Nova postagem no blog próximo sábado

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CARNAVAL


Pensei em escrever algo sobre o carnaval... mas meio sem tempo para fazer a pesquisa pois tenho uma exposição doutrinária no próximo sábado (a qual em breve estarei postando) fui dar só uma olhadinha na internet.
Encontrei dois textos fantásticos o primeiro é uma reportagem da Revista Visão espírita e o segundo é um texto de Emmanuel os quais trabscrevo na íntegra e creio que ninguém melhor que Emmanuel para nos falar sobre qualquer assunto (devo confessar que é o meu autor favorito juntamente com André Luiz).

O Carnaval na Visão Espírita

“Atrás do trio elétrico só não vai que já morreu...”. – Caetano Veloso
“Atrás do trio elétrico também vai quem já “morreu”...”.

Ao contrário do que reza o frevo de Caetano Veloso, não são somente os “vivos” que formam a multidão de foliões que se aglomera nas ruas das grandes cidades brasileiras ou de outras plagas onde se comemore o Carnaval.

O Espiritismo nos esclarece que estamos o tempo todo em companhia de uma inumerável legião de seres invisíveis, recebendo deles boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que nos encontremos. Essa massa de espíritos cresce sobremaneira nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval.

Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis. Se antes de compor sua famosa canção o filho de Dona Canô tivesse conhecido o livro “Nas Fronteiras da Loucura”, ditado ao médium Divaldo Pereira Franco pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, talvez fizesse uma letra diferente e, sensível como o poeta que é, cuidaria de exortar os foliões “pipoca” e aqueles que engrossam os blocos a cada ano contra os excessos de toda ordem. Mas como o tempo é o senhor de todo entendimento, hoje Caetano é um dos muitos artistas que pregam a paz no Carnaval, denunciando, do alto do trio elétrico, as manifestações de violência que consegue flagrar na multidão.

No livro citado, Manoel Philomeno, que quando encarnado desempenhou atividades médicas e espiritistas em Salvador, relata episódios protagonizados pelo venerando Espírito Bezerra de Menezes, na condução de equipes socorristas junto a encarnados em desequilíbrios.

Philomeno registra, dentre outros pontos de relevante interesse, o encontro com um certo sambista desencarnado, o qual não é difícil identificar como Noel Rosa, o poeta do bairro boêmio de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, muito a propósito, integrava uma dessas equipes socorristas encarregadas de prestar atendimento espiritual durante os dias de Carnaval.

Interessado em colher informações para a aprendizagem própria (e nossa também!), Philomeno inquiriu Noel sobre como este conciliava sua anterior condição de “sambista vinculado às ações do Carnaval com a atual, longe do bulício festivo, em trabalhos de socorro ao próximo”. Com tranqüilidade, o autor de “Camisa listrada” respondeu que em suas canções traduzia as dores e aspirações do povo, relatando os dramas, angústias e tragédias amorosas do submundo carioca, mas compreendeu seu fracasso ao desencarnar, despertando “sob maior soma de amarguras, com fortes vinculações aos ambientes sórdidos, pelos quais transitara em largas aflições”.

No entanto, a obra musical de Noel Rosa cativara tantos corações que os bons sentimentos despertados nas pessoas atuaram em seu favor no plano espiritual; “Embora eu não fosse um herói, nem mesmo um homem que se desincumbira corretamente do dever, minha memória gerou simpatias e a mensagem das músicas provocou amizades, graças a cujo recurso fui alcançado pela Misericórdia Divina, que me recambiou para outros sítios de tratamento e renovação, onde despertei para realidades novas”.

Como acontece com todo espírito calceta que por fim se rende aos imperativos das sábias leis, Noel conseguiu, pois, descobrir “que é sempre tempo de recomeçar e de agir” e assim ele iniciou a composição de novos sambas, “ao compasso do bem, com as melodias da esperança e os ritmos da paz, numa Vila de amor infinito...”.

Entre os anos 60 e 70, Noel Rosa integrava a plêiade de espíritos que ditaram ao médium, jornalista e escritor espírita Jorge Rizzini a série de composições que resultou em dois discos e apresentações em festivais de músicas mediúnicas em São Paulo.

O entendimento do Poeta da Vila quanto às ebulições momescas, é claro, também mudou:
- “O Carnaval para mim, é passado de dor e a caridade hoje, é-me festa de todo, dia, qual primavera que surge após inverno demorado, sombrio”.

A carne nada vale:

O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra.

Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade. A folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava bacanalia; na velha Roma dos césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, chamou-se saturnalia e nessas ocasiões se imolava uma vítima humana.

Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta, o de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos, em suma.

Bezerra cita os estudiosos do comportamento e da psique da atualidade, “sinceramente convencidos da necessidade de descarregarem-se as tensões e recalques nesses dias em que a carne nada vale, cuja primeira silaba de cada palavra compõe o verbete carnaval”.

Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo, que vê o corpo, a matéria, como inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento.

Esse comportamento afeta inclusive aqueles que se dizem religiosos, mas não têm, em verdade, a necessária compreensão da vida espiritual, deixando-se também enlouquecer uma vez por ano.

Processo de loucura e obsessão:

As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem preparativos organizando fantasias e demais apetrechos para o que consideram um simples e sadio aproveitamento das alegrias e dos prazeres da vida, não imaginam que, muitas vezes, estão sendo inspiradas por entidades vinculadas às sombras. Tais espíritos, como informa Manoel Philomeno, buscam vitimas em potencial “para alijá-las do equilíbrio, dando inicio a processos nefandos de obsessões demoradas”.

Isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por ano.

Esse processo sutil de aliciamento esclarece o autor espiritual, dá-se durante o sono, quando os encarnados, desprendidos parcialmente do corpo físico, fazem incursões às regiões de baixo teor vibratório, próprias das entidades vinculadas às tramas de desespero e loucura. Os homens que assim procedem não o fazem simplesmente atendendo aos apelos magnéticos que atrai os espíritos desequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, “em razão das preferências que acolhem e dos prazeres que se facultam no mundo íntimo”. Ou seja, as tendências de cada um, e a correspondente impotência ou apatia em vencê-las, são o imã que atrai os espíritos desequilibrados e fomentadores do desequilíbrio, o qual, em suma, não existiria se os homens se mantivessem no firme propósito de educar as paixões instintivas que os animalizam.

Há dois mil anos. Tal situação não difere muito dos episódios de possessão demoníaca aos quais o Mestre Jesus era chamado a atender, promovendo as curas “milagrosas” de que se ocupam os evangelhos. Atualmente, temos, graças ao Espiritismo, a explicação das causas e conseqüências desses fatos, desde que Allan Kardec fora convocado à tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos. Conforme configurado na primeira obra da Codificação – O Livro dos Espíritos -, estamos, na Terra, quase que sob a direção das entidades invisíveis: “Os espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações?”, pergunta o Codificador, para ser informado de que “a esse respeito sua (dos espíritos) influência é maior do que credes porque, freqüentemente, são eles que vos dirigem”. Pode parecer assustador, ainda mais que se se tem os espíritos ainda inferiorizados à conta de demônios.

Mas, do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus espíritos, quando, como já dito, sintonizamos na mesma freqüência de pensamento, também obtemos, pelo mesmo processo, o concurso dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de Jesus. Basta, para tanto, estarmos predispostos a suas orientações, atentos ao aviso de “orar e vigiar” que o Cristo nos deu há dois mil anos, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada. Esta última é a característica de espíritos como Bezerra de Menezes, que em sua última encarnação fora alcunhado de “o médico dos pobres” e hoje é reverenciado no meio espírita como “o apóstolo da caridade no Brasil”.

Fonte:
Revista Visão Espírita


Emmanuel fala sobre o Carnaval

Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.


É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.


Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.


Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.


Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.



É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.


Emmanuel
Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939 / Revista Internacional de Espiritismo, Janeiro de 2001.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Convite ao Perdão


O perdão, segundo a doutrina espírita, impõe o esquecimento da falta. Seria assim como se olhássemos aquele que nos feriu sem nenhum pensamento oculto ou ressentimento no coração.

Muitas vezes dizemos que esquecemos e quando temos a oportunidade cutucamos a pessoa dizendo, certa vez me fizeste isso, aquilo.


Perdoar incondicionalmente é não fazer o outro passar por constrangimentos para que o perdoemos. Assim não existe perdão. È apenas o nosso orgulho, a satisfação do nosso ego com a humilhação do outro.


Quando alguém nos faz algum mal, temos duas alternativas: nutrir um sentimento que nos faz sentir mal, igualando-nos ao outro em vibração, ou compreendê-lo, do mesmo modo que temos necessidade de ser compreendidos.


Quem não perdoa o ofensor está mais vinculado a ele do que imagina. A invés de afastar-nos, o ressentimento ainda mais nos aproxima daqueles que nos ferem. E ainda nos liga aqueles nossos desafetos do passado que podem estar só esperando uma brecha nossa para se aproximar.


Quando alimentamos alguma discussão com outra pessoa, ficamos a remoer o que dissemos, o que ouvimos e o que poderíamos ter dito. Dormimos com essa pessoa, levantamos com essa pessoa, ficamos com essa pessoa no nosso pensamento como uma idéia fixa.


Negar o perdão é manter-nos preso à pessoa que nos fez mal e mantê-la presa a nós, sem receber a misericórdia da desculpa de nossa parte, tão necessitados que também somos da bondade e do perdão dos outros. Jesus nos ensinou a perdoarmos não sete, mas setenta vezes sete.
Não somente os bens materiais nos prendem à Terra quando desencarnamos. Os laços de ódio também nos arrastam para regiões de sofrimento. Por isso Jesus nos recomendou e está lá no ESE cap. X item 5 reconciliar-se com os adversários enquanto estamos a caminho com eles. Porque depois fica muito mais difícil. Teremos que voltar e certamente acertar o que ficou pra trás, quando esse desacerto que poderia ser algo muito fácil de resolver não se transforma em obsessão e aí nos traz ainda maiores transtornos e sofrimentos.


O perdão é para quem dá, não para quem recebe. Quem perdoa tira de si, de seu coração e de sua alma, qualquer sentimento negativo que envolva ódio, mágoa ou desejo de vingança. Quem perdoa, perdoa a si mesmo. A mágoa, os ressentimentos, todos os outros sentimentos negativos que acumulamos no nosso períspirito podem provocar doenças no nosso corpo físico, muitos pesquisadores revelam que esse tipo de sentimentos são os maiores desencadeadores de depressão e até de vários tipos de câncer.


É evidente que aquele que agrediu, e agora recebe o perdão, poderá sentir certo alívio diante da generosidade do outro. Mas isso não o isenta de responder pelos erros que cometeu. O perdão não elimina o gesto do agressor, ele certamente terá que passar pelo processo de reparação para sua evolução e aprendizagem.


Todos nós somos devedores da lei divina, fraudadores da lei, por isso temos a obrigação de nunca ‘atirar a primeira pedra’ e de jamais apontar o dedo acusador para o nosso próximo.


Perdoar o nosso inimigo e não apenas isso, amar o nosso inimigo não é ter por ele afeição. É não lhe desejar o mal; é, mesmo sem verbalizar, não ficar feliz se algo de ruim lhe acontece. Infelizmente, é o primeiro sentimento que nos acomete quando sabemos que o outro de alguma forma, teve prejuízo, dizemos aquela velha frase: ‘a justiça tarda, mas não falha’.


Se ainda não somos capazes desse perdão incondicional, e a grande maioria de nós, com certeza não somos, oremos a Deus pedindo forças para continuarmos tentando. Se ainda não conseguimos ter uma afeição natural de amor por algumas das almas que transitam conosco, lembremos o ensinamento que pede que ao menos não tenhamos ódio, nem rancor, nem desejo de vingança.


No livro Depressão: causas, conseqüências e tratamento Izaias Claro nos diz o seguinte: “Você poderá estar pensando que é muito difícil perdoar sempre. Eu sei que em muitas ocasiões não é nada tão simples ou tão fácil de conduzir-se, mas (...) faça empenho, esforce-se, até conseguir perdoar com naturalidade, com espontaneidade. (...) Considere que o agressor é alguém tão infeliz ou perturbado em si mesmo que não necessita de seu ódio.”


Na grande maioria das vezes nós queremos que as pessoas ajam da forma como nós desejamos que elas o façam, que elas nos amem da maneira que nós a amamos, que elas nos dêem a atenção que julgamos que merecemos, que elas sejam da forma como nós as idealizamos, e quando isso não acontece nós nos magoamos e culpamos as outras pessoas por não serem da forma como nós gostaríamos que elas fossem. O que temos que entender é que cada um tem o seu tempo de amadurecimento, temos que entender que aquele que nos agride age dessa forma porque não sabe agir de outra forma, ainda não aprendeu, ainda não está preparado. É muito mais digno da nossa piedade que do nosso ódio. Precisa da nossa compreensão.


Para finalizarmos o nosso estudo de hoje temos uma pequena historinha:
Um sábio caminhava à beira de um riacho, juntamente com seus discípulos, quando viu um escorpião que lutava desesperadamente entre as águas para fugir da morte. O sábio agachou-se e tomou o animal peçonhento em uma das mãos, salvando-o da morte certa. Assim que foi recolhido, o escorpião picou a mão que o salvara. Num ato reflexo causado pela dor, o sábio deixou que o agressor caísse denovo na água do riacho. Agachou-se outra vez e apanhou o animal que teria perecido não fosse esse gesto. Entretanto, assim que o escorpião percebeu a mão do seu salvador, desferiu-lhe outra picada.
Um dos discípulos que acompanhava a cena, perguntou espantado:
- Por que o senhor o salvou novamente se da primeira vez o escorpião já havia ferroado a sua mão?
- Porque – respondeu tranqüilo o sábio – é da natureza dele ferir e da minha índole salvar.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Convite à Oração



“A oração é um plugue que conectamos à tomada divina onde haurimos forças necessárias para a nossa jornada.”
Após o Sermão da Montanha um dos discípulos perguntou à Jesus: - Senhor, por que orais tanto? Sempre quando terminadas as tarefas, por que buscais o silêncio e a oração? E Jesus esclareceu: A alma tem necessidade de oração, em maior dosagem que o corpo tem de pão. Orar é buscar Deus, penetrando nas mercês e haurindo resistência nos seus recursos divinos. O intercâmbio de forças com o Pai Criador restaura-as na criatura, e eu próprio nele encontro o reforço de sustentação para o messianato de amor em seu nome.

O Mestre sempre nos repetia: Orai e Vigiai. Orar párea sintonizarmos com as energias superiores e vigiar para que nossas fraquezas e os maus pensamentos não nos sintonizem com os nossos irmãozinhos ignorantes que podem nos influenciar negativamente.
O ensinamento da oração encontra-se em vários capítulos do ESE mas principalmente no cap. 27: “Pedi e Obtereis”.
Muitas pessoas se questionam do porquê devemos orar se Deus conhece as necessidades humanas e se as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. As preces podem não nos desviar dos problemas, mas são um bálsamo para nossa alma enferma. Tem o dom de nos ligar com os nossos Benfeitores Espirituais, carregar as nossas baterias e nos dar forças para suportar nossas lutas e vencer os obstáculos.

No LE questão 359 os espíritos nos dizem que as principais funções da oração são louvar, pedir e agradecer. Podemos Louvar que é assumir uma postura humilde perante a grandeza de Deus, podemos pedir o que necessitamos e podemos agradecer por tudo o que ele nos oferece.

Podemos orar por diversos motivos. Podemos orar por nós mesmos. Mas alguns desses pedidos não são atendidos da forma como gostaríamos e então nos revoltamos dizendo que Deus nos abandonou, quantos de nós aqui já não pensou isso em algum momento? Na verdade nossas preces foram ouvidas sim e analisadas pelos Benfeitores Espirituais. Se eles não nos atendem é porque nosso pedido poderia nos afastar do progresso espiritual. O sofrimento é agente curador de nossa alma doente pelos abusos do passado e precisamos passar por isso.

Devemos atentar também ao fato de que muitas vezes nós não colaboramos com as nossas preces, se pedimos saúde devemos cuidar da nossa saúde.
Nós agimos com Deus como a criança que cai e arranha o joelho, se ela olha em volta e enxerga a mãe é aquele berreiro para que a mãe venha e lhe dê um beijinho e console dizendo que já passou, mas se ela olha em volta e não enxerga a mãe, ela levanta passa a mãozinha para limpar o machucado e segue brincando. È assim que Deus quer que ajamos. Ele nos envia ajuda sim, mas para que nós mesmos nos ajudemos. Está no evangelho ajuda-te e o céu te ajudará.
Na questão 660 do LE diz que aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons espíritos para assisti-lo.

Podemos orar por outros encarnados que sofrem, pois a oração feita com amor mesmo que a pessoa a quem ela se direciona não tenha merecimento ou condições de receber os beneficio, recebe alívio e força, bem-estar e calma. Mas beneficia também a quem ora, pois sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece flores. É caridade. È amor ao próximo.
Na questão 320 do LE Kardec pergunta: Os espíritos ficam sensibilizados ao lembrarem-se deles os que amaram sobre a Terra? Mais do que podeis crer; se são felizes essa lembrança aumenta-lhes a felicidade; se são infelizes, são para eles um alivio.
A prece pelos desencarnados pode não mudar os desígnios de Deus, mas lhes traz alívio e conforto ao receber a energia amorosa dos entes queridos. Podem se conscientizar de suas faltas e buscar o bem pelo arrependimento. Atrai os epsiritos superiores para esclarecê-los e consolá-los.

Mas não devemos fazer a eles orações ansiosas com rogativas desequilibradas, não sabemos qual a sua situação e podemos perturbá-los mais do que ajudá-los, devemos orar com serenidade, calma, amor.
“A prece é uma cápsula de amor ministrada àqueles que sofrem mais do que nós”.
Algo semelhante ocorre quando praticamos o Evangelho no Lar como nos explicou na semana passada a nossa amiga Erabetia do DAFA. Nós emitimos luz que se espalha pela nossa vizinhança criando ao redor do nosso lar, da nossa quadra uma camada protetora. Imaginem que bom seria se todos o praticassem.

Na nossa Casa Espírita temos uma reunião pública de pereces e irradiações que ocorre nas quartas às 16hs e nas quintas às 20hs onde oramos por todos e convidamos todos que aqui estão que venham orar conosco.

Muitas vezes nos perguntamos: Qual a maneira correta de orar?
No LE questão 660 os espíritos nos esclarecem que o importante não é orar muito, mas orar bem. Preces espontâneas que venham do coração são muito mais eficientes que preces decoradas. Também não é preciso uma posição especial pois quem ora é a mente.

Para finalizarmos e reforçarmos o convite que Joanna de Angelis nos faz à oração temos uma mensagem dela no livro Messe de Amor psicografia de Divaldo Franco:
“Busca o coração de Jesus – o solo sublime – atingindo-o com a enxada abençoada da tua prece. Movimenta os teus esforços, e as sementes do céu, através d´Ele, se transformarão, oferecendo-te o pão necessário para uma vida feliz em teu roteiro de lutas.
Ora e suporta dores; ora e aceita as correções necessárias; ora e busca haurir forças para continuar.
Orando, chegarás ao Senhor, que te deu, na prece, um meio seguro de comunicação com a infinita bondade de Deus, em cujo seio dessedentarás o espírito aflito.”