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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Moratória

   "Toda vez que a justiça divina nos procure para acerto de contas, se nos encontra trabalhando em benefício do próximo, manda a misericórdia divina que ela retorne sobre seus passos sem data prevista de retorno." Emmanuel.

   Todos somos devedores da justiça divina. Trazemos em nossa bagagem espiritual carga imensa de dívidas e erros cometidos tanto nessa como em anteriores encarnações. Mais cedo ou mais tarde a justiça divina nos encontra para o devido acerto de nossas contas, para quitarmos nossas dívidas com ela e com o próximo.

   Mas não apenas através da dor resgatamos nossos erros. Algumas vezes arrependidos de andarmos a esmo pelos caminhos escuros e espinhosos, nos agarramos a luz que o Mestre nos  oferece e nos engajamos no trabalho do bem e do amor ao próximo.

   Porém, nem por isso deixamos de ter nossas dívidas com a justiça divina, mas ela passa a ser resgatada de outra maneira: através do amor. Concede-nos o Senhor indispensável moratória, através da intercessão dos amigos espirituais que nos guiam, auxiliam e protegem.

   "Moratória:  Espera, dilação que o credor concede ao devedor além do dia do vencimento da dívida. Ato de adiar os vencimentos das dívidas, suspendendo os pagamentos e ação da justiça."

   A dor é adiantada, interrompida, porque o Senhor necessita de nossas mão operosas e dispostas ao trabalho em sua seara. 

   Mestre amado, intercede por nós que, trabalhadores da última hora, cansados de nossos desacertos, cansados de andar nas trevas, cansados do mal que praticamos, estamos hoje nos agarrando a tua túnica, vira-te e olha por nós!

   "E se não for, Mestre Amigo, egoísmo de nosso coração intercede pelo amigo querido de todos nós, que se encontra ferido, enfermo. Permite-lhe Senhor uma moratória para que permaneça conosco, agora que encontrou o caminho que conduz a ti, sabes da grandeza de sua alma e de seu coração, do humilde, mas dedicado trabalho que realiza em tua seara. Intercede Senhor!"

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Correu, corri, corremos para Ele...

   Ontem a noite lendo "Saúde Mental à Luz do Evangelho do Dr. Inácio Ferreira, deparei-me com um capítulo que vinha perfeitamente ao encontro da postagem que fiz ontem sobre a reunião de preces e irradiações e sobre como muitas vezes nos afastamos do Pai e deixamos de receber os benefícios que essa relação mais próxima nos proporciona. Transcrevo na íntegra o capítulo e aconselho aos interessados a leitura do livro que trata de crônicas diversas sobre alguns trechos do Evangelho:

Correu para Ele:
   "E, levantando-se, foi para se pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou o beijou." - Lucas , cap. 15 v. 20
   Emocionante, este trecho da parábola do Filho Pródigo... O filho deliberou levantar-se e ir para o pai, mas o pai, ao ver seu esforço, não permaneceu imóvel: correu para ele! 
   É assim que Deus age conosco: ao perceber, em nós, a menor disposição para reconsiderar atitudes equivocadas, corre ao nosso encontro, fortalecendo-nos a vontade ainda débil.
   Todos os dias, o Criador deve permanecer na expectativa da criatura que vem caminhando de volta para Ele...
   Como, por exemplo a mão que, a todo momento abre a porta da casa na esperança de ver o filho ausente chegando de longa viagem, nosso Pai de olhos fitos na extensa planície que liga o Céu à Terra, anseia pelo nosso retorno ao seu Divino Regaço.
   Deus não permanece estático, incapaz de dar um passo sequer na direção do espírito arrependido...
Todavia, para que Ele se movimente em nosso favor, precisamos tomar a iniciativa de nos levantarmos e caminhar!
   No contexto da Parábola, fica subentendido que o pai, depois de abraçar e beijar o filho, que ainda vinha longe, o aliviou de todo o cansaço da jornada e, mesmo, sustentou-o em seus braços, no trecho que faltava percorrer.
   E, ouvindo as confissões do filho em torno dos deslizes que reconhecia ter cometido, sequer os comentou e não lhe teve uma única palavra de repreensão.
   Em sua grande alegria, limitou-se a recomendar aos servos: 'Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés...'

   Obrigada Pai pela sua infinita misericórdia, de sempre nos carregar nos braços, quando pródigos, arrependidos e maltratados pelos nossos próprios descaminhos, te batemos a porta."

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Em que momento tropecei?

   Hoje me perguntava ao retornar do recanto: "Por que deixei de ir às reuniões de prece e irradiações?"

   São reuniões em nossa Casa Espírita onde fazemos preces e vibramos por todos aqueles que necessitam, inclusive nós mesmos. Ao sair para que estamos flutuando, é uma sensação de paz que perdura, que nos mostra a irrelevância dos problemas do dia-a-dia e das picuinhas que criamos.

   O universo é tão infinitamente maior que os nossos problemas e que nós mesmos e nos oferece tantos motivos de alegria e de paz. O problema é que não prestamos atenção, não desaceleramos o passo para escutar a Providência Divina nos chamando à reflexão.

   Em que momento do caminho eu tropecei e esqueci o benefício desses momentos para o meu espírito, para o meu bem-estar? Não sei... mas sei o exato momento que me fez perceber o que estava perdendo, e ele se chama dor.

   Somente quando precisei de ajuda e os amigos espirituais de braços abertos me receberam e me auxiliaram foi que notei a quanto tempo eu não me dedicava a essa reunião que tanto beneficio proporciona. E em minha prece peço ao Mestre que não esqueça de me puxar as orelhas toda vez que do caminho eu desviar, que me chame novamente e me mostre o quanto o seu fardo é leve e o seu jugo é suave.

   Gratidão... quão altas são minhas dividas de gratidão aos amigos espirituais que me guiam e me iluminam o caminho, pois ao exercitar o autoconhecimento, não consigo encontrar motivo para receber tanto auxílio, tanta dedicação, tanto carinho. É, certamente, a infinita Misericórdia do Pai que não nos abandona, por mais que andemos nas trevas, por maiores que sejam os nossos erros!!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Espírita, eu?

   "O que nos caracteriza como espíritas não é termos conquistado o bem, mas o fato de estarmos cansados do mal. Somos espíritos que erramos muito no passado, nos saturamos em nossas dores e dificuldades morais e desejamos ardorosamente o bem, encontrando na fé raciocinada o estímulo ideal de desenvolvimento que nos fala à alma e ao coração." Andrei Moreira - Homossexualidade sob a ótica do espírito imortal.

   Muitas vezes escuto ao revelar minha crença na Doutrina espírita frases como: 'Sério? Mas não pareces espírita?' Isso me chateia bastante...

   Não sei ao certo qual a visão que as pessoas em geral tem dos espíritas, certamente, lembram-se do Chico e sua doçura, sua sabedoria, sua serenidade, sua bondade... Deve ser isso.

   Mas nós espíritas, acredito que não apenas eu, mas todos nós, estamos infinitamente distantes das virtudes do nobre representante da doutrina. Esse sim, soube fazer do Evangelho do Cristo não apenas teoria, mas prática diária, soube amar o próximo como a si mesmo, e talvez até muito mais. 

   Mas nós que encontramos em algum momento de nossa caminhada a Doutrina Espírita somos todos comprometidos, altamente comprometidos com nossos erros do passado, e estamos através dela procurando resgatá-los, reconhecer em nós mesmos as marcas de nossas mazelas, nossos desvios de conduta e a passos lentos, muito lentos mesmos, através do trabalho pelo bem do próximo,como instrumento dos amigos espirituais, pois são eles os verdadeiros responsáveis pelo trabalho, somos apenas instrumentos, resgatar nossa bagagem de erros e desvios, procurando transformá-los em virtudes.

   Somos espíritas, mas não perfeitos, ou nem estaríamos mais aqui. Somos espíritas, mas erramos, tropeçamos, caímos, somos ainda egoístas, vaidosos, orgulhosos... como qualquer espírito comum em nosso planeta. Apenas tateamos por um caminho cuja luz avistamos muito, muito ao longe. 

   Mas isso não nos impede de continuar, se ao voltarmos a cair em erros passados, desanimarmos e estagnarmos, não chegaremos a lugar algum. Ao cair, ao deixarmo-nos dominar por nossos homem velho, cabe-nos recomeçar, reconhecer o erro e procurar acertar da próxima vez. É o velho método da tentativa e erro.

   Felizmente, a misericórdia infinta do Pai não nos abandona, os trabalhadores da última hora, que somente agora saímos da inércia e abraçamos a reforma íntima.

   Espírita eu? Claro que sim!!! 

   "Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral,  e pelos esforços que faz para  domar suas más inclinações." ESE Cap. XVII item 4

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Porque mudar é preciso...

   "Como as heranças perturbadoras predominam nos comportamentos humanos, pela duração do período em que se estabeleceram, é necessário que novos hábitos sejam fixados, substituindo aqueles negativos, até poderem transformar-se em condutas naturais." Joanna de Angelis - Psicologia da Gratidão

   Todos temos hábitos arraigados em nossa personalidade, atitudes e ações que realizamos maquinalmente, sem pensar, e que nem sempre são agradáveis, muitas até prejudiciais a nós e ao próximo.

   Não me refiro aqui a vícios físicos, como fumar, beber, etc que são certamente bastante prejudiciais a nossa saúde e ao bom relacionamento com o nosso próximo. refiro-me, principalmente, aos nossos vícios morais, como a maledicência, a preguiça, a impaciência e tantos outros.

   Pregamos a reforma íntima, o melhorar-se a si mesmo para nossa evolução como espíritos imortais. Mas para isso precisamos conhecermos a nós mesmos: Quais os nossos vícios morais? É o primeiro passo... o reconhecimento, o autoconhecimento.

   Logo após precisamos começar a colocar em prática o ensinamento citado acima de Joanna de Angelis, ou seja, substituir hábitos ruins, por bons hábitos. Prática nada fácil, mas que deve ser iniciada lentamente, um pouco a cada dia, um dia de cada vez.

   Podemos começar procurando substituir nossos 'maus hábitos' pelo seu oposto imediato, o bom hábito correspondente:

   Trocar nossa impaciência e ansiedade pela calma e tranquilidade, procurando cultivar pensamentos que nos acalmem nos momentos difíceis, fazendo uma prece nos momentos em que imaginarmos que iremos 'perder a cabeça';

   No momento em que ouvirmos de nosso próximo uma palavra de ofensa, que nos desagrade, ou que nos magoe, trocar o revide, a desforra, pelo silêncio caridoso, procurando não exaltar ainda mais os ânimos. A primeira vez será bastante difícil, a segunda também, mas com o tempo tornar-se-á um hábito.

   Transformar nossa maledicência, nosso hábito de falar mau do semelhante, por conversas edificantes sobre um livro, um trabalho no bem, uma ideia construtiva e se formos falar sobre o nosso semelhante que seja para exaltar suas virtudes.

   Converter o hábito da inércia, da preguiça, as horas na frente da televisão ou do computador por algumas horas de nossos dias, de nossa semana, em função do próximo: fazendo uma visita ou um telefonema a um enfermo, uma visita a um orfanato ou creche carente, uma conversa amiga com aquele parente idoso com o qual poucos tem a paciência de sentar para conversar, pois ele repetirá novamente uma de suas velhas histórias.

   Fazer isso com um sorriso nos lábios, pois somos muitos mais necessitados de amor do que de pão.