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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tua Tranquilidade

Se procurarmos a palavra tranqüilidade no dicionário, encontraremos como resultado: sossego, quietação, paz, serenidade.



Mas diante do conceito de tranqüilidade temos uma visão muito distorcida de que tranqüilidade é um estado de inércia, de ausência de lutas e conflitos, ausência de problemas.



E quem de nós não têm problemas? Todos temos. Sem eles não cresceríamos. A falta de problemas, de dificuldades geraria desestímulo às nossas vidas. È vencendo-os, solucionando-os que crescemos, ganhamos experiência e evoluímos.



Jesus nos ensinou que poderíamos escolher entre a porta larga e a porta estreita. A porta larga é a da fuga dos problemas ou a porta estreita do trabalho e do crescimento. Todos sabemos como proceder e qual porta devemos escolher. Se optarmos pela porta larga, estaremos plantando tempestades para o nosso futuro. Ao contrário, se optarmos pela porta estreita dos compromissos com a vida, com a família, com a sociedade, aí sim viveremos tranqüilos, pois a nossa consciência, apesar dos problemas do dia-a-dia, estará tranqüila.



Vivemos num planeta de provas e expiações e o simples fato de nele necessitarmos reencarnar, nos expõe à problemas, contratempos, dificuldades característicos desse planeta. Mas nos momentos de maior angústia e dificuldades precisamos nos manter serenos, tranqüilos, pois só assim visualizaremos, ouviremos aquela voz interior, o nosso guia, nosso amigo, nosso anjo, nos apontando o caminho, a solução, o conforto na dor.



Precisamos entender que a tranqüilidade independe de paisagens, de circunstâncias ou ocasiões. Ela é interior, é o resultado de uma consciência tranqüila.



O cansaço, a dor, embora nos aflijam, nunca serão capazes de romper a tranqüilidade real. Quando existe harmonia interior os ruídos de fora não nos perturbam, desde que não condicionemos nossa tranqüilidade a lugares, pessoas ou fatores externos. Ela depende exclusivamente de nós mesmos.



Mas na correria do dia-a-dia, raramente agimos impulsionados pela tranqüilidade. A alta carga de informações nos faz agir precipitadamente, sem pensar direito.



Joanna de Angelis no livro Intercâmbio Mediúnico nos aconselha: “Cuidemos, preservando a nossa vida interior, a fim de que o turbilhão, que agita por fora, não consiga perturbar a paz que cada um deve manter por dentro.”



Devemos assumir conosco mesmo o compromisso de evitar a exasperação. Qualquer ato de nervosismo, de bater a porta de casa ou sair cantando os pneus, conduz energias pesadas que nos envolvem em maior carga de problemas, pois sabemos que atraímos para nós exatamente aquelas energias que emitimos.



É muito importante mantermos a tranqüilidade dentro das nossas casas, no trato com aqueles que conosco dividem o lar, assim mantemos a convivência mais harmônica. O nosso lar deve ser o nosso refúgio, o porto seguro para onde vamos após o nosso dia de trabalho. Além disso, devemos pensar que o tempo todo somos exemplo para aqueles que estão ali conosco, principalmente os nossos filhos. Nos vendo irados, desesperados, agitados é assim que eles aprenderão a reagir aos problemas, mas se ao contrário nos virem tranqüilos, serenos, mantendo a calma e o raciocínio, mesmo nos momentos difíceis, aprenderão que está é a forma mais correta de reagir às dificuldades.



Ayrtes nos diz que: “Não podes dar sinal, na tua casa, de agitação, de desespero, para que teus filhos não façam o mesmo; se queres filhos tranqüilos, planta a mansuetude”.



Nossos gestos e nossas palavras são capazes de movimentar energias poderosas desequilibrantes ou tranqüilizadoras, de paz ou de guerras. Por isso Jesus nos recomendou tanto o orai e vigiai, por isso sempre lembramos a necessidade do Evangelho no Lar que nos sintoniza com as esferas espirituais mais elevadas e nos auxilia a vigiar nossos pensamentos, palavras e atos.



Costumamos, muitas vezes nos desculpar dizendo: “Eu bem que me esforcei, mas me roubaram a tranqüilidade!”. Que enganos o nosso, só podem nos tirar o que realmente não temos. Quando cultivamos a verdadeira tranqüilidade, aquela que vem do nosso intimo, ninguém nem nada pode nos abalar.



Emmanuel no livro Ceifa de Luz nos dá algumas dicas de como conquistar e manter a nossa tranqüilidade interior:



- Corrigir em nós as deficiências passiveis de conserto a aceitar as falhas que ainda fogem ao nosso controle.

Nos conhecermos, sabermos das nossas dificuldades, procurar melhorá-las, mas sem ficarmos nos culpando e nos cobrando o tempo todo.



- Tolerar obstáculos necessários ao nosso aperfeiçoamento e entender que os outros também carregam os deles.

Lidarmos com naturalidade com as dificuldades que nos aparecem, elas são necessárias ao nosso crescimento e procurarmos entender que o outro muitas vezes atribulados com os seus problemas, pode estar mau humorado, destemperado, angustiado e nos cabe compreender.



- Observar as ofensas como retrato dos ofensores, sem recorrer aos mesmos atos como revide.

Praticarmos o perdão, não revidar o mal com o mal, mas compreender que cada um está em seu nível de evolução e só pode dar do que possui.



- Abolir inquietações ao redor de calamidades anunciadas para o futuro, que provavelmente nunca ocorrerão.

Muitos de nós ouvindo os noticiários, previsões e o excesso de informações com que somos diariamente bombardeados, nos alardeamos, nos preocupamos com coisas desnecessárias, cabe-nos evitar esse tipo de informação e se acaso a recebermos, orar pelos envolvidos emitindo energias de paz e harmonia.



- Nada pedir sem dar de nós mesmos.

Quantas vezes exigimos do nosso próximo aquilo de que ele ainda não é capaz de nos dar e mais ainda aquilo de que ainda nós mesmos não somos capazes de doar.



- Respeitar os pontos de vista alheios, mesmo que contrários aos nossos, entendendo que pontos de vista são maneiras, crenças e opiniões peculiares a cada um.

Há pouco tempo atrás falamos sobre a importância do respeito em nossas relações, e principalmente para a harmonia do nosso lar, pois cada um de nós é diferente, estamos em estágios evolutivos diferentes, precisamos respeitar as experiências e idéias do outro.



Com essas dicas podemos perceber que a nossa tranqüilidade depende exclusivamente de nós, do nosso esforço em nos melhorarmos, da nossa reforma íntima que deve ser um trabalho diário, lento, gradual, mas constante. A paz do mundo deve começar dentro das nossas casas e antes disso, dentro de cada um de nós.



Para finalizarmos a nossa conversa de hoje trouxemos uma pequena mensagem de Joanna de Angelis do livro Otimismo, psicografia de Divaldo Franco:

“Em favor da expansão da paz, não esperes o que te possam doar os outros.

Se uma palavra pode facultar o desencadeamento dos valores que pacificam, sê tu quem a expresse;

Se o pensamento de equilíbrio faz-se elemento de sustentação da harmonia, projeta-o sem aguardar em outrem;

Se uma atitude pode influenciar o clima de tranqüilidade das pessoas, esforça-te por produzi-la.

Fala e realiza tudo quanto leva à paz, mantendo-te em serenidade;

Emite a voz com vibração de amor, opinando ou esclarecendo;

Age sem precipitação, porque a ação acelerada desarmoniza e inquieta;

Não aumentes o volume daqueles que tudo vêem mal, esmiúçam o erro e comentam a agressividade.

Tranqüilo, fomentarás o otimismo e manterás a alegria em ti mesmo em volta dos teus passos”.

Espiritismo nos Dias Atuais

 
Esta semana vamos falar sobre a última parte da história do Espiritismo que viemos falando ao longo de todo este mês em homenagem aos 10 anos do nosso Recanto de Luz e que é o Espiritismo nos Dias Atuais.

Para que a Doutrina Espírita se disseminasse ela foi codificada como vimos na semana passada por Kardec na França, pois a França na época era o centro cultural do mundo.

Nos conta Humberto de Campos no Livro Brasil – Coração do Mundo Pátria do Evangelho que em meados do século 14º Jesus observando os progressos de sua doutrina e de seus exemplo no coração humano e em face dos comprometimentos do continente europeu com o materialismo, ele teria transplantado a árvore do Evangelho para as Américas, em especial para o Brasil.

O Brasil, então, passa a ter por missão difundir o Evangelho através de seu empenho em criar condições para a vivência do Evangelho. Aproveitando, assim a tendência maior do povo brasileiro para a fraternidade, em vista da maior diversidade do povo e da convivência mais pacífica de raças, nacionalidades e credos.

Falemos um pouco sobre o espiritismo no Brasil.

Os primeiros experimentadores da mediunidade no Brasil saíram dos cultores da homeopatia, os médicos Bento Mure de origem francesa e João Vocente Martins, português, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus pacientes e falavam de Deus, Cristo e caridade.

José Bonifácio foi também um dos experimentadores do fenômeno espírita.

Em 1844, o Marquês de Maricá publicou um livro com os primeiros ensinamentos de fundo espírita.

Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade e o Jornal do Comércio maior órgão de imprensa da Capital do Império publicava em 23 de setembro artigo favorável à Doutrina.

Os primeiros centros espíritas, nos moldes preconizados por Kardec, surgem na Bahia e no Rio de Janeiro a partir de 1865.

Em 2 de janeiro de 1884 é fundada a Federação Espírita Brasileira, por iniciativa de Augusto Elias da Silva.

O fato de maior significação foi a adesão do eminente político e médico Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti que se declarou espírita perante um platéia de pessoas importantes.

Após a Proclamação da República em 1889, surge o novo Código Penal no qual o Espiritismo era enquandrado como “transgressão à lei”.

Em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição Republicana, constituiu o Estado Leigo, ou seja, sem nenhum tipo de ligação com a Igreja. Como conseqüência o espiritismo e todas as religiões praticadas no Brasil, foram favorecidas.

Bezerra de Menezes assume a presidência da FEB em 3 de agosto de 1895 vindo a falecer em 11 de abril de 1900, após quatro anos e meio de intenso trabalho, deixando a FEBconsolidada.

O período de 1905 a 1930 é de grande expansão do Movimento Espírita. A partir de 1939 a FEB começa a montagem de uma oficina gráfica própria para a edição das obras espíritas.

Em 1932 Chico Xavier psicografa sua primeira obra, lançada pela FEB – “Parnaso de Além-Túmulo”.

As obras espíritas e os fenômenos da psicografia de diversos médiuns, mas, principalmente, o trabalho e os exemplos de fé, amor e caridade do nosso querido Chico Xavier são fundamentais para a divulgação e disseminação do espiritismo, deixando atrás de si um rastro luminoso a mostrar através de seus exemplos como vivenciar o evangelho, como cumprir com a missão que nos foi designada.

Mas esta missão não é um decreto divino, é uma proposta do mundo espiritual, a sua concretização depende de cada um de nós, muitas outras missões já foram atribuídas a outros povos e fracassaram.

A Doutrina Espírita nos dá uma noção clara das nossas responsabilidades apontando a honestidade, fraternidade, amor ao próximo não como um favor que fazemos aos outros, mas como as diretrizes mínimas e necessárias à nossa felicidade. Ela nos dá uma visão do mundo espiritual e das conseqüências futuras de nossas ações.

Como espíritas precisamos fazer ao próximo tudo aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Sobre isso nos conta Richard Simonnetti no livro Amor, sempre Amor! A seguinte historinha:

A sós em seu escritório Onofre lia o ESE XI:

“Amar o próximo como a si mesmo; fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo.

Onofre pôs-se a imaginar como a humanidade seria feliz se a lei do amor fosse observada.

Decidiu enfrentar o desafio de amar o próximo como a si mesmo e fazer por ele o que gostaria de receber.

No quarto, beijou, carinhoso, a esposa já acomodada no leito, dizendo que a amava e desejando-lhe um sono tranqüila.

Joana, a esposa, desconfiada pensou o que teria aprontado o marido, aquela manifestação inusitada de carinho cheirava a consciência pesada, mas tranquila aconchegou-se a ele e dormiu feliz.

Pela manhã ofereceu-se Onofre para ir à padaria buscar os pães a mulher verificou se o marido estava febril, pois não estava habituada à colaboração do marido nos trabalhos domésticos.

Na rua Onofre foi abordado por um homem, mas demonstrando pressa despediu-o rapidamente. Arrependido pensando na resolução que tomara na véspera retornou para conversar com o homem.

Este explicou-lhe que estava desempregado, a esposa doente e os filhos passavam necessidade. Onofre pediu que o acompanhasse à padaria comprando-lhe pães, leite e outros alimentos. O homem, agradecido, confessou-lhe que acabara de salvar sua vida, pois cansado de pedir e ouvir desprezo pensava em tirar a própria vida, diante disso Onofre deu-lhe o endereço do centro espírita que freqüentava aconselhando-o a buscar ajuda lá, se não para o físico, para o espiritual.

Teu Plantio

Com o tema de hoje Ayrtes procura nos levar a refletir que cada um de nós é herdeiro de si mesmo. O que estamos colhendo hoje é fruto de um passado, e o que colheremos amanhã, será fruto do que estamos fazendo agora.



No ESE cap V item 4 os espíritos nos dizem o seguinte: “A quem, pois culpar de todas as suas aflições senão a si mesmo? O homem é, assim, num grande número de casos, o artífice de seus próprios infortúnios.



Estamos na Terra em processo de aperfeiçoamento e o maior instrumento para atingirmos esse objetivo é o próximo. É a vida de relação que nos permite realizar trocas, aprender, ensinar e trabalhar para ajudarmos os que necessitam, assim como nós, também necessitamos ser ajudados, tantas vezes.



Não podemos crescer sozinhos porque é no contato com o semelhante que temos oportunidade de testar se já adquirimos virtudes que nos auxiliarão na evolução. Como saber se somos pacientes sem que haja alguém testando a nossa paciência? Como saber se suportamos a ingratidão se não convivermos com o mal agradecido?



Ayrtes nos chama ainda mais a atenção para como está essa vida de relação dentro da nossa casa. Todos sabemos que o lar é a primeira escola do ser, onde ele tem o primeiro contato com aqueles que são diferentes dele, uns com mais afinidades, outros com menos afinidades e talvez até algumas diferenças trazidas do passado e que precisam ser resolvidas através da convivência fraterna.



Qual plantio estamos fazendo para o futuro junto a esses espíritos?



Sabemos que todos estamos inseridos no meio mais adequado ao nosso progresso espiritual, já que programamos nossa existência visando trabalhar em nós determinadas tendências que precisam ser melhoradas, modificadas.



Portanto precisamos buscar uma boa convivência dentro da nossa casa e para isso é imprescindível que respeitemos o tempo de cada um. Temos o hábito de querer mudar o outro, querer que ele haja como acreditamos que seria correto, que seja como gostaríamos que fosse, mas cada um está em seu próprio nível de evolução, cada um tem o seu tempo.



Respeitar o tempo de cada um significa praticarmos três comportamentos distintos em relação ao próximo seja ele o cônjuge, o filho, os pais: o primeiro é orientar no que pudermos; o segundo é apoiar os esforços e iniciativas tomados pelo companheiro de jornada mesmo que não coincidam com a nossa visão do que seria ideal para ele; e o último é festejar junto a ele cada uma de suas vitórias, e solidarizar-se com ele nas derrotas.



A orientação deve ser feita baseada no exemplo que dá credibilidade às nossas palavras.



Quanto ao apoio, certamente é sempre difícil para pais, irmãos ou familiares dar apoio a alguém que esteja tomando decisões e caminhos que se afastem do que idealizamos ou que acreditamos que trará sofrimento e lutas, principalmente para os pais, pois estes costumam sonhar com o futuro para os filhos e nem sempre eles seguem por esse caminho, pois cada um possui seus próprios dons e vocações, seu livre arbítrio.



Devemos ter em mente que mais sábia do que qualquer um de nós é a Providência Divina. Deus nos permite fazer escolhas nem sempre as mais acertadas para que aprendamos com elas. E por que, então, não dar o devido apoio às escolhas do próximo para que ele cresça com elas? Nem sempre aquilo que imaginamos ser o melhor para alguém, realmente é o que aquele espirito necessita. Cada um precisa de suas próprias experiências para crescer, amadurecer e evoluir.



O nosso maior erro quando buscamos orientar alguém é aguardar a primeira de suas quedas para atirar em seu rosto o terrível “eu te disse que não ia dar certo”. É uma grande mostra de falta de fraternidade. Quando o outro cai, precisamos estender a mão e mostrar que estamos ali, ele não precisa que o humilhemos.



A maneira mais fraterna de convivermos com as pessoas é acreditando que elas se tornarão felizes a partir da religião que escolheram, com o companheiro ou companheira que escolheram, bem-sucedidas a partir da profissão que escolheram, e assim por diante.



Hammed no livro Renovando Atitudes nos diz que: “quem encontrou seu lugar, respeita invariavelmente o lugar dos outros, pois tem sob mira a própria fronteira e, consequentemente, não ultrapassa os limites dos outros, colocando na prática o amor ao próximo.”



Amar o próximo é aceita-lo como ele é e não como gostaríamos que fosse. A mente das pessoas é terra onde ninguém passeia. Desconhecemos o que há lá por dentro, suas dores e traumas, e, portanto, não devemos ser juízes de ninguém. Jesus nos disse certa vez que com a mesma medida que medirmos, seremos medidos.



É necessário que aceitemos as diferenças, aceitando a trajetória espiritual do outro. Cada um traz a sua bagagem espiritual, suas experiências e vivências que são diferentes das nossas. Precisamos respeitá-las. Agindo assim estaremos aprendendo a trilhar um caminho para o diálogo.



No LE questão 804 os espíritos explicam que “Deus criou todos os espíritos iguais, mas cada um deles tem maior ou menor vivência e, por conseguinte, maior ou menor experiência.”



Na vida física não temos a perfeita dimensão do que nos liga uns aos outros. Temos a certeza de que não estamos num determinado grupo por acaso. Então pensemos bem quais relações queremos construir? Queremos compromissos ou uniões felizes no futuro?



É imprescindível estarmos atentos às nossas atitudes sejam elas expressas em pensamento, atos ou palavras. Não importa onde estejamos, estaremos sempre produzindo e influenciando aqueles que estão ao nosso redor e no futuro será esta influencia e este produto que colheremos. Nada acontece por acaso. Todas as dificuldades, problemas e aborrecimentos têm uma razão de ser.



Hoje choramos as lágrimas e sorrimos o sorriso que um dia produzimos em nossos companheiros de jornada.



Para finalizarmos deixamos para reflexão uma mensagem psicografada por Chico Xavier:



Nasceste no lar que precisavas,

Vestiste o corpo físico que merecias,

Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiamento,

Possuis os recursos financeiros coerentes com tuas necessidades,

Nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas,

Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização,

Teus parentes, amigos são as almas que atraístes, com tua própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.

Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitude...

São as fontes de atração e repulsão na tua jornada.

Não reclames nem te faças de vítima.

Antes de tudo, analisa e observa.

A mudança está em tuas mãos.

Reprograme tua meta, busque o bem e viverás melhor.

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,

qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim

Teu Exemplo

Uma bela manhã sai a caminhar, há alguns passos de casa vejo um casal de rolinhas arrulhando: exemplo de amor. Surge mais adiante uma criatura esquálida e maltrapilha: exemplo de abandono.

Mais adiante uma idosa tem dificuldades em alcançar uma campainha de uma residência, alguém prestativo resolve o problema: exemplo de solidariedade.

Sentados num banco junto à pracinha, três amigos recordam animados os “bons tempos” e sorriem felizes: exemplo de amizade.

Não longe, um rapaz empurra um carrinho abarrotado de tijolos: exemplo de trabalho.

Caminhando cambaleante segue um infeliz dominado pela bebida: exemplo de vício.

Ali perto, uma livraria. Dirijo-me até lá. Um vendedor me atende solícito com carinho e atenção: exemplo de gentileza.

De volta à rua uma senhora conversa com um maltrapilho e lhe oferece, além do caldo reconfortante, alguns minutos de conversa fraterna: exemplo de caridade.



Esta pequena historinha é apenas para mostrar que onde quer que estejamos e a todo momento somos exemplo para os outros e para refletirmos que tipo de exemplo estamos sendo...



No LE questão 625 Kardec pergunta aos espíritos: “Qual é o exemplo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo? – Jesus.”



O Mestre falava, ensinava, contava parábolas e transmitia a Boa Nova com sabedoria e bondade, mas a sua força no cumprimento de sua missão estava nos exemplos que dava de amor, fé humildade, caridade e perdão.



Disse-nos Jesus: “Vos dei o exemplo, para que como eu fiz, façais também vós”.



Como espíritas, e espírita é aquele que sempre procura se melhorar a todos momento, reconhecendo suas fraquezas e combatendo-as, devemos nos preocupar com o exemplo que estamos sendo. O bom exemplo deve ser nossa característica marcante seja no Centro Espírita, na sociedade, no trabalho, e principalmente na família.



Os nossos exemplos valem muito mais do que as palavras que dizemos e os conselhos que damos aos que nos cercam. O exemplo nos traz credibilidade, faz com que os que nos cercam acreditem naquilo que estamos dizendo caso contrário serão apenas palavras vazias.



Mas Ayrtes nos alerta, principalmente, para o exemplo que estamos sendo dentro da nossas casa. Quando constituímos uma família e Deus nos concede os filhos, filhos estes que são espíritos, filhos de Deus, que nos são confiados para que os guiemos, os auxiliemos em seu processo de evolução nessa encarnação. Aí é maior a nossa responsabilidade. Somos responsáveis pelos exemplos que daremos às nossas crianças.



Fénelon nos coloca que “Em todas as idades, o exemplo, pode muitíssimo: na infância, então, é onipotente.”



As crianças são espíritos antigos que reencarnados trazem consigo uma bagagem espiritual das experiências de outras encarnações. Mas seu aparelho cerebral é novo e por isso mais predisposto a ser moldado pelos hábitos e costumes do ambiente em que vive. Por isso na fase infantil o exemplo ser tão importante, é quando o espírito está mais receptivo aos exemplos e às correções de conduta.



As crianças aprendem através da sua curiosidade, elas observam com atenção e passam a imitar o comportamento dos adultos, é desta forma que aprendem a caminhar, a falar, absorvendo o exemplo que é dado pelos adultos.



Bom ou mal, o exemplo é algo marcante, influencia mesmo àqueles espíritos que carregam conhecimentos passados positivos, pois mesmo não estando sujeitos à regressão, pois ninguém regride no progresso moral, nós apenas progredimos, elas sofrerão ao ver nos pais atitudes que reprovam.



Precisamos proporcionar aos nossos filhos as condições necessárias para uma educação baseada no respeito aos familiares e aos semelhantes em geral. O lar é a primeira escola do ser.



Precisamos estar muito atentos às reações e atitudes que tomamos na frente de nossos filhos, e que muitas vezes fazemos de forma inconsciente e de forma inconsciente estamos ensinando a eles que os que não fazem parte de nosso meio não são importantes e, portanto, não merecem o nosso respeito.



Quando somos deseducados com os outros motoristas na frente de nossos filhos, ou com a balconista que tem a obrigação de nos tratar bem, caso contrário reclamo para o chefe dela e ela será demitida. Quando passamos reto pelo porteiro de nosso prédio, o jardineiro, a nossa doméstica e sequer dizemos um bom dia, ou um obrigado. O que estamos ensinando aos nossos filhos? Que exemplos são estes?



Quando discutimos no nosso lar seja com o cônjuge ou com os próprios filhos e nos utilizamos de palavras rudes, duras, que na verdade nem queríamos dizer, mas que “saíram” num momento de raiva. Que exemplo estamos dando? Exemplo de agressão de que se pode resolver os problemas no grito?



Quando eles chegam à adolescência e nos causam transtornos porque são deseducados com as pessoas, com os colegas, com os professores, quando não causam problemas maiores relacionados à violência, normalmente nos perguntamos: onde erramos? Será que não foram essas pequenas atitudes que nos passaram despercebidas? Aquele muito obrigado que por falta de tempo não demos? Aquele sorriso amigo que estávamos apressados demais para dispensar?



Mesmo na adolescência os filhos precisam continuar sendo educados, não com palavras carentes de exemplo, porque o jovem exige muito mais do que a criança a coerência entre o discurso e a ação, ele questiona: “Mas como me ensinas que devo agir assim se ages de outra forma?”. Este é o período em que o espírito demonstra seu caráter real e individual com toda a sua intensidade, e isso exige dos pais muito mais atenção, participação e acima de tudo amor.



O amor não tem hora nem tempo, não deixemos pra depois o abraço amigo, a palavra de carinho, a repreensão dada com respeito, para que ele aprenda que precisa respeitar e ser respeitado, sem agressões, sem gritos.



É o trabalho, a disciplina e o exemplo dos pais que moldam o caráter dos filhos e os preparam para uma vida útil e digna.

A prática do evangelho no lar, com todos os familiares que dividem a casa, é o exemplo da necessidade da fé e do estudo para irradiar e atrair o bem.



Vamos olhar os nossos filhos, netos, bisnetos nãos só como nossos herdeiros queridos dos bens materiais, mas também como alunos que precisam aprender e disciplinar-se para o mundo espiritual.



Se os exemplos e a atenção necessária não forem dadas no lar serão dados na rua pelos amigos, por aqueles que não são assim tão amigos, pelo traficante...

Se a educação moral não foi adquirida em casa, então, somente as provações, as aflições e os padecimentos poderão educar.





Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes. A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.

- “Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai”, disse o filho.

- “Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão.”

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos.

Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram ásperas e quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:

- “O que você está fazendo?”

O menino respondeu docemente:

- “Oh, estou fazendo uma tigela para você e a mamãe comerem, quando eu crescer.”

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.

Dali para frente e até o final de seus dias o avô voltou a comer todas as refeições à mesa com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.



E para finalizarmos uma pequena mensagem de Joana de Angelis mentora de Divaldo Franco: “Vive de tal forma, que deixes pegadas luminosas no caminho percorrido, como estrelas apontando o rumo da felicidade.”