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sábado, 27 de abril de 2013

De Bem Consigo

     "Existe um engano de perspectiva, um equivoco generalizado. As pessoas estão esperando que o casamento dê certo para que sejam felizes, quando é imperioso serem felizes para que o casamento dê certo." Richard Simonetti

     Não apenas na relação matrimonial, mas em todas as nossas relações nós temos por hábito esperar que os outros nos façam felizes. Colocamos a nossa felicidade na expectativa que fazemos do outro. O resultado disso certamente será a desilusão.

     O outro, seja ele nosso esposa (a), pai, mão, irmão, amigo... tem suas próprias características, virtudes, defeitos e atitudes que certamente nunca serão totalmente iguais as nossas. Por maior que seja a nossa afinidade com determinada pessoa, em algum momento de nossas vidas (ou em vários) discordaremos. O outro irá tomar atitudes que não seriam aquelas que julgávamos as mais acertadas. 

     E não há nada de errado nisso, muito pelo contrário, é nas diferenças que aprendemos e crescemos juntos. Se todos concordassem o tempo todo, além da monotonia em que se tornariam as nossas relações, não cresceríamos, não aprenderíamos, não haveria progresso, ficaríamos todos estacionários concordando um com o outro.

     Conviver é aprender a lidar com as nossas diferenças, através do diálogo saudável, da compreensão, do exercício da paciência e da arte de domar nosso orgulho.

     Além do mais, precisamos aprender a sermos responsáveis pela nossa própria felicidade, tomarmos as rédeas de nossas vidas. É preciso estar bem consigo mesmo, independente do outro, porque quando estamos bem conosco mesmo, estaremos bem com o outro é um ciclo natural.

     Ainda cultivamos a ilusão da alma gêmea separada no momento da criação... mera ilusão. Somos seres criados completos, necessitamos sim da convivência com o outro para que possamos crescer e evoluir, para formarmos a grande família espiritual que é toda a humanidade, mas somos completos. Não temos a necessidade do apego do desespero de ter alguém que seja aquela única criatura que nos completará para toda a eternidade.

     Amar é dar asas para que o outro voe, cresça, evolua, e isso não os levará para longe de nós, pelo contrário os trará para perto, porque gostam ali estar a nosso lado, porque isso traz bem-estar. Cultivemos nossas relações, mas não aprisionemos nossos seres amados. Sejamos felizes juntos, mas antes disso sejamos felizes conosco mesmo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Bem Aventurados

   Esse texto me lembrou meu avô e suas histórias de Portugal... como era bom ouvi-lo contá-las... e cantar com ele as musiquinhas que nos ensinava... quanta saudade daqueles olhos, marejados e saudosos, que nos miravam com tanta ternura!

  "Bem aventurados aqueles que compreendem meus passos vacilantes e minhas mãos trêmulas.
   Bem aventurados aqueles que levam em conta que meus ouvidos têm de se esforçar para captarem o que dizem.
   Bem aventurados os que percebem que meus olhos já estão nublados, e minhas reações, lentas.
   Bem aventurados os que desviam o olhar, simulando não ver o café que, por vezes, entorno sobre a mesa.
   Bem aventurados os que, com afável sorriso, contentam-me, concedendo-me alguns momentos para me falar de coisas sem importância.
   Bem aventurados os que nunca me dizem:'já me contou isso muitas vezes!'.
   Bem aventurados os que sabem dirigir a conversa e as recordações para as coisas dos tempos passados.
   Bem aventurados os que me fazem sentir que sou amado, e que não estou abandonado.
   Bem aventurados os que compreendem quanto me custou encontrar forças para carregar a minha cruz.
   Bem aventurados os que me facilitam a passagem para o mundo espiritual com amabilidade e boas maneiras." Izaias Claro - Viva Mais