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sexta-feira, 30 de março de 2012

Um Outro Sabor

   "Deus nos deseja purificados e redimidos, mas não nos atropela, nem exerce sobre nós qualquer pressão insuportável ou deformadora. Prefere que cresçamos, física e espiritualmente, segundo nosso próprio ritmo pessoal, dentro de um esquema em que o máximo possível de espaço nos é concedido para fazê-lo." Hermínio Miranda - Nossos Filho são Espíritos.

   Deus nos criou a todos simples e ignorantes, não privilegiou a nenhuma de suas criaturas com maior ou menor perfeição. Todos iguais, com o objetivo final da perfeição.

   Nos permitiu buscá-la por nossos próprios passos, nosso livre-arbítrio, nosso trabalho e nosso mérito.

   Muitos de nós nos perguntamos porque então Deus já não nos criou a todos perfeitos e cheios de qualidades, ainda conhecemos muito pouco sobre Deus e sua infinita sabedoria, mas se pararmos para pensar um pouco e podemos fazer um comparativo que, dadas as devidas proporções, nos mostrará porque Deus age desta forma.

   Imaginemos um homem que pela força de seu trabalho, sua persistência, seu espírito empreendedor sai de uma vida humilde e cheia de dificuldades e constrói uma vida financeiramente seguro e até bastante confortável para sua família. Os filho quando nascem este homem já possui condições de proporcionar-lhe o conforto, os bens materiais que ele não teve. Esta muitas vezes é a preocupação dos pais que descuidados esquecem de fornecer aos filhos o mais importante: a educação moral.

   Este filhos que já nasceram no luxo, cercados de todos os tipos de facilidades dificilmente saberão valorizar o trabalho e o dinheiro conquistado com o suor do próprio rosto, salvo exceções.

   E assim somos nós, se não conquistássemos nossas virtudes através do suor de nosso rosto, de nossas dores, dos sofrimentos, das experiências e da vivência, não saberíamos valorizá-las. Tudo o que conquistamos por nosso próprio mérito tem um outro sabor, é nossa conquista, tem maior valor para cada um de nós.

   O Pai em sua infinita sabedoria nos permite evoluir por nossos próprios meios respeitando o tempo de cada um, suas dificuldades, suas fraquezas, e ainda em sua infinita misericórdia nos concede a ajuda dos amigos e benfeitores espirituais a nos guiar no caminho.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Saldo Devedor

   "Tenho 50 anos de espiritismo, mas nem um dia de Evangelho" - Inácio Ferreira

   O Dr. Inácio Ferreira quando encarnado foi médico psiquiatra e diretor de um sanatório em Uberaba, muito colaborou para o progresso moral dos espíritos que lhe chegavam ao regaço como pacientes, filhos de seu coração. Realizava reuniões mediúnicas com a ajuda de seu braço direito Manoel Roberto e da médium Dona Maria Modesto Cravo onde auxiliavam os espíritos vinculados aos pacientes a encontrar o caminho do perdão e do bem.

   Espirituoso e bem humorado, no plano espiritual ele continua seu trabalho como médico psiquiatra auxiliando os espíritos necessitados e nos presenteia, a nós encarnados, com a psicografia de alguns excelentes livros.

   Lendo uma destas obras, encontrei esta frase que demonstra toda sua modéstia e humildade.

   Um homem que muito fez e faz pelo seu próximo, mesmo com seu jeito algumas vezes bruto e até irônico, mas sempre muito direto e objetivo.

   Me pego a pensar se ele que tanto fez pelo próximo e ainda faz, acredita-se um espírita há 50 anos, mas sem nenhum dia de Evangelho e eu? Como estarão minhas contas?

   O Dr. Inácio empatado, 50 anos de espiritismo e 0 de Evangelho.

   Eu, Fernanda Geri, 7 anos de espiritismo e um saldo devedor inumerável de Evangelho (talvez - 300 anos o que dá aproximadamente - 109.500 dias), preciso começar imediatamente a aplicação do Evangelho em minha vida diária, estou no vermelho!!! 

   Não que a cor vermelho seja ruim, muito pelo contrário, diga-se de passagem é minha cor favorita, é a cor do meu Internacional, mas isso não vem ao caso...

   Estar no vermelho com o Pai maior é que não é bom, pra chegar ao empate do Dr. Inácio fico imaginando quanto ainda terei de caminhar, isso quando aprender a caminhar, pois no estado evolutivo em que me encontro, ainda estou engatinhando. Mas o Pai misericordioso me auxiliará, com certeza, com a inspiração dos Benfeitores Espirituais auxiliará a todos nós!

   E você amigo leitor? Já fez o seu cálculo? Qual o seu saldo devedor?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Herdeiros de Nós Mesmos

   "A primeira coisa a desaprender com relação às crianças é a de que elas herdam características psicológicas, como inteligência, dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia, doçura ou agressividade. Cada ser é único, em sua estrutura psicológica, preferências, inclinações, idiossincrasias. Somente características físicas são geneticamente transmissíveis. Quanto ao mais, não." Hermínio Miranda - Nossos Filho são Espíritos.

   Tudo o que nossos filhos herdam de nós faz parte do corpo físico, apenas características físicas como cor dos olhos, cor da pele, propensões à desenvolver determinadas doenças entre outros.

   As características psicológicas, referentes à personalidade, preferências, gostos, dotes artísticos, caráter não são transmitidos geneticamente, são heranças que o próprio espírito traz de si mesmo, de suas experiências em vidas anteriores.

   É certo que muitas vezes acompanhamos casos de famílias em que muitos possuem determinado dote artístico ou determinada propensão a optar por certa carreira profissional, mas isso não se dá por transmissão genética, mas por afinidade, são espíritos semelhantes que se atraem para que um auxilie o outro ou porque possuem compromissos e sentimentos entre si.

   Outras vezes observamos crianças que nascem com características psicológicas totalmente diferentes dos pais, é o filho problemático que nasce em meio a família bem estruturada moralmente, este vem para aprender com esta família, talvez por compromissos passados entre os membros ou por aceitação da família em receber o espírito necessitado de auxílio para progredir.

  Ocorre também o surgimento de espíritos mais desenvolvidos moralmente em meio a famílias desestruturadas e problemáticas, este vem muitas vezes com  a missão de ser o elo de ligação e o ponto de luz entre os espíritos necessitados, vem para auxiliar, para conduzir os demais no caminho  do bem.

   O que salientamos é que as características psicológicas não são transmitidas de pais para filhos, é herança única, própria do espírito, portanto cai por terra alguns medos ao adotar uma criança. O medo de a criança possuir caráter duvidoso herdado dos pais que não nos são conhecidos é infundado.

   Este espírito trará consigo características que lhe são próprias e não herdadas. O único imprevisto poderá ser a herança genética de propensão a desenvolver determinadas doenças físicas, mas mesmo que isso ocorra quem garante que nós, os pais do coração não teremos a capacidade e o dever de cuidar desse espírito nesse momento, auxiliá-lo, talvez não com o nosso sangue, mas com o nosso afeto, nosso carinho, nosso amor.

   Por que esse pode ser um filho querido de outras vidas que nos volta aos braços, não pelos laços do sangue, mas pelos do amor, amor que em outras vidas o negamos e que hoje é nosso dever e nossa vontade dedicar-lhe.

   Pensemos sobre isso...


"Filhos do Coração
Os homens, preocupados com o pão de cada dia cultivam a semente.
Para assegurar o reconforto protegem as árvores.
Envidam esforços para preservar os animais, as plantas, os rios, a natureza enfim.
Pensam no futuro do planeta e desejam semear desde agora, a certeza de um futuro promissor.
Movimentam-se homens em prol da vida, expondo a própria vida em defesa dos animais marinhos, com a intenção de protegê-los.
Cientistas e pesquisadores dedicam-se a cultivar, em cativeiro, animais prestes à extinção.
Todos esses esforços são nobres, todavia, temos nos esquecido da orfandade que se alastra assustadoramente. Não temos protegido a infância que representa o porvir que a todos nos espera.
Crianças caminham desoladas e sós, chorando a ausência do braço paterno, ou se lastimam ante a falta do regaço materno que a morte suprimiu.
Assemelham-se a frágeis lírios expostos aos golpes do granizo, a perambularem sem rumo, sem amparo, sem esperanças...
São pequeninos filhos de Deus, em plena aurora da vida, esperando de nós apoio e assistência.
Não nos julguemos exonerados do dever de amparar os órfãos com os quais nos defrontamos na marcha. Se Deus os coloca em nossa caminhada, é porque espera de nós a demonstração de solidariedade e amor.
Esses infantes esperam guiar-se por nossos passos, orientar-se por nosso verbo, conduzir-se pelos nossos exemplos, para mais tarde, devolver-nos a mensagem que hoje lhes mostramos, já que são o germe do futuro.
O mundo de hoje é o retrato fiel dos homens de ontem que no-lo transmitiram com as qualidades e os defeitos de que se nutriram no campo das próprias almas.
Assim, a Terra de amanhã será, inelutavelmente, o reflexo de nós mesmos. E a infância colorirá o futuro ou o ensombrecerá, conforme tenha recebido de nós, hoje.
Lembremo-nos de que, pela lei de reencarnação, nesses filhos de ninguém, pode estar um afeto do nosso coração a rogar-nos braços amigos e o aconchego do lar e da família que não possuem.
Os laços do afeto não se desenvolvem somente na família consanguínea. Nós os podemos construir a cada instante, acolhendo um desses pequeninos sem pais, para num futuro mais ou menos distante, recolher os frutos da semeadura de agora.
Não nos comovamos tão-somente perante o sofrimento que sufoca milhares de pequeninos. Façamos algo. Abramos as portas dos nossos corações e dos nossos lares para acolher um filho alheio, que em realidade é um filho de Deus e, por conseguinte, um irmão nosso."

Equipe de Redação do Momento Espírita

terça-feira, 27 de março de 2012

Desentendimentos

   "É natural que o céu de qualquer relacionamento nem sempre seja tranquilo, particularmente quando são parceiros que comungam mais profundamente as expressões do amor, trabalhando em favor da família, mantendo a estrutura do lar e o equilíbrio dos familiares. Não obstante, as nuvens das incompreensões logo são aclaradas pelo sol da razão que chega através dos diálogos saudáveis, facultando o entendimento daquilo que permaneceu obscuro." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito.

   Ah os desentendimentos... algumas vezes nos tiram o sono. Principalmente no lar, entre aqueles que mais amamos.

   Nosso ideal é que sempre sejam tranquilos os relacionamentos, mas somos espíritos ainda em evolução, temos nossas inseguranças, nossos temores, nossas falhas. Pensamos diferente uns dos outros, porque somos seres individuais e únicos e isso, algumas vezes, gera conflitos, atritos entre aqueles que convivem no mesmo lar.

   A vida em família, o relacionamento conjugal como nos diz Joanna de Angelis no trecho acima nem sempre será um mar de rosas, a maior parte das vezes não  será. Mas caberá a nossa capacidade de amar e de compreender a manutenção e consolidação destes relacionamentos.

   Estamos todos no mesmo barco, espíritos em evolução, buscando o progresso através da compreensão de nós mesmos e do próximo. Necessitamos destes relacionamentos para crescer como espíritos imortais. É apenas através da convivência que evoluímos, sozinho não saímos do lugar, permanecemos estacionados em nosso egoísmo.

   O diálogo franco e aberto será sempre a melhor solução para qualquer desentendimento. Colocará os pingos nos is. O que não devemos é agir de "cabeça quente", na hora da raiva, pois a chance de colocarmos tudo a perder por uma bobagem é de 110%.

   Aguardemos o melhor momento, em que ambos estejam dispostos ao diálogo amigo e sejamos fraternos uns com os outros nesse momento. Pois muitas vezes necessitaremos da compreensão que hoje dispensamos ao outro. Somos imperfeitos, muito imperfeitos e precisamos compreender para sermos compreendidos, consolar para sermos consolados, perdoar para sermos perdoados e principalmente amar para sermos amados. (como diria Francisco, o de Assis)

domingo, 25 de março de 2012

Minha Guerra

   Travei outro dia terrível guerra íntima entre aquilo que um dia fui e não quero mais ser e aquilo que quero ser.

   Aquilo que um dia fui rugia dentro de mim como um animal em fúria quase a me rasgar o peito para mostrar-se em toda sua ira e gritar seus desesperos.

   Mas aquilo que quero ser tentava herculeamente controlar o animal selvagem. Argumentando que a raiva, o desespero, o orgulho ferido são maus conselheiros.

   E o animal feroz e irracional tentava mostrar suas garras afiadas para rasgar o mundo e destruir o que cruzasse seu caminho.

   Aquilo que quero ser procurava manter o controle, argumentando que um segundo de insensatez pode por a perder aquilo que levou-se anos para construir. Que as coisas nem sempre são como  os olhos do orgulho as enxerga. Na verdade, nunca o são. É preciso observá-las com o olhar do amor e da bondade.

   Mas o animal ainda rugia, rosnava e uivava em mim.

   Quem vence esta guerra?

   Ainda não sei! 

   Mas esta batalha, com esforço hercúleo em uma luta entre Davi e Golias, venceu o que quero ser.

   O animal foi sedado por palavras sábias e amigas, pela prece e pela procura da sintonia com aqueles que no plano espiritual tem misericórdia desse espírito devedor que ora vos escreve.

  Mas ele ainda vive em mim e sei que pode despertar novamente em toda sua fúria. Está apenas adormecido, mas ainda vivo, eu sei, eu o sinto, escuto sua respiração agitada.

   Rogo a Deus e aos amigos espirituais que me dêem serenidade, harmonia e sabedoria para controlá-lo e um dia, quem sabe, domá-lo.