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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Simpatizar-se com o Cristo


Quando recebemos o tema, nos ocorreu as seguintes questões. O que é simpatizar-se? No dicionário simpatizar-se significa experimentar agrado ou estima por alguém, gostar aprovar.

Quando gostamos ou aprovamos alguém é porque concordamos com seus pensamentos, idéias, atitudes.

Mas o que seria simpatizar-se com o Cristo? Concordar com suas idéias, pensamentos e atitudes. Num primeiro momento nos ocorreu que precisaríamos primeiramente conhecê-lo. Como? Através dos seus ensinamentos, do evangelho e das obras básicas.

No ESE cap. XVIII nos dizem os benfeitores no item 10: “O servidor que soube a vontade de seu senhor e que, todavia, não estiver preparado e não tiver feito o que esperava dele, será batido rudemente, mas aquele que não soube sua vontade e que tiver feito coisas dignas de castigo, será menos punido. Muito se pedirá àquele a que se tiver muito dado; e se fará prestar maiores contas àqueles a quem se tiver confiado mais coisas.”

E mais adiante no item 12: “Todo aquele que conhece os preceitos do Cristo é culpável, seguramente, de não os praticar.”

Analisando essas passagens percebemos que para simpatizarmos com o Cristo não basta que conheçamos seus ensinamentos e gostemos e os aprovemos, é essencial que os coloquemos em prática.

No LE questão 642 Kardec pergunta aos espíritos: “Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal? Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”

Simpatizar-se com o Cristo é mais do que lermos o evangelho, orarmos e acreditarmos que ele está sempre ao nosso lado, é tê-lo dentro de nós. O conhecimento da doutrina espírita nos traz responsabilidade, como nos disse o evangelho, muito será pedido a quem muito tiver sido dado, quem possui o conhecimento possui a responsabilidade que esse conhecimento nos traz.

Mesmo assim, quando encarnados ainda costumamos fugir da nossa responsabilidade e sobre os nossos atos e procuramos colocá-las sobre outros ombros, culpamos a nossa sorte, porque não tivemos oportunidades, culpamos o próximo pelas mágoas e rancores que nós mesmos cultivamos porque não sabemos perdoar e muitas vezes culpamos Deus acreditando que somos injustiçados. Mas somos os únicos responsáveis por nossos atos.

Quando a dor nos atinge a pergunta a ser feita não é onde estava Deus? Mas sim onde estamos nós que nos colocamos a tamanha distância Dele, ao ponto de esquecermos o amor ao próximo.

Sabemos que todos fomos criados simples e ignorantes e que as escolhas que vamos fazendo ao longo de nossas existências irão guiando a nossa evolução. Temos o conhecimento de que nossa meta final é a perfeição, portanto, nos cabe buscar essa perfeição.

Temos o hábito de julgarmos e querermos que os outros mudem, que tenham atitudes que julgamos serem corretas, mas quando conhecemos os ensinamentos e simpatizamos com o Cristo percebemos que o seu convite é de façamos um mergulho dentro de nós mesmos, que apontemos e julguemos as nossas próprias falhas.os caminhos da evolução são diferentes para cada um, cabe a cada um de nós buscar sua própria evolução, sua reforma íntima.

Para nossa evolução recebemos sempre o auxílio de benfeitores espirituais, mas estes respeitam as nossas decisões, o nosso livre arbítrio. Eles nos dão sinais de qual o caminho certo a seguir, mas respeitam as nossas decisões se optarmos por caminhos mais difíceis e mais longos, pois sabem que mais tarde seremos despertados pela nossa mestra nesse mundo a dor e que através dele retornaremos ao caminho da simpatia com o Cristo.

A dor não resgata os nossos erros do passado, ela apenas nos alerta, nos desperta para eles, o resgate só é possível através da ação no bem, no ser útil ao próximo. Pedro 4:8 nos disse: “Sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão dos pecados.”

Jesus nos disse: “Sede perfeitos.” E também nos deu a fórmula para chegarmos à esse objetivo; “Amar ao próximo como a si mesmo”.

Quando pensamos no amor ao próximo logo nos ocorre o conceito que temos de caridade, com certeza o conforto material que possamos proporcionar ao nosso próximo através do alimento, do agasalho da ajuda financeira são atos louváveis desde que realizadas sem interesse e sem ferir a dignidade daquele que o recebe.

Mas os nossos pequenos atos diários também podem revelar atitudes de amor ao próximo, o mundo em que vivemos tem fome de amor, se olharmos ao nosso redor, se olharmos para o lado com um pouco mais de atenção, se nos propormos a isso, o que muitas vezes não fazemos, por nos dizermos ocupados demais. Mas, se observarmos ao nosso redor iremos perceber o filho que necessita de atenção e de algumas palavras, o relacionamento conjugal que necessita de diálogo e cuidados, o amigo que há algum tempo não vemos e que precisa daquele conselho, daquela visita, daquela palavra amiga num momento difícil, o colega de trabalho que nada nos pede a não ser o respeito e a compreensão com as suas próprias dificuldades.

Encerramos com esse pequeno desenho cuja resposta do Cristo é que devemos procurá-lo no lugar certo, devemos orar pedindo a ajuda e a proteção dos nossos amigos espirituais, devemos realizar o evangelho no lar, fazer leituras edificantes, buscar o estudo e o conhecimento espírita, mas precisamos principalmente colocar em prática os seus ensinamentos, colocar em prática o amor ao próximo.