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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Quem é você?

   "A verdade é que somos ilustres desconhecidos de nós mesmos. Não fazemos ideia de quem somos e qual será nossos comportamento diante de determinada situação." Cavalcanti - Sândalo

   Há séculos Sócrates nos recomendou o "Conhece-te a ti mesmo". jesus nos inspirava a nos autoconhecermos quando nos disse: "Aquele que estiver sem pecados atire a primeira pedra."

   Como nos diz Cavalcanti na citação acima, mesmo com todas as recomendações ainda somos ilustres desconhecidos de nós mesmos. Não nos conhecemos e não temos interesse em fazê-lo.

   Conhecer a si mesmo consiste em fazermos uma autoanálise, observarmo-nos a fundo em nossas virtudes e defeitos. Porém é bastante difícil olharmos o nosso lado sombrio, isso dói, fere o nosso orgulho, a nossa vaidade. Nós o procuramos esconder até mesmo de nós.

   Mas ele está lá, dentro de cada um de nós, e quando menos esperamos, diante de determinadas situações, ele vêm à superfície com toda a sua força e sua fúria.

   Cabe-nos ter a serenidade de observar quando isso ocorre, quais as situações que mexem com o nosso íntimo despertando em nós sentimentos e atitudes que não nos julgávamos capazes.

   Trazemos conosco, em nossa bagagem espiritual, muitos de nós. Já fomos capazes de ações, palavras e sentimentos que hoje não acreditamos ser capazes. Atitudes que muitas vezes julgamos no outro como inadequada, criminosa e até mesmo hedionda. 

   Mas não paramos para pensar que provavelmente já fomos capazes dos mesmos atos e não sabemos se diante de determinadas situações não tornaríamos a repetir o ato impensado. Se observarmo-nos bem atentamente, cada um de nós é capa de identificar quais são as suas fraquezas, quais os pontos a corrigir, quais  o nosso lado obscuro. Todos sabemos! 

   Não nos escondamos de nós mesmos. Já perdemos tempo demais, é chegado o momento de rever-nos, de olhar no espelho sem medo do que iremos refletir. E sem culpas, sem traumas, aprendermos a lidar conosco, a controlar nossos impulsos e mais do que isso a sublimá-los, transformando-os em ação no bem.

   Imensa é a importância do conhece-te a ti mesmo! Que nos fique a pergunta de Shakespeare: "Ser ou não ser? Eis a questão!"

   "Quem somos nós? Quem é você?"

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Fazer o bem... só isso

   "Se os líderes das diferentes facções religiosas finalmente compreendessem que devem pregar em suas práticas o entendimento e a união entre todas as criaturas, deixariam de criticar a crença alheia e de divulgar que apenas a sua igreja oferece as bençãos celestiais. Ao usar o bom senso, espelhando-se nos erros cometidos pelas religiões no passado, não cometeriam os mesmos equívocos que poderão causar-lhes constrangimentos futuros." Octávio Serrano - O Clarim março/2012.

   A verdadeira religião, a que foi pregada por Jesus, é o amor, a prática do bem. Ele, o Mestre sublime jamais pregou quais ritos, cultos ou rituais deveriam ser seguidos. Ele pregava a comunhão com Deus através do amor e da prática do bem.

   Fazer o bem sem olhar a quem, já dizia o antigo adágio popular. Fazer o bem a todos que por nós procuram, fazer o bem a todos os que necessitados nos batem a porta, fazer o bem aos que sofrem e que precisam de uma palavra amiga, um gesto de carinho.

   Não é necessário nem justo perguntar-lhes qual a religião que professam, nem quais as suas crenças, nem quais os seus princípios e valores. Não nos cabe tampouco a razão de suas dores. jesus auxiliava sem nada perguntar nem exigir em troca, apenas aconselhava a seguir em frente sem pecar mais.

   Sejamos o bálsamo àqueles que sofre sem indagar-lhe de suas vidas. É preferível que sequer saibamos o nome  daqueles a quem estendemos a mão para que na nossa vaidade, de espíritos imperfeitos, não nos gabemos daqueles a quem auxiliamos num momento de dor.

   A verdadeira religião? Fazer o bem... só isso!!!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Felicidade e Amor-próprio

   "Felicidade real somente pode ser aquela que não depende de nada, afinal, quando somos felizes por causa de 'alguma coisa' se perdermos essa cisa, perderemos da mesma forma a felicidade." Roosevelt - terapia Anti-queixa.

   Com o passar do tempo, com o amadurecimento que ocorre com todo indivíduo psicologicamente normal, a criatura vai compreendendo que a verdadeira felicidade está dentro de si mesma.

   A felicidade não pode e não deve ser colocada num determinado objetivo, ou em determinadas pessoas. A felicidade deve ser buscada dentro de cada um de nós. Nos menores detalhes, nos pequenos momentos, na gratidão ao Criador pela oportunidade da vida que nos proporciona oportunidade de crescimento como espíritos imortais.

   Muitas pessoas dividirão conosco a encarnação, estarão ao nosso lado em muitos momentos, compartilharão conosco momentos de alegria e nos consolarão nos momentos de dor, e precisarão do nosso ombro amigo nos seus momentos de angústia. Mas seguirem0os nossos caminhos e nem sempre esses queridos seguirão conosco.

   Na maior parte das vezes seremos apenas nós, nossas crenças, nossos valores, nossos pensamentos. É preciso que sejamos boas companhias para nós mesmos, que não nos martirizemos, que nos sintamos felizes conosco, porque a nossa felicidade não é responsabilidade de mais ninguém, apenas nossa.

   Não confundamos amor-próprio com egoísmo, não estamos sendo egoístas por nos amarmos, por pensarmos em nós, em nosso bem-estar. Egoísmo é o exagero, mas tanto o exagero quanto a falta nos são prejudiciais. saibamos buscar o equilíbrio, nos amando e compartilhando esse amor com os que nos rodeiam.

   É muito mais fácil amar alguém que se valoriza, que se ama, do que aqueles que estão queixosos. 

"Quem se ama, imuniza-se contra as mágoas, guarda serenidade perante acusações, desapega-se da exterioridade como condição para o bem-estar, foca as soluções e valores, cultiva indulgência com o semelhante, tem prazer de viver e colabora espontaneamente com o bem de todos e de tudo.
Quem se ama, aprende o sentido impermanente e transitório da vida e se desprende de tudo aquilo que possa lhe aprisionar e impedir sua evolução.
Quem se ama, dispensa a imponência das máscaras e é feliz por ser quem é." Ermance Dufaux - Escutando Sentimentos

domingo, 20 de maio de 2012

Amar ao Próximo como a Si Mesmo


Neste capítulo do Evangelho segundo o espiritismo, Jesus nos prescreve a maior de todas as leis, a lei do amor:

Nos diz no item 1: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vossos coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito, é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis o vosso próximo como a vós mesmos.”

E Jesus também nos ensinou como fazer isso, no item 2:

“Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam.”

Ao longo de nossa evolução como espíritos que fomos criados simples e ignorantes, tínhamos inicialmente apenas instintos, ao avançarmos na evolução passamos às sensações e hoje engatinhamos a caminho do amor ensinado pelo Mestre.

Ele, Jesus, foi a personificação do amor na Terra, veio como homem, igual a todos nós de carne e osso nos ensinar o que seríamos capazes através do amor. Ele foi o exemplo daquilo que ensinou.

Não fazia distinção entre aqueles que o procuravam, atendia a todos que pediam a sua ajuda, sem julgar a ninguém. Aconselhava, ensinava, guiava sempre respeitando o nível evolutivo e a capacidade de compreensão de cada um. Não julgou a mulher adúltera, nem o cego e não indagou as razões das chagas do leproso, apenas ajudou e seguiu aconselhando que não pecassem mais.

            Mas nós ainda não aprendemos esse amor, ainda estamos muito mais próximos das sensações do que dos verdadeiros sentimentos. Ao contrário de Jesus, nós julgamos antes de amar.

            Conta a mitologia Grega que havia um homem chamado Procusto. Procusto tinha uma cama de ferro com as suas medidas exatas. Então, ele costumava capturar pessoas, amarrá-las na cama de ferro e verificar suas medidas, se a pessoa se encaixasse perfeitamente, era libertada, se fosse menor que as medidas da cama era esticada e se fosse maior, podemos concluir o que ele fazia com elas...

            Mas por que essa história em meio ao assunto amar ao próximo? Porque nós ainda agimos como Procusto. Nós medimos as pessoas ao nosso redor conforme as nossas próprias crenças, valores e princípios e se elas não se encaixam, nos julgamos incapazes de amá-las dessa forma e queremos modificá-las.

            Nós procuramos fazer com que o outro seja da forma como julgamos que seria o melhor para eles e para nós. Mas como poderemos saber qual o melhor caminho para o outro? Cada um tem suas necessidades evolutivas e não podemos julgar as escolhas alheias.

            Fazemos isso dentro da nossa casa, quando queremos que o esposo, a esposa se encaixe nos nossos sonhos e se isso não acontece nos desiludimos. Ao invés de procurar compreender, aprender a ver as virtudes daquele que divide conosco o lar, nós nos fechamos, acreditando que fomos enganados, iludidos.

            Fazemos isso com os nossos filhos, quando ao invés de guiar, aconselhar, que é o nosso papel como pais, nós impomos, e queremos nos intrometer nos menores detalhes de suas vidas: a carreira escolhida que deve ser aquela que julgamos mais apropriada, a nora ou genro que não nos agrada... E dessa forma afastamos de nós aqueles que amamos.
            Nós não sabemos amar, nosso amor, aquele que afirmamos sentir por nossos entes queridos, ainda é um sentimento egoísta, de posse, de apego.

            Richard Simonneti no Livro Amor Sempre Amor nos diz que: “Antes de amar o próximo é preciso aprender a respeitá-lo em seus direitos e necessidades”.

            Precisamos aprender a respeitar, somente respeitando o outro e entendendo suas dificuldades, aprendendo a valorizar suas virtudes, aprenderemos a desenvolver o amor verdadeiro.

            Mas devemos exercitar o amor não apenas na nossa casa, com a nossa família. Jesus nos ensinou que todos somos irmãos, todos ovelhas de um único pastor e portanto devemos nos amar uns aos outros.

            Se temos dificuldades de amar aqueles que conosco dividem a convivência diária, o lar, mais difícil se torna entre aqueles que nos são estranhos, que não mantém conosco laços consanguíneos.

 No ambiente de trabalho compreender as dificuldades dos colegas, que não pensam da mesma forma que nós, é difícil pois nosso primeiro impulso é o de julgar suas atitudes.

            Quando alguém bate a nossa porta e nos pede dinheiro, ou o flanelinha que se oferece para cuidar nosso carro, nosso primeiro impulso é o do julgamento: “Deve querer dinheiro para droga, para bebida”.

            Quando alguém adoece e nós conhecedores da lei de causa e efeito logo nos pomos a julgar, provavelmente é porque traz faltas terríveis de vidas passadas, certamente abusava da comida, do cigarro, ou da droga. Julgamos e não nos dispomos a ajudar. E essa ajuda pode muitas vezes vir através de uma visita, um telefonema, uma palavra amiga, uma prece. Nada disso nos custa um centavo, mas o fazemos?

            Quando alguém nos bate a porta, necessitando da nossa ajuda devemos sempre nos perguntar o que faria Jesus, ele faria um pré-julgamento? Viraria às costas ao necessitado dizendo ‘hoje não tenho nada não’? Julgaria as causas da doença daquele que se encontra debilitado? Certamente não.

            Madre Tereza de Calcutá nos disse certa feita: “Se você julga as pessoas não tem tempo para amá-las”.

            Hammed no livro As dores da Alma nos diz que: “A capacidade de amar está presente na alma humana, mas, para que floresça, exige maturação da consciência, isto é, aprimoramento dos sentimentos”.

            Deus nos criou para o amor, para que aprendamos a amarmos uns aos outros, nos deus os caminhos para que façamos isso: o respeito, a solidariedade, a fraternidade, a compreensão, a caridade...

            Deu-nos também muitos exemplos vivos do amor: Francisco Cândido Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Gandhi, Jesus... Seguir seus passos, depende de cada um de nós, da nossa evolução, do nosso livre-arbítrio, a escolha é nossa,

O caminho a percorrer para o amor verdadeiro pode ser longo ou curto, mas inevitável que um dia cheguemos até ele, o tempo vai depender de cada um de nós. A semente está dentro de nós, basta que tenhamos a paciência e o cuidado para fazê-la germinar.