém as verdades essenciais a respeito da vida. Por isso, enfatiza que quis escrever nesse livro sobre a vida e o viver.

Lembrando-se, certamente, da jovem alemã Golda, afirma: "Cada um de nós tem dentro de si um Gandhi e um Hitler. O Gandhi corresponde ao que há de melhor em nós, nosso lado capaz de maiuor compaixão, enquanto o Hitler corresponde aos nossos aspectos negativos e mesquinhos. Nosso desafio é descobrir e desenvolver o que há de melhor em nós e nos outros. Aprender as lições capazes de curar nosso espírito - nossa alma - e de trazer à tona a pessoa que realmente somos".

Jesus, em momento comovente com os discipulos, sentenciou:"O Reino de Deus está dentro de vós".

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão 605, dialoga com as Entidades Codificadoras do Espiritismo, indagando-lhe se o homem não possuiria duas almas: a alma animal e a alma espírita, o que justificaria, assim, serem os bons e os maus instintos do homem efeito da prodominância de uma ou outra dessas almas.

O Mestre da Doutrina Espírita obtém como resposta que não, o homem não tem duas almas. Dupla no homem só é a natureza. Há nele a natureza animal e a natureza espiritual, dizem-lhe os espíritos. E na pergunta 742 irá se aprofundar na questão, buscando, como sempre, novas informações, novos contornos e ilações que lhe permitam desvendar o enigma dos implusos e transtornos humanos. Indaga, então: "- Que é o que impele o homem à guerra?". E os Benfeitores respondem: "- Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões".

Prosseguindo os seus revolucionários estudos psicológicos, questiona no item 743: "- Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?". E naqueles dias primordiais da Codificação Espírita o médium escreve a resposta dos Imortais: "- Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos".

"Vou dançar em todas as galáxias", teria dito a Dra. Kübler-Ross, ao perceberm no Arizona, que se aproximava o momento do retorno ao Mundo Maior. Depois de uma vida de exemplo e estudo, provavelmente experimenta momentos de encantamento, após a morte, o morrer e o sobreviver, vivendo, ao lado do Mahatma Gandhi e de outros que superaram os impulsos da matéria, a ventura dos justos e dos que dedicaram a sua vida em benefício da humanidade.

domingo, 11 de abril de 2010

Sorria!



Reproduzo trechos do livro "Pense sobre isso..." de Jacob Melo o qual recomendo a leitura por trazer lições fantásticas para a vida e a felicidade.

"Sorrir da vida, para a vida, pela vida e com a vida, todos conjugados, retrata um sentido amadurecido do humor. Quem sorri da vida sorri de tudo o que lhe acontece não se permitindo ficar preso ao lado negativo das coisas. Quem sorri para a vida está a lhe dizer que guarda disposição, ânimo e fé ante tudo o que é, o que foi e o que virá por seus favores. Quem sorri pela vida vive satisfeito, transporta-se nos veículos da alegria e seu ponto de parada é sempre um porto de felicidade. E com sorri com a vida desfruta a leveza do otimismo, fazendo-se sentir no céu, mesmo quando situações infernais pareçam querer cruzar seu caminho.

O sorriso de uma criança, de uma mulher, dde um idoso, consegue remover o cimento da sisudez de quem anda triste tanto quanto os traços e vincos de quem sofre uma mágoa. Ilumina sem ferir a retinado iluminado, clareia sem ofuscar o brilho do vidente, realça o belo por sombrear maldade.

Tensões originárias de problemas econômicos, financeiros, familiares, escolares, profissionais, sociais , amorosos, de saúde - ou sua falta - e de muitas outras fontes vivem perseguindo as criaturas. Só que essa perseguição não se dá no sentido destrutivo ou aniquilador, mas sob a forma de testar resistências, fazer despertar a criatividade, ensejar reflexões, propiciar recomeços, indicar providências diversas enfim. Só que nem todos percebem tais ocorrências sob esse enfoque. Qual a causa? A resposta é direta: a falta de senso de humor.

Dentro da linhagem dessa análise, o humor é deveras fundamental para que não fiquemos presos nas celas do desespero, no calabouço da loucura. O humor apurado faz com que enxerguemos na bagunça uma lógica; na desordem, uma ordem implícita; na maldade, um equívoco; na lágrima, uma expressão de múltiplas expressões; na dor, uma lição; na dura prova, um teste de admissão à vida superior; no erro, uma possibilidade de acerto, e assim por diante.

O senso de humor é sempre sábio, criativo, leve e aberto. Elimina a hipótese da irreflexão, até porque ele precisa ser refletido. O humor não move apenas os músculos, plexos e estruturas do corpo físico, sua atuação é de maior profundidade, gerando repercussões na essência, no espírito."

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Fardo



Do Livro "Segue-me" de Emmanuel psicografia do nosso querido Chico Xavier:


Quando a ilusão o fizer sentir o peso do próprio sofrimento, como sendo opressivo e injusto, recorde que você não segue sozinho no grande roteiro.

Cada qual tolera a carga que lhe pertence.

Fardos existem de todos os tamanhos e feitios.

A reponsabilidade do legislador.

A tortura do sacerdote.

A expectativa do coração materno.

A indigência do enfermo desamparado.

O pavor da criança sem ninguém.

As chagas do corpo abatido.

Aprenda a entender o serviço e a luta dos semelhantes, para que não te suponhas vítima ou herói, num campo onde todos somos irmãos uns dos outros, mutuamente identificados pelas mesmas dificuldades, pelas mesmas dores e pelos mesmos sonhos.

Suporta com valor, o fardo de tuas obrigações, valorosamente e caminha.

Do acervo de pedra bruta, nasce o ouro puro.

Do cascalho pesado, emerge o diamante.

Do fardo que transpoortamos de boa vontade, procedem as lições de que necessitamos para a vida maior.

Dirás, talvez impulsivamente: - "E o ímpio vitorioso, o mau coroado de respeito, e o gozador indiferente? Carregarão por ventura, alguma carga nos ombros?"

Responderemos, no entanto, que, provavelmente, viverão sob encargos mais pesadosque os nossos, de vez que a impunidade não existe.

Se o suor alaga-te a fronte, e se a lágrima visita-te o coração, é que a tua carga já se faz menos densa, convertendo-se, gradativamente, em luz para a tua ascensão.

Ainda que não possas marchar, livremente, com o teu fardo, avança com ele para frente, mesmo que seja um milímetro por dia...

Lembra-te do madeiro afrontoso que dobrou os ombros doridos do Mestre. Sob os braços duros no lenho infamante, jaziam ocultas asas divinas da ressureição para a divina imortalidade.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nossa Casa Nosso Lar



Reportagem da revista RIE de março de 2010 de autoria de Édo Mariani




Um amigo muito estimado, usando o idioma italiano aprendido na convivência com os pais, disse-me certa vez em que trocávamos idéias sobre a família: "Casa mia, vita mia" (casa minha, vida minha)!


Concordamos perfeitamente com a definição do nosso amigo sobre a família. Nela está implicita muita sabedoria, pois é junto da família que vivemos o maior tempo de nossa vida.


Todavia, é sabido que há Casa e Lar, onde convivemos com os nossos familiares. A Casa nos resguarda das intempéries do tempo e o Lar nos proporciona motivos de aprendizado e convivência fraterna junto daqueles a quem amamos e que são o nosso próximo mais próximo.


Para a construção da nossa casa usamos uma série grande de materiais, como tijolo, pedra, areia, cimento, madeira e uma outra infinidade de itens dependendo do tipo de casa que se deseja construir. A casa pode ser simples ou rica de comodidades e até luxuosa, dependendo do poder aquisitivo do seu proprietário, mas tanto uma como a outra tem a mesma serventia, servir de moradia. Assim é a casa material.


Essa casa pode ser também um lar. Para tanto torna-se preciso outros materiais, mais difíceis de conquistar, muito mais valiosos. São muitos, mas podemos mencionar alguns, os mais importantes. Chamaremos eles de afeto, carinho, perdão, solidariedade, caridade, indulgência, tolerância, misericórdia, compreensão, alteridade e acima de todos eles o amor que abarca todos os demais.


Ensinam-nos os amigos espirituais superiores que o "Lar é o coração do organismo social"; "No Lar começa a nossa missão no mundo"; "O berço doméstico é a primeira escolae o primeiro templo da alma"; "O lar não é somente a moradia dos corpos, mas, acima de tudo, a residência das almas"; "A família é uma reunião espiritual no tempo, e, por isso mesmo, o lar´é um santuário".


Belíssimas definições de lar ditadas por espíritos amigos da humanidade, aqueles que já superaram os sentimentos chamados orgulho e egoísmo e são senhores dos sublimes ensinamentos ministrados por Jesus, a maior de todos os Mestres que por aqui passou.


Por aí deduzimos que os ensinamentos dos amigos espirituais são valiosos e merecedores da nossa atenção e análise para bem cumprirmos as tarefas programadas a desenvolver na presente existência. Assim torna-se necessário cuidados na constituição de um Lar e não apenas a contrução de uma Casa.


Se observarmos as contruções residenciais existentes nas grandes metrópoles ou pequenos lugarejos contataremos que poucas, bem poucas, se constituem de verdadeiros lares, onde os seus moradores se sintam num oásis de paz e alegria para se refazerem das forçlas físicas, mentais e espirituais depois de um dia de desgastes pelas lutas e dificuldades encontradas no desenvolvimento de suas atividades cotidianas.


É por falta de lares verdadeiros que a humanidade vem sofrendo com desequilíbrios comportamentais que levam à turbulência dos vícios que nos ensombram, gerando toda espécie de males que portamos na atualidade, os quais atingem especialmente jovens ainda imaturos.


Em O Livros doa Espíritos nas questões 166 a 170 os espíritos instrutores, inquiridos por Kardec, nos ensinam que a finalidade da reencarnação é a da expiação e melhoramento progressivo da humanidade; que em cada existência o Espírito dá um passo na estrada do progresso; que quando se despojar de todas as impurezas não mais necessitará das provas da vida corporal; que o número de reencarnações não é om mesmo para todos; que as reencarnações são semore numerosas , porque o progresso é quase infinito.


No livro já mencionado, nas questões 774 e 775, os espíritos nos ensinam que os laço sociais são necessários ao progresso e os de família tornam mais apertados os laços sociais; eis por que os laços de família são uma lei da natureza. Quis Deus, dessa forma, que os homens aprendessem a amar-se como irmãos e que o resultado do relaxamento dos laços de família seria uma recrudescência do egoísmo.


Para que a oportunidade da reencarnação seja bem aproveitada, em atendimento ao que nos ensinam os espíritos amigos, torna-se necessário a nossa atenção na constituição dos nossos lares. Que no âmbito doméstico sejamos unidos por laços de verdadeira amizade; que os pensamentos ali emitidos sejam equilibrados; que as palavras ali pronunciadas sejam de respeito e carinho com todos; as dificuldades sejam tratadas e resolvidas com diálogo fraterno entre todos.


Para que possamos constituir o verdadeiro Lar não esqueçamos de convidar Jesus para visitá-lo pelo menos uma vez por semana, no encontro da Família para o estudo do Espiritismo junto com o Evangelho de Jesus, num verdadeiro diálogo espírita em família.


O Espírito André Luiz, no livro "Os Mensageiros", psicografia do saudoso Chico xavier, ensina: "Toda vez que se ora num lat, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnática de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas também um processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em torno".


Assim procedendo estaremos preparando nossos filhos para os tenporais que irão encontrar no ambiente social que frequentarão. Assumindo responsabilidade com Jesus, sentir-se-ão fortificados e resguardados dos temporais morais que tem assolado a humanidade na atualidade difícil. os ensinamentos de Jesus e do espiritismo representarão o guarda-chuva protetor, a livrá-los das intempéries da vida.

Façamos de nossos lares uma trincheira de segurança para a sociedade do futuro e assim estaremos colaborando com o advento do mundo de regeneração de há muito anunciado pelas potestades espirituais. Colaboremos com a nossa parte!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Tecnologia e a sua Utilização



Reportagem do Jornal O Clarim de março de 2010 de Francisco Rebouças:

É evidente que a tecnologia, dos dias da atualidade, nos confere inúmeras opportunidades de evidenciar nossas disposições de servir ao bem ou ao mal, segundo nossas tendências e segundo nosso livre-arbítrio. São variados os recursos colocados ao nosso dispor pela tecnologia, onde pela internet podemos receber e enviar as novidades a todas as partes do mundo, em tempo real.

Convém, porém, que tenhamos muito cuidado e que a utilizemos com muita cautela no envio de nossas notícias para os irmãos que em qualquer parte do nosso planeta irá ter contato com essa mensagem por nós veiculada.

É conveniente que nos pautemos nos princípios cristãos, e que nossa palavra seja sempre rechada de mensagens portadoras de simplicidade, humildade, otimismo, meiguice e fraternidade, na intenção positiva de levar bom ânimo a quem dela tomar conhecimento, por mais triste e incrédulo que esteja o nosso irmão em vista das incontáveis notícias de acontecimentos deploráveis e condenáveis que infestam a mídia, diariamente, através dos diversos meios de comunicação.

Se nada de positivo temos para dizer, é hora de calar, pois o silêncio nessas circinstâncias é o maior melhor benefício que podemos ofertar no momento de turbulência, em que sentimos que nossa palavra não terá efeito positivo em vista da dor e da revolta reinantes no ambiente em que nos encontramos.

Nessa hora, o silêncio que faremos não representará nosso pouco caso com os acontecimentos que infelicitam os vários envolvidos; mais que isso, significará nosso respeito pela dor do nosso próximo e a oportunidade de buscarmos o contato com os Imortais da Vida Maior, e, em prece, nascida no imo do nosso ser, realizar o maior bem que se pode realizar em momento tão delicado que é o pedido de socorro à Espiritualidade Amiga.

Como nos alerta Madre Tereza de Calcutá, "não basta apenas fazer o bem, é preciso ser bom", e ser bom é não acender fósforo em barril de pólvora, procurando o equilíbrio de nossas ações em cada acontecimento em que tomarmos parte, procurando fazer bom uso dos recursos que Deus permitiu nos chegasse ao conhecimento e através da tecnologia espalhar a paz e a concórdia em volta de nossos passos, ajudando na implantação do evangelho de Jesus nos corações em desespero, estendendo mão amiga no restabelecimento da paz, da alegria e da harmonia entre as criaturas.

Que Jesus nos sustente em sua paz, hoje e sempre!

domingo, 4 de abril de 2010

Vida e Obra de Chico Xavier - Chico Amor Xavier - Cisco Xavier

Exposição realizada no Recanto de Luz no dia 03/04/2010.

Francisco Cândido Xavier nasceu no dia 02 de abril de 1910 em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Se ainda estivesse encarnado completaria esse mês 100 anos dessa existência.

Chico teve uma infância dura, quase miserável, cheia de dificuldades e trabalho. Com apenas 5 anos de idade perdeu a mãe. O pai distribuiu os filhos entre amigos e parentes. Chico foi morar com dona Rita, sua madrinha, pessoa geniosa que surrava o menino todos os dias.

Sempre que a madrinha saía, ele corria para o fundo do quintal para chorar. Ali, teve a primeira experiência mediúnica: ao ouvir um barulho vindo das bananeiras, olhou naquela direção e viu a mãe que pediu-lhe apenas para ter paciência.

Eufórico, Chico foi contar à madrinha que, certa de que ele mentia, aplicou-lhe uma surra e pediu ao padre que ajudasse a corrigir o mentiroso. Chico foi obrigado a rezar mil ave-Marias e, nas procissões, carregar sobre a cabeça uma pedra enorme.

Ele ficou com a madrinha somente por dois anos. Seu pai casou-se novamente e a madrasta, uma boa mulher, recolheu os filhos do primeiro casamento e acabou de criá-los.

Sofreu todo tipo de agressão e preconceitos nas mãos da família, padres e vizinhos que viam nas suas manifestações mediúnicas apenas ‘coisa do diabo’. Para entender o que acontecia consigo mesmo, passou a estudar os livros do espiritismo.

Seu primeiro contato com um centro espírita foi através de um casal amigo da família que auxiliou quando sua irmã com 17 anos vítima de uma obsessão foi internada. O casal levou a família de Chico ao centro espírita e sua irmã recuperou-se. A partir daí, reduziu-se a pressão da família sobre a mediunidade de Chico.

Em 1931 teve o primeiro contato com seu guia espiritual Emmanuel.

Em 1932, com apenas o primário completo publicou seu primeiro livro: “Parnaso de Além-Túmulo” com 56 poemas de 14 autores diferentes, todos desencarnados.

Em 1937 publica “Crônicas de Além-Túmulo”, atribuído a Humberto de Campos, escritor morto três anos antes. A família do escritor levou Chico à justiça exigindo pagamento dos direitos autorais e pedindo a especialistas que estudassem os textos. Porém a própria mãe do autor declarou: “O estilo é o mesmo do meu filho. Não tenho dúvidas.” Em 1944 foi dado veredicto favorável a Chico que pôde prosseguir seus trabalho, mas preferiu não usar mais o nome do autor.

Chico nunca se defendeu de nenhuma acusação, ele dizia que seu defensor era Jesus. “Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor...”

Em 1943, surge outra entidade que, junto a Emmanuel acompanhou Chico, sendo responsável por 15 livros 11 deles pertencentes à série “Nosso Lar”, que relata a vida no mundo espiritual. Essa entidade jamais revelou seu nome, sendo conhecido apenas como André Luiz.

A partir daí, Chico passa a ter uma atuação mais pessoal na assistência social, criando centros de ajuda às vítimas do pênfigo e de amparo a idosos e crianças abandonadas e a ex-presidiários. Antes, já doava toda a renda de seus livros à entidades espíritas e de caridade.

Chico nunca pediu, nem esperou, nem reclamou nada das autoridades, através de todos os que tinham compaixão auxiliava os doentes, os carentes, os desequilibrados e sofredores.

Em janeiro de 1959 mudou-se para Uberaba à procura de um clima mais saudável e condizente com seus vários problemas de saúde.

Na década de 70 houve a exibição de dois pinga-fogo, programas de entrevista com Chico, realizados pela TV Tupi, foi quando o povo pôde sentir a grandiosidade de sua alma.

Sua sinceridade deu credibilidade ao espiritismo, sendo um dos responsáveis pela solidificação da doutrina espírita no Brasil e no mundo com mais de 400 obras psicografadas e milhares de cartas que traziam consolo e conforto a inúmeras famílias.

Como médium, Chico tinha praticamente todos os tipos de mediunidade. Era médium 24 horas por dia, vivia entre os dois mundos.

Como ser humano, Chico era um homem simples, sempre em busca de conhecimento e paz. Afirmando sempre que ... o caminho passava pela humildade, o silêncio e a compreensão.

Sempre jovial, contava e gostava de ouvir causos. Era alegre. No dever era sério, silencioso, nunca faltou um dia ao trabalho. Era um espírito sábio que trazia muitos conhecimentos de vidas passadas.

Seus problemas de saúde não eram provações envolvendo resgate do passado, mas uma escolha pessoal. Os espíritos superiores, quando vêm à Terra, sempre pedem a companhia da dor, da dificuldade para não se desviarem de sua missão.

A grandeza de Chico não estava em seus dons mediúnicos, mas sim no que fazia deles. O seu mandato mediúnico, com disciplina e humildade, esclareceu, consolou, e orientou a vida das pessoas. Ele exerceu a verdadeira mediunidade com Jesus. Viveu tudo o que escreveu, caridade sem limites, o silêncio sobre o bem realizado, viveu o evangelho de Jesus. Foi fiel a Jesus e à doutrina

Exemplo da bondade personificada era chamado de Chico Amor Xavier. Porque sabia amar o amor que Jesus ensinou, o amor universal. Amor que emanava dele e envolvia a todos ao seu redor. “Amar sem esperar ser amado e sem aguardar recompensa alguma. Amar sempre.”

Certa vez foi procurado pelo jornalista Marcel Souto Maior que pretendia ‘desmascará-lo’, quando em sua presença, o jornalista não conseguiu emitir uma única palavra frente à grandeza do amor que emanava de Chico, apenas chorou. E mesmo não sendo espírita escreveu após isso a mais bela biografia de Chico Xavier que acaba de virar filme.

De outra vez, uma senhora retornou a Chico com uma mensagem escrita por ele reclamando que havia um erro em sua assinatura. Ele havia assinado Cisco Xavier. Chico esclareceu que não havia qualquer engano: “Eu represento aquilo que um pé de grama representa numa cancha de futebol. Um pé de grama desaparece, outro aparece. Eu me sinto como um cisco.” Um cisco diante da imensidão.

É impressionante a humildade desse espírito tão grandioso que se apequenou num corpo de carne para nos ensinar o amor, a caridade, a resignação, a fé. E nós que nos achamos tão grandes, na verdade, somos tão pequenos, infinitamente menores que um cisco. Infinitamente menores que um Chico amor Xavier, mas infinitamente gratos a Deus, a Jesus, a espiritualidade maior pela oportunidade de termos, um dia, recebido os ensinamentos de Chico, de seu exemplo de amor e vivência do evangelho, e peçamos a Deus, eternos pedintes que somos, que possamos um dia ser capazes de seguir seus passos.