Em cada uma de nossas reencarnações recebemos um corpo material que será a casa do nosso espírito durante um certo tempo para que possamos passar por experiências que auxiliarão na nossa evolução.
Precisamos, por isso, cuidar dessa nossa casa para que possamos aproveitar com saúde essas experiências que a vida física nos proporciona.
No LE questão 718 Kardec pergunta aos espíritos: “A lei de conservação obriga o homem a prover as necessidades do corpo? Sim, sem força e saúde o trabalho é impossível.”
É permitido ao homem alimentar-se de tudo o que não lhe prejudique a saúde. Mas nós abusamos, exageramos à mesa com alimentos gordurosos ou nos infligimos regimes alimentares muito rigorosos e prejudicamos a nossa saúde.
Na questão 716 do LE Kardec pergunta: “A natureza não traçou o limite de nossas necessidades em nossa estrutura orgânica? Sim, mas o homem é insaciável. A natureza traçou o limite às suas necessidades no seu próprio organismo, mas os vícios lhe alteraram a constituição e criaram necessidades que não são reais.”
E na questão 715 “Como o homem pode conhecer o limite do necessário? Aquele que é sensato conhece pela intuição, muitos o conhecem pela experiência e à própria custa.”
A própria doutrina nos mostra que a falta de sensatez à mesa, o exagero ou o excesso de controle pode levar o homem a adoecer e dessa forma aprender através da dor nossa tão conhecida mestra na Terra.
Sobre isso nos diz Emannuel no livro Fonte Viva psicografia de Chico Xavier que o corpo físico nem sempre é tratado como um templo sagrado. Maltrata-se a delicada máquina orgânica. Os exageros à mesa ou a alimentação inadequada geram o excesso ou o baixo peso corporal que vão produzindo danos nos órgãos internos como coração, artérias, estomago que podem até levar ao desencarne prematuro.”
Mas Ayrtes não nos fala apenas dos alimentos físicos necessários ao nosso corpo físico, ele nos fala fala também de um outro tipo de alimento do qual nos esquecemos de nos nutrir e que é de extrema importância tanto para o nosso corpo físico, como para o nosso espírito. Esse alimento chama-se alegria.
Quando passamos por um momento de grande alegria parece que recarregamos nossas baterias e isso reflete no nosso corpo físico, nossos olhos têm outro brilho, o sorriso nos ilumina o rosto, até a nossa postura se modifica, é o espírito nutrindo-se e refletindo no corpo físico.
Muitos estudos científicos relacionam o aparecimento de doenças graves como o câncer com estados de depressão, stress e baixa auto-estima, ou seja com a falta de alegria.
Também existem trabalhos que procuram auxiliar tratamentos médicos através da alegria. Um exemplo são os doutores da alegria que são atores profissionais que visitam crianças e jovens hospitalizados e fazem brincadeiras relacionadas aos procedimentos médicos, os resultados são impressionantes e no mínimo aumentam a cooperação dos pacientes com o tratamento e principalmente a esperança.
O riso e o bom humor estão relacionados com o reforço do nosso sistema imunológico que protege o nosso organismo contra as doenças.
Quando exercitamos a alegria verificamos que as dificuldades na nossa vida têm como função despertar a criatividade, a reflexão, os recomeços.
Quando nos habituamos a nos lamentar das mínimas dificuldades, essa atitude passa a ser um padrão em nossas vidas e passamos ao mau humor, à raiva, estouramos por qualquer motivo e afastamos as pessoas.
Precisamos entender que a alegria é uma conquista de cada um e não reside nas coisas materiais.
Quando nos alimentamos de alegria, valorizamos as pessoas à nossa volta, e cada momento como um evento especial, nos enchemos de otimismo e esse sentimento se expande a tinge aos que estão ao nosso redor.
A alegria é contagiante, quando aqueles que estão a nossa volta estão alegres nós somos contagiados, sentimos crescer a esperança de que melhores momentos também chegarão nas nossas estradas.
Existem várias maneiras de proporcionarmos alegria e para isso não existem receitas. Se nos apoiarmos na doutrina espírita ela nos oferece um caminho através da caridade que proporciona alegria tanto a quem recebe quanto a quem oferta.
Nos relacionamentos em família, no trabalho: um sorriso, uma palavra de incentivo, sermos mais afáveis, comunicativos, atenciosos com os que nos cercam.
Observar as belezas naturais ao nosso redor, o calor e a luz do sol a aquecer e clarear nossos caminhos, a natureza a nos ofertar plantas, frutas, flores, pássaros, a nossa praia, a primavera que em breve chegará com toda a sua beleza, o dia que nasce após cada noite escura é Deus a nos dizer que está ao nosso lado, guiando nossos passos, nos erguendo quando caímos, segurando nossas mãos, e que nunca estamos sós, que somos protegidos por amigos espirituais que auxiliam na nossa evolução e isso tudo é mais do que motivo para que sejamos infinitamente alegres.
Para finalizarmos uma mensagem de Meimei psicografada por Chico Xavier:
Alegria é o cântico das horas com que Deus te afaga a passagem no mundo.
Em toda parte, desabrochando flores por sorrisos da natureza e o vento penteia a cabeleira do campo com musica de ninar.
A água da fonte é carinho liquefeito no coração da Terra e o próprio grão de areia, inundado de sol, é mensagem de alegria a falar-te do chão.
Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça tristeza entorpecente nos outros.
Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.
Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.
A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse para renovar-se diariamente em festa de amor e luz.
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