"O sofrimento, por si só, não muda ninguém. O que muda é o aprendizado que cada um é capaz de fazer diante da dor que que nos visita." De Lucca - Cura e Libertação
Assunto comum nos meios religiosos, sejam eles quais forem é a questão do sofrimento, da dor. A dor é sempre vista como meio de ascensão aos mundo mais elevados, e categorias angelicais e sublimes.
A dor ensina, é mestra suprema, dizem muitos filósofos...
Porém, importante ressaltar é que 'hai que saber sofrer!' O sofrimento que gera revolta contra as leis da vida, incompreensão, desejo de vingança, desespero, nada nos ensina. Pelo contrário, nos enrijece as fibras da alma, nos torna frios à dor alheia, pois focados em nosso próprio sofrimento, julgamo-nos as criaturas mais desgraçadas sobre a Terra. Fechados em nosso egoísmo, nossa revolta e tristeza nada enxergamos ao redor.
A dor que ensina, que aprimora, que nos burila a alma e aperfeiçoa é a dor que nos ensinou Jesus e tantos outros mártires. É a dor que se resigna, não de uma resignação passiva que nada faz para melhorar-se e para procurar reverter a situação, mas uma resignação que compreende.
Compreende que todos os reveses que sofremos foram plantados por nossas próprias mãos se não nessa, em alguma de nossas vidas anteriores. E como toda semeadura gera frutos, hoje colhemos os frutos amargos de nossa própria irresponsabilidade.
Aprender com a dor é fazer com que esse sofrimento nos torne mais solidários ao sofrimento alheio, é quando sabemos nos colocar no lugar do outro, porque nossa alma também já foi tomada de assalto por semelhante situação.
A dor que foi mestra nos torna benevolentes para com o próximo, mais compreensivos com a dor alheia e mais caridosos com aqueles que necessitam de nossas mãos.
E se de nossas dores não conseguirmos extrair esses resultados, se não nos tornarmos melhores, se através desse aprendizado não modificarmos as sementes que estamos hoje atirando sob o solo de nosso destino, certamente colheremos no futuro novas e mais cruciantes dores. Pois os frutos da revolta, do desespero, da descrença, da mágoa, do ódio, da vingança, serão sempre frutos amargos.