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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Prece do Gaucho

Originalidade é tudo...





Prece de Gaùcho 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com
licença, Patrão Celestial
Vou chegando, despacito, enquanto cevo o amargo de
minhas confidências
Porque ao romper da madrugada e o descambar do sol,
preciso camperear por outras invernadas e repontar do
céu
A força e a coragem para o entrevero do dia que passa
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca
e rebenque e esporas
Se não se afirma nos arreios da vida, não se estriba
na proteção do céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço.
Ao romper da madrugada e o descambar do sol, tomara
que todo o mundo seja como irmão
Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros
o que não quero pra mim.
Perdoa, meu Senhor, porque rengueando pelas canhadas
da fraqueza humana
De quando em vez, quase sem querer, eu me solto
porteira afora...
Êtá potrilho chucro, renegado e caborteiro...
Mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito
Ajuda-me Virgem Maria, primeira prenda do céu
Socorre-me São Pedro, capataz da estância gaúcha
Mas pra fim de conversa vou te dizer meu Deus, mas
somente pra ti:
Que a tua vontade leve a minha de cabresto pra todo o
sempre até a querência do céu.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Criações Nossas

   "Quando alguém se permite a preservação do ressentimento em relação a outrem que lhe não haja correspondido à expectativa, acreditando-se em postura melhor, supondo-se merecedor de mais cuidadosa consideração, realmente se encontra no mesmo nível, porque a mágoa é escara moral de inferioridade e de presunção." Joanna de Angelis - Psicologia da Gratidão

   O ressentimento é filho dileto do nosso orgulho. Quando aqueles de quem esperamos não atendem nossas expectativas, nosso orgulho ferido nos leva a cultivar o ressentimento e a mágoa. 

   Acreditamos que o outro é responsável por preencher nossos vazios, corresponder nossos sentimentos, isso não é verdade, somos os únicos responsáveis pelo que sentimos e pelas expectativas que alimentamos. O outro é como é, não nos cabe modificá-lo, se criamos expectativas a seu respeito, essas são responsabilidade nossa, porque criação nossa. O outro não tem nenhuma obrigação com as nossas ilusões, porque muitas vezes sequer participou da construção das mesmas.

   O outro tem sua personalidade, seu modo de ser, para o qual muitas vezes fechamos os olhos e quando o enxergamos como realmente é, noa acreditamos enganados, iludidos pelo outro. Mas fomos nós mesmos quem nos iludimos, quem nos enganamos.

   Amar e conviver em harmonia é aceitar o outro com suas virtudes, seus defeitos, suas manias, seus maus humores, seus hábitos. Aceitar o outro, compreender, ser tolerante é o segredo de uma convivência harmônica e saudável, que deve ser pautada no diálogo construtivo para todos os envolvidos.

   Isso vale para qualquer relacionamento, entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, amigos. 

  Lembremo-nos sempre: somos os únicos responsáveis pelas expectativas e ilusões que criamos e alimentamos!!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Limpando o Sótão

"Somos a todo instante, tentados a encobrir nossas vulnerabilidades ou pontos fracos por não aceitarmos ser natural que parte de nós é segura e generosa, enquanto outra duvida e é egoísta. Faz-se necessário admitirmos nossos 'pecados' porque somente dessa forma iremos confrontar-nos com nossos sótãos fechados e promover nosso amadurecimento espiritual." Hammed - Renovando Atitudes

Em nosso nível evolutivo ainda estamos muito longe do total altruísmo, do amor verdadeiro ao próximo, do doar-se ao outro sem nada esperar em troca.

Estamos longe da perfeição... Como nos diz Hammed ainda guardamos em nós um sótão cheio de imperfeições, dúvidas, egoísmo, orgulho que procuramos manter fechado a sete chaves, escondido até mesmo de nós.

Fechamos nossos próprios olhos às nossas imperfeições, vestimos a máscara que a sociedade nos impõe para que sejamos aceitos no meio em que estamos inseridos e passamos a acreditar nessa máscara como o  nosso verdadeiro eu.

Varrer a sujeira para debaixo do tapete não irá resolver os problemas. Precisamos utilizarmos o autoconhecimento. Ensinamento que nos foi transmitido a milênios: o famoso "conhece-te a ti mesmo" jamais esconde-te de ti mesmo.

Vasculha teu íntimo, procura no âmago do teu ser todas as dificuldades  e imperfeições que assolam teu espírito, abre o sótão e dá início à grande faxina interior, encontrarás certamente manchas difíceis de remover, porque lá permaneceram por muito, muito tempo.

Certamente muitas manchas ainda permanecerão no sótão, mas procura não esquecer-te delas, mas não te culpes por não seres capaz de removê-las agora, existe um solvente muito eficaz chamado tempo, amadurecimento, conhecimento e compreensão que talvez ainda não tenhas disponível dentre teus materiais de limpeza.

Mesmo assim, é necessário utilizar-se de um detergente eficaz chamado auto-aceitação, para que o sentimento de culpa não espalhe odor desagradável por todo o ambiente. Jogue fora o sentimento de culpa, substitua-o pelo arrependimento sincero e pela vontade de resgatar os erros.

Abra as janelas da alma, deixe que novas idéias e novas esperanças perfumem o ambiente. Espalhe por todos os lados as flores da perseverança, da esperança e da alegria de viver. Espalhe o perfume do ânimo e da gratidão a Deus por dar-nos a cada nova encarnação a oportunidade de estarmos sempre limpando nosso sótão interior.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Onde Encontrá-lo?

   Lendo o livro do Dr. Inácio Ferreira "Saúde Mental à Luz do Evangelho" deparei-me com belíssimo capítulo sobre onde encontramos Jesus. Transcrevo-o na íntegra e aconselho a leitura do referido livro cujas crônicas são excelentes.

   "Haveis de procurar-me, e não me achareis..." João, cap. 7 v. 34

   "Jesus não se oculta de quem, verdadeiramente, o procura. Se o homem, porém, não o encontra, é porque não sabe localizar o seu paradeiro.
   Ao longo dos séculos, todos aqueles que buscaram o Divino Mestre sempre com Ele se depararam nos caminhos dos quais jamais se arredou...
   É evidente que o Cristo não se demora onde dele não precisam ou mesmo não queiram sua presença. 
   Inútil, pois, tentar achá-lo apenas e tão-somente nos livros que lhe resguardam a palavra ou ainda nos diversos templos que lhe reverenciam a memória.
   Quando ele esteve entre os homens, quais eram os seus lugares preferidos?
   As notícias confiáveis que até nós chegaram, retratando-lhe a trajetória, nos dão conta de que se fazia acompanhar por um séquito de necessitados de todas as procedências...
   Quando não estava cercado por um grupo de famintos a quem não cansava de alimentar, Jesus sempre era visto se dirigindo à casa de alguém, a fim de interceder por quem estivesse agonizando...
   De outras vezes, em meio à agressividade da multidão, defendia a dignidade da mulher aviltada publicamente ou, então, em simples conversa com os discípulos, colocava crianças ao colo e exaltava os simples e puros de coração...
   Se, periodicamente, visitava Jerusalém, a cidade dos Profetas, nela não se demorava mais que o necessário, tendo em vista os povoados pobres e vilarejos esquecidos pelos quais repetidamente peregrinava, anunciando a Boa Nova aos carentes de Justiça e aos sedentos de Amor...
   Amigo fiel dos amigos que escolhera, a não ser na hora do testemunho derradeiro, de nenhum deles nunca se apartou...
  Se nos dispomos, pois, a procurar por Jesus, segundo a lógica e o coração nos dizem onde ele costumava estar, para que com ele também estejamos, não nos será difícil a tarefa de encontrá-lo."

   Válido o nosso empenho em adorar a Deus e ao Mestre nos templos destinados a isso, extremamente válido também é o estudo das obras que falam de seus ensinamentos. Mas a teoria sem a prática é nula.

   Jesus dizia que veio para os enfermos e não para os sãos, estava sempre junto aos estropiados, aflitos, necessitados, se quisermos realmente encontrá-lo, é lá junto aos aflitos, consolando os que precisam do pão do corpo e do espírito que realmente o encontraremos.

domingo, 10 de junho de 2012

Errantes

   "Enquanto não atingirmos o estado de espírito puro, libertos da necessidade de reencarnar, todos, desencarnados e encarnados, podemos nos considerar espíritos errantes." Inácio Ferreira - Estudando Nosso Lar

   Na Doutrina Espírita são denominados de espíritos errantes aqueles que desencarnados ainda tem necessidade de reencarnar. Aqueles que estão no mundo espiritual esperando uma próxima encarnação seriam espíritos errantes.

   No dicionario Michaelis errante apresenta diversos significados: 1 Que erra, que se engana, que se equivoca. 2 Que procede mal; errado. 3 Que anda ao acaso; errabundo, vagabundo. 4 Pouco firme; vacilante. 5 Que ignora.6 Que não tem residência fixa; nômade.

   Se considerarmos o primeiro significados aquele "que erra, que se engana, que se equivoca" podemos pensar que todos nós, encarnados ou não, erramos, nos enganamos, nos equivocamos em vários momentos em nossa jornada rumo à evolução.

   O segundo significado aquele que "procede mal, errado" quantos de nós podemos dizer que o tempo todo agimos da forma mais acertada? Podemos até julgar que naquele momento estamos procurando agir da forma mais acertada, mas provavelmente estaremos enganados. Portanto, esse significado também abrange a todos nós, encarnados ou não.

   O terceiro significado aquele que "anda ao acaso, errabundo, vagabundo", alguns de nós podemos dizer que já não andamos mais ao acaso, que encontramos, finalmente, o caminho que nos leva ao Pai, que encontramos o caminho do bem, mas por quanto tempo andamos ao acaso, tateando sem encontrar um caminho?

   O quarto significado "pouco firme, vacilante", bom aí meus amigos, temos que convir o quanto ainda o somos. Somos pouco firmes e vacilantes quando ao sermos tocados pela dor que nos chega por corrigenda moral, plantada e semeada por nossa própria invigilância, vacilamos na fé, duvidamos, questionamos e algumas vezes até nos revoltados contra a Providência Divina, acreditando que somos vítimas de injustiça, quando na verdade somos apenas herdeiros de nós mesmos, de nossa incúria.

   O quinto significado aquele que "ignora", podemos dizer que, para alguns de nós, já conscientes da dos ensinamentos trazidos pela Doutrina Espírita, não se encaixa. Pois ignorantes já não mais somos, somos conscientes do certo e do errado e de nossa responsabilidade sobre nossos próprios atos. Certamente, um dia, quando o Pai nos criou éramos simples e ignorantes, mas hoje, essa desculpa, a da ignorância, não mais nos serve. 

   O último significado aquele que "não tem residência fixa, nômade", no momento não temos mesmo residência fixa, no mundo material tudo nos é empréstimo da Divina Providência para a nossa evolução, somente levaremos conosco para a verdadeira Pátria, a espiritual, aquilo que aprendermos.

   Cinco, dos seis significados, nos encaixam perfeitamente, portanto, como nos diz o querido Dr. Inácio no trecho que inicio nossa conversa, somos todos espíritos errantes, que erramos e erramos e erramos, mas que já estamos tateando o caminho do bem e procurando acertar desta vez!