Exposição baseada no capítulo 'Concessões' do Livro da Esperança, espírito Emmanuel psicografia de Chico Xavier.
No dicionário concessão
significa ato ou efeito de conceder, licença, permissão; cedência de regalias.
Se pararmos para pensar no que é
concessão: uma licença, uma permissão, um empréstimo, um ato de confiança, de
alguém que acredita em nós e que por isso nos concede algo, nos concede uma
oportunidade, uma nova oportunidade...
Qual a maior concessão que
recebemos? A vida, a oportunidade de uma nova encarnação, um ato de confiança
do Criador na nossa capacidade de crescermos, de evoluirmos e de nos
melhorarmos.
E o que temos feito dessa
concessão de que fomos agraciados? O que temos feito das nossas vidas, dessa
nova oportunidade de nos melhorarmos?
Se analisarmos as 24 horas de
nosso dia verificaremos que passamos: 8 horas dormindo, 8 horas trabalhando, 4
horas estudando e outras 4 horas em outras atividades como lazer, família, etc.
Se analisarmos a hipótese de que
viveremos 80 anos, isso significa que, passaremos: 30 anos dormindo, 30 anos
trabalhando, 10 anos estudando e 10 anos em outras atividades.
Sabemos o quão necessário é o
nosso repouso e nosso trabalho para que possamos viver na Terra e mantermos
nossa família com o mínimo de conforto necessário. Sabemos também da
importância do estudo, tudo aquilo que aprendemos levaremos conosco gravado em
nosso espírito, devemos estar sempre aprendendo coisas novas, mantendo nosso
cérebro ativo.
E as demais atividades que
executamos por 10 anos de nossas vidas, como as estamos utilizando? Para estar
com a família ou desperdiçando na frente da televisão? Para visitar um amigo
enfermo ou estender à mão ao necessitado ou na conversa frívola sobre a vida
alheia? Pra nos reconciliar com o desafeto ou para estimular ainda mais nossas
desavenças? Para a festa regada a alcoólicos ou para nos engajarmos na tarefa
do bem em alguma instituição?
Em diversos livros da literatura
espírita e, principalmente em o Céu e o Inferno, um dos cinco livros da
codificação espírita, podemos encontrar vários depoimentos de espíritos que se
dizem infelizes e lamentam o tempo perdido em suas existências.
Emmanuel nos diz que a maior
vergonha para o espírito desencarnado, quando retorna ao plano espiritual,
consiste na tarefa não cumprida e nas tendências negativas não dominadas.
No livro da Esperança Emmanuel
nos diz que “um empréstimo fala sempre
da generosidade do credor que concede, mas revela igualmente, na contabilidade
da vida, o bem ou o mal que se faz com ele.”
Quando reencarnamos recebemos o
auxilio de benfeitores espirituais que nos auxiliaram na nossa programação e
que acreditaram nas nossas promessas de esforço e melhora. Como será que nos
apresentaremos frente a eles? De nada nos acusará a nossa consciência? Será que
estamos empreendendo todo o esforço possível para não nos sentirmos
envergonhados frente a estes espíritos amigos?
No livro Técnica de Viver Waldo
Vieira no fala que “requisitamos ofícios
de pai, mãe, esposa, filho, filha, irmão e irmã e tarefas múltiplas tituladas
diversamente no quadro das missões de natureza moral. Recebidas as concessões,
quando já nos achamos na oficina do mundo, não raro, ei-nos à caça de fuga,
incapazes de aceitar o trabalho que nos pertence.”
Quantas vezes nos pegamos a
lamentar o filho rebelde, o relacionamento difícil com este ou aquele familiar,
as dificuldades financeiras ou no trabalho, esquecemos que tudo o que hoje
colhemos foi plantado por nossas próprias mãos no passado e no plano espiritual
escolhemos enfrentar esse percalços para evoluirmos e resgatarmos nossos erros.
Forni no livro Enquanto Temos
Tempo nos aconselha: “Tudo na vida é uma
questão de prioridade. Se não priorizamos as aquisições do espírito imortal,
sempre estaremos a adiar tais conquistas.”
Analisemos quais são as nossas
prioridades, o que estamos valorizando nesta vida, estaremos dando o devido
valor ás conquistas do nosso espírito, trabalhando no bem, não apenas no
nosso próprio bem, mas no daqueles que
caminham ao nosso lado?
Repensemos nossas prioridades,
os verdadeiros valores, os do espírito, todo o bem que pudermos fazer contarão
em nossa consciência, em nosso retorno à verdadeira Pátria a espiritual.
No ESE cap II item 8 temos o
depoimento de um espírito sobre a sua dor ao chegar ao plano espiritual e
perceber o tempo perdido, interessante se pudermos depois chegar em nossas
casas e ler esse trecho do evangelho do qual vamos tirar apenas um pequeno
trecho onde ele nos diz o seguinte:
“Para se preparar um lugar neste reino (o dos céus), é preciso a
abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua prática celeste, a
benevolência para com todos; não se nos pergunta o que fostes, que posição
ocupastes, mas o bem que haveis feito, as lágrimas que enxugastes.”
Para finalizarmos trouxemos uma
pequena mensagem para refletirmos:
“Não prefira o mais tarde ao agora no exercício do dever.
Entre a doação que você poderá fazer depois e o bem que pode fazer
neste momento, há um espaço infinito que, talvez, você não preencha.
Não confie em que a desencarnação lhe oferecerá asas para grandes voos
da caridade no céu do espírito.
Quem não se acostumou a caminhar no auxílio jamais planará no
benefício.
Não requeira para o futuro os compromissos do presente.”