"Ao perceber o nosso íntimo propósito de mudança, o mal que, durante séculos, acalentamos, como que esboça uma derradeira reação. Arregimentando forças, as trevas que nos reclamam a posse do espírito nos induze, a crer que, em vez da tão ansiada melhora, estamos piorando." Inácio Ferreira - Saúde Mental
Quando inciamos o trabalho dentro da casa espírita é comum ocorrerem fatos que nos levam a crer que ao invés de a nossa vidas estra melhorando, estamos piorando, tais como o surgimento de um problema na família, as repetidas dificuldades nos dias que temos trabalho no centro e que tentam de alguma forma nos impedir de chegar ou nos abalar psicologicamente.
Outras vezes são as repetidas vezes que escutamos de nossos entes queridos a velha frase 'nem parece espírita agindo desta forma' ou as reclamações constantes por estarmos nos dedicando demais ao trabalho na casa espírita e deixando de lado a família e o lazer.
Acontece que por muito tempo, séculos e séculos, dedicamos exclusivo culto ao lazer. Somos os trabalhadores da última hora, os últimos a buscarem o trabalho na vinha do senhor, estamos atrasados, necessário se faz colocar as mãos na charrua com empenho e dedicação para que tenhamos o direito ao salário no final do dia.
Como nos diz o Dr. Inácio Ferreira na citação que deu origem a este texto, todos esses fatos que nos atormentam quando começamos o trabalho no bem são as investidas daqueles nossos companheiros de outrora, com os quais dividíamos os nossos vícios, sejam eles encarnados ou desencarnados, a nos chamar de volta ao ócio, temendo perder nossa parceria no campo das paixões. E também do mal que ainda há em nós mesmos e que nos chama ao descanso e ao ócio.
Outras vezes, a dor nos visita neste instante, pois este é o momento em que estudando as causas e razões pelas quais encontramos percalços em nossa caminhada, estaremos mais bem preparado para enfrentar estas dificuldades do que antes sem nenhum conhecimento das causas passadas de nossas aflições.
Cabe-nos tomarmos consciência dessas investidas para que não sejamos atingidos por elas e desistamos do caminho ao qual demoramos tanto a tomar. Muitas serão as vezes em que nos perguntaremos se realmente estamos aprendendo algo, se realmente estamos evoluindo, se realmente estamos colocando em prática o que a Doutrina nos ensina.
A resposta é que estamos sim, estamos melhorando, estamos evoluindo, estamos hoje mais conscientes de nós mesmos do que antes. É preciso manter a fé, a confiança nos amigos e benfeitores espirituais que nos iluminam o caminho e nos convidam ao trabalho.
Não nos deixemos abalar tenhamos sim consciência de que somos ainda muito imperfeitos, de que erraremos ainda e muito, isso é humildade. Mas que estamos no caminho do progresso, estamos procurando nos melhorarmos, e isso já é um passo grande. Resistamos à tendência de nos acreditarmos perdidos, sem ajuda, sem perspectivas de melhora. Estamos sendo sempre amparados por benfeitores espirituais, principalmente quando nos dispomos ao trabalho no bem.