Trabalho é exercício material ou intelectual para fazer ou conseguir alguma coisa. Ocupação em alguma obra ou ministério.
Na questão 674 do LE Kardec pergunta: “A necessidade do trabalho é uma lei da natureza? O trabalho é uma lei natural, por isso mesmo é uma necessidade e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta suas necessidades e prazeres.
Existem basicamente dois tipos de trabalho: o trabalho material e o trabalho moral.
O trabalho material é aquele que desempenhamos como profissionais e através do qual provemos o nosso sustento e o de nossas famílias. Ele também coopera para o nosso progresso intelectual como indivíduos e como sociedade.
Além disso no local de trabalho temos a oportunidade de conviver com pessoas diferentes de nós, com outra educação, outro entendimento da vida, e muitas delas com visões completamente diferentes das nossas, dos nossos valores e isso é uma ferramenta para o nosso progresso, pois necessitamos dos outros para evoluirmos, estamos sempre em processo de aprendizagem.
Algumas vezes as nossas imperfeições nos fazem cometer algumas escolhas erradas quanto ao nosso trabalho material como quando optamos por profissões visando apenas o retorno material sem considerarmos nossas verdadeiras aptidões. Assim nos tornamos profissionais frustrados quando poderíamos ter optado por aquela profissão que nos traria menor retorno mas nos tornaria mais felizes.
Alguns se dedicam à ociosidade, habituam-se ao descanso excessivo, às atividades fúteis e que não nos acrescentam nada, dedicando na elas horas e horas de seus dias, quando poderiam ocupá-las com atividades edificantes como uma leitura, uma visita a um enfermo, o auxilio aos filhos com o dever de casa, o culto do evangelho no lar e dessa forma exercer o trabalho moral. O descanso é necessário e merecido, mas deve ser dosado.
Outros, ao contrário, passam a viver para o trabalho, dedicando a este quase todas as horas de seu dia esquecendo-se de todo o restante: família, amigos, lazer, os necessitados que precisam de nossa atenção. Chegam um momento em que se tornam pessoas solitárias e sem um sentido na vida, pois a vida era o trabalho.
O trabalho deve ser parte, parte importante da nossa vida, mas não a nossa vida, pois dessa forma deixamos de lado o nosso trabalho moral como pais, filhos, cônjuges, como seres humanos, como espíritos em busca da evolução que é o que realmente somos.
O trabalho moral é o nosso objetivo nessa encarnação, estamos aqui para evoluirmos não apenas intelectualmente, mas principalmente moralmente. Pode ser realizado através da caridade, do auxílio ao próximo necessitado em instituições de auxílio ou até mesmo dentro de nossas casas, exercendo bem nossas funções de pais, filhos, cônjuges. Sendo tolerantes com os parentes difíceis, com os erros alheios, pois nós também erramos, exercendo como já nos foi dito diversas vezes não apenas a caridade material, mas principalmente a caridade moral.
Chegamos à Terra com uma bagagem de conhecimento que é nossa herança espiritual que nós mesmos construímos e da qual somos os herdeiros, se nada de novo fizermos ou aprendermos, voltaremos à espiritualidade sem nada acrescentar.
Cairbar Schutel nos diz o seguinte: “Felizes os que ao saírem desta vida, ao chegarem à Outra, puderem dizer: - trabalhei e lutei, não para encher as arcas de um tesouro aparente, fictício, mas para melhorar o mundo em que vivi, engrandecer as almas que comigo caminharam, aperfeiçoar a minha individualidade a fim de prepará-la para a posse da imortalidade.”
Muitos de nós nos dizemos despreparados para o trabalho no bem e vamos adiando e deixando passar as oportunidades que nos surgem no caminho.
Não precisamos esperar sermos perfeitos para realizar um trabalho no bem, se fosse assim não teríamos ninguém trabalhando em associações de caridade, centros espíritas, hospitais ou qualquer outro trabalho em prol do próximo, pois todos somos ainda imperfeitos. Precisamos ser verdadeiros e determinados na luta contra nossas más tendências.
No livro Nosso Lar pelo espírito André Luiz O Ministro Genésio faz a seguinte colocação: “Quando o servidor está pronto, o serviço aparece.”
Nenhuma oportunidade é dada àquele que ainda não dispõe de instruções armazenadas para desenvolver as tarefas, se a oportunidade surgiu é porque estamos preparados, só precisamos de comprometimento. Pois quando começa,os um trabalho no bem existe toda um equipe no plano espiritual que está contando conosco para a realização daquela tarefa, o trabalho existe em ambos os planos da vida e por isso devemos estar comprometidos com o trabalho a realizar.
Estamos às vésperas de um novo ano, é o momento de renovarmos propostas intimas onde a desculpa para assumirmos tarefas no campo do bem abra espaço para o compromisso com o trabalho para o nosso próprio bem.
Não adiemos indefinidamente o tempo de começar o trabalho. Nossos dias podem terminar, nunca sabemos quando a espiritualidade nos chamará para o outro lado da vida e podemos perder a grande oportunidade que a reencarnação nos ofereceu.
Emmanuel no livro Convivência nos diz: “A vida não nos pede o impossível para que nos integremos nos mecanismos da caridade, extinguindo as provações que atormentam a Terra, mas, para que o mal desapareça, espera de cada um de nós essa ou aquela migalha do bem.”
Não precisamos realizar grandes obras, mas pequenos trabalhos no bem, se não for possível auxiliar aos necessitados, auxiliemos àquele próximos mais próximo que está dividindo conosco o lar através da tolerância, do carinho, do diálogo, da compreensão.
No ESE cap. XXV item 4 os espíritos nos dizem o seguinte: “Caminha e chegarás. Encontrarás pedras sob os teus passos: olha, e tira-as tu mesmo; nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar."
Para encerrarmos gostaríamos de falar sobre uma publicação que certa vez vimos e que era formada por três quadrinhos:
No primeiro havia um jovem sentado junto a uma escrivaninha. Atrás dele, com as mãos em seus ombros, estava Jesus, convidando-o para cuidar, também, da bagagem espiritual, porque a viagem para a outra dimensão da vida, cedo ou tarde, é fatal... Ele respondia a Jesus que estava iniciando sua carreira e não tinha tempo para mais nada, talvez amanhã...
No segundo mostrava um homem de meia-idade. Ele era forte e bem vestido, e sua grande escrivaninha estava repleta de papéis, documentos e relatórios. Novamente, Jesus estava de pé, com as mãos em seus ombros, fazendo o mesmo convite, porém ele respondia: “Não tenho tempo estou ocupado, talvez amanhã...”
O último quadrinho mostrava um idoso de cabelos brancos junto à escrivaninha. Segurando em seus ombros não estava mais Jesus, mas a figura da morte que declarava: “Venho para você!” O homem de negócios com olhos medrosos respondia: “Vá embora morte, não a chamei.” Sem apelos o homem foi conduzido à outra dimensão da vida sem nada levar, pois para essa viagem apenas se leva a bagagem espiritual.
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