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sábado, 31 de dezembro de 2011

Nenhuma Ovelha de meu rebanho se perderá


  "A Justiça Divina jamais embaraça ou impede o esforço daquele que deseja recuperar-se de quaisquer comprometimentos; antes oferece os recursos hábeis para que o desenvolvimento espiritual se expresse da melhor maneira possível, porque o amor viceja em todas as ocasiões e circunstâncias, facultando a realização dos magnos objetivos existenciais." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito

   O Pai, infinitamente justo e bom, espera de todos nós a perfeição, e para isso nos dá diversas oportunidades. A cada reencarnação uma nova chance de refazer o que ficou pelo caminho, desfazer nós e transformá-los em laços de afeto e de amor, aprender com os erros e transformá-los em acertos.

   E nos dá ainda mais, nos agracia com a presença constante dos amigos espirituais, que ficaram na retaguarda, no mundo espiritual, para nos auxiliar na jornada através dos conselhos, aquelas intuições, aquelas idéias que surgem de repente e nos momentos mais difíceis, são eles sopram aos nossos ouvidos, apontando o caminho a seguir. Basta ter os olhos de ver e os ouvidos de ouvir, a sintonia correta, como as ondas radiofônicas, nossas vibrações devem estar em sintonia com a deles, por isso a importância de alimentarmos pensamentos de otimismo em todos os momentos de nossas vidas.

   Eles também nos inspiraram algo fantástico, a idéia de dividir o tempo em fatias, em dias, meses e anos. Pois a cada novo ano é uma nova oportunidade, a oportunidade de olhar pra trás de voltar sobre os próprios passo e observar como foi a jornada. Os erros, os acertos, os momentos de angústia e os de alegria, e verificar que nunca estivemos sozinhos, em todos os momentos eles estavam lá, os anjos do caminhos, na forma do familiar disposto ao diálogo, dos amigos e companheiros que conosco dividem o momento de dor, mas que também comemoram nossas vitórias, de todos aqueles que nos estenderam a mão, o ombro amigo, a palavra reconfortante.

   É o momento também de olhar pra frente, de ver o quanto ainda temos por fazer, o quanto ainda podemos fazer por nós e por aqueles que nos cercam. O campo está aí, meus amigos, aguardando a semeadura que é livre, mas cuja colheita será obrigatória.... pensemos no que iremos plantar, mas na certeza de que o Pai estará sempre nos aguardando, nos auxiliando, nos guiando, pois nenhuma ovelha de seu rebanho se perderá....

"Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa as noventa e nove e vai aos montes procurar a que se extraviou? E se acontecer achá-la, em verdade vos digo que se regozija mais por causa desta, do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Assim não é da vontade do vosso Pai que está nos Céu que pereça nenhum desses pequeninos". (Mateus, XVIII, 12-14 - Lucas, XV, 3-7)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Despindo pré conceitos

   Ontem estava lendo o Clarim deste mês, onde encontrei uma belíssima mensagem a Allan Kardec a qual transcreverei abaixo na integra, pois merece ser lida. O texto intitulado "O Destino do Prof. Rivail" é de Paulo Henrique Bueno do centro espírita Allan Kardec de Carmo do Rio Claro - MG publicado em O Clarim dezembro/2011.

   "Era primavera em Paris. Naquela tarde, o renomado Prof. Rivail fazia uma breve retrospectiva de sua vida. Sentado na poltrona, de olhos fechados, em cadenciado solilóquio, revia suas tantas experiências no campo das ciências e das experimentações.
   Desde a longínqua infância vivida na Rue Sale, 76, em Lyon, tinha por costume levar sua mente sempre ocupada com as razões e fórmulas estruturais do universo. As dimensões infinitas deslumbravam o menino. Gostava de ver o céu. As estrelas cintilantes eram convite constante para sonhos intergalácticos e, de todas as constelações, aquela de Órion lhe chamava particularmente a atenção.
   A imensidão do espaço e do tempo, o tempo no espaço e o espaço no seu tempo, faziam borbulhar no espírito do pequeno Hippolyte um misto de conjecturas e recordações indefinidas e inexplicáveis. As pradarias e florestas do Condado de Rhône não lhe eram estranhas. Soube que aquela região, em outros tempos, se chamara 'Gália'. A velha Lyon era Lugdunum. Esses nomes, definitivamente lhe eram muito familiares.
   Consultou seu relógio. Ainda havia tempo. A reunião estava marcada para as 20 horas. Fechou os olhos novamente e se viu a caminho da escola em Yverdon. As portas de um mundo fantástico de conhecimentos exequíveis lhe foram abertas pelo inesquecível e tão querido Professor Pestalozzi, cujas lições didáticas maravilhosas eram ofuscadas pelo amor que despendia às criaturas.
   Naquela escola suiça conheceu o que poderia ser real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. E foi assim que o jovem lionês se tornou também admirador do pensamento positivista de Auguste Comte.
Seu caráter reto, sua lucidez e sua mente brilhante lhe renderam o posto de submestre. Ajudava diretamente os professores nas tarefas de pesquisa, traduções e instruções aos alunos novatos.
   Os proveitosos oito anos em Yverdon transformaram Hippolyte Rivail em um 'Instituteur' (mestre das escolas primárias e secundárias) e 'Chef d' Institution' (diretor escolar).
Diplomado, veio viver em Paris.
   Mais de trinta anos se passaram. E ali ele estava, agora, olhando os telhados de ardósia do casario opaco, que se enquadrava na janela, envolto pelo entardecer.
   Por mais de trinta anos havia exercido o magistério como um sacerdócio. Buscava a natureza das coisas, estudava a complexidade do mundo e da vida, passava tudo pelo crivo da razão, elaborava um resumo prático e transmitia os mais variados temas em linguagem clara e concisa.
   Há mais de trinta anos estudava o magnetismo animal a partir das experiências de Mesmer e Puysegúr. sabia ser possível a magnetização de qualquer objeto e fazê-lo se movimentar ativado por esse fenômeno.                
   Sim. Isso era possível.
   Mas como explicar os fatos relatados há alguns meses pelo Sr. Carlotti? Entusiasmado, o amigo corso lhe afirmara que, em reuniões programadas para esse fim, mesas giravam e levitavam, e que além de se movimentarem respondiam às mais variadas indagações.
    Não. Isso não era possível.
   Houvera tratado o assunto que assolava toda Paris com respeito, mas sem nenhum interesse, visto que sua razão tratava o tema como sendo uma história fabulosa.
   Porém, há poucos dias, o Sr. Partier lhe havia falado sobre o andamento daquelas reuniões. O caráter grave, frio e calmo do velho amigo lhe induziu a fazer uma análise daquele fenômeno, até então desconhecido.
   Não foi necessário nenhum esforço para persuadi-lo a participar de uma dessa experiências na casa da Sra. Plainemaison, onde a Sra. Roger seria magnetizada pelo Sr. carlotti, e através da qual haveria a comunicação de um espírito.
   A honradez e a dignidade dos envolvidos em tais experimentações eram subsídio suficiente para a certeza de que aquilo estava acima de simples e inconsequentes brincadeiras de sarau.
   O endereço estava bem memorizado: Rue Grange-Batelière, 18.
   Era maio de 1855. O Prof. Rivail não estava apreensivo nem ansioso, mas tinha um leve pressentimento de que sua vida mudaria.
   Era um fim de tarde de primavera. Pela última vez consultou o relógio. Estava na hora. De pé, ajeitou a gravata. Na mão esquerda o chapéu. Puxou suavemente a porta e saiu caminhando, rumo certo, pelas ruas de Paris."

  O pressentimento do admirável professor estava correto, a partir desse dia sua vida mudaria completamente, ele passaria a estudar os fenômenos espíritas que dariam origem a codificação que realizaria utilizando o pseudônimo Allan Kardec. 
   Obrigada Prof. Rivail por ter se despido de pré conceitos e ter se aventurado, experimentado e buscado a causa inteligente por trás dos fenômenos inteligentes...
   Não foi apenas a sua vida que mudou... 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ah, se ela tocasse piano....

   Eu já tinha uma postagem doutrinária separada para hoje, mas decidi mudar os planos na última hora e fazer um desabafo, algo mais descontraído...

   Às vezes me paro pensando o quão maravilhoso seria se minha vizinha tocasse piano... uma Chiquinha Gonzaga quem sabe? Me imagino lendo meu livrinho ao som melodioso das teclas do piano... podia ser saxofone também, acho lindo!

   Mas, infelizmente, o gosto musical dela, digamos, não é assim tão refinado. Logo, preciso me conformar em fazer minha leitura ao som do funk, do pagode e do forró. E lamentar seu problema auditivo, que deve ser bastante grave, pois os decibéis do aparelho de som são bastante elevados. 

   Sei que não devo me queixar, ao contrário devo agradecer ao Pai a oportunidade de exercitar minha capacidade de concentração e principalmente minha paciência e compreensão, bem como minha capacidade de controle sobre a ira e a irresistível vontade de revide através dos decibéis de meu aparelho de som.

   Não devo buscar o revide, é contra os princípios que venho tentando exercitar, mas confesso que algumas vezes é quase irresistível! Além disso aprendi e creio seriamente que a minha liberdade termina onde o direito do meu próximo inicia, lamento que nem todos tenhamos a mesma compreensão...

   Só peço ao Pai que aumente minhas capacidades de equilíbrio, paciência e concentração e se não for pedir muito,  que da próxima vez me agraciasse com um vizinho que gostasse de Mozart, Chopin, Kenny G....

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Força dos nossos Pés

Recebi hoje por e-mail uma linda mensagem que transcrevo abaixo e que vem complementar a postagem de ontem sobre a família...
"Desde o dia em que tu nasceste, eu criei a ilusão dentro de mim, que poderia caminhar por ti.
Imaginei que colocaria teus pés sobre os meus e te levaria pelos caminhos que eu julgasse mais tranquilos e seguros.
Dessa maneira, tu nunca feririas teus pés pisando em espinhos ou em cacos de vidro e jamais te cansarias da caminhada. Nem mesmo precisarias decidir qual estrada tomar. Isso seria eternamente minha responsabilidade.
E foi assim durante um bom tempo. Caminhei por ti e para ti.
Então, o tempo veio me avisar bruscamente que essa deliciosa tarefa não faria mais parte dos meus dias.
Teus pés cresceram e eu já não conseguia mais equilibrá-los em cima dos meus e, quando eu menos esperava, eles escorregaram e alcançaram o solo.
Hoje sou obrigado a vê-los trilhar caminhos nos quais os meus jamais os levariam e ainda tento detê-los insistentemente, mas só consigo raríssimas vezes.
Agora só me é permitido correr com os meus junto aos teus e, em certos momentos, teus passos são tão largos que quase não posso acompanhá-los.
Atualmente assisto aos teus tropeços sempre pronto a levantar-te das tuas quedas.
Por vezes, tu me estendes as mãos em busca de socorro.
Outras, mesmo estando estirado ao chão e ferido, insistes em levantares sozinho para me provar que já és capaz de te erguer, após teus tombos e curares as próprias feridas.
Assim vamos vivendo e sinto uma saudade imensurável daquele tempo que precisavas de mim para te conduzir, pois era bem mais fácil suportar teu peso sobre meus pés do que sobre o meu coração.
No entanto, já consigo compreender como a vida é sábia.
Percebo, finalmente, que em algum momento tu precisarias mesmo desbravar teus caminhos independente de mim.
Como eu, é provável que tenhas que fazê-lo com mais alguns pés sobre os teus, os dos teus filhos.
Claro que não é uma tarefa fácil. Mas se eu consegui, tu também conseguirás porque plantei em teu coração o melhor e mais poderoso aditivo para que suportes tanto peso: o amor."
* * *
Os filhos são, sem dúvida, um empréstimo Divino.
Com eles aprendemos a lição maior do amor incondicional. Tornamos-nos habilidosos em corrigir nossos piores defeitos e multiplicar os melhores sentimentos.
Se hoje eles estão ao nosso lado, façamos por eles o melhor que pudermos pois, com certeza, logo chegará o tempo em que eles não mais estarão tão próximos.
Quando pequenos, toda a felicidade deles depende dos pais e é realmente doloroso o momento em que constatamos que haverá o tempo em que não mais precisaremos carregá-los e nem guiar os seus passos.
Então preparemos o seu caminho.
Através do amor, ofereçamos a eles toda a bagagem necessária para que possam seguir em frente com força e segurança.
Que eles carreguem a certeza de que, mesmo estando fisicamente distantes, estaremos sempre ao seu lado.
 
Redação do Momento Espírita,com base em mensagem,
de autoria desconhecida.
Em 26.12.2011.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Propósito da Família

   "Representando a família a mais valiosa célula do organismo social, é nela que se encontram os Espíritos necessitados de entendimento, de intercâmbio de sentimentos e de experiências, de forma que o lar se faz sempre escola na qual os hábitos irão definir todo o rumo existencial do ser humano...
O lar é oficina de crescimento moral e intelectual, mas sobretudo espiritual que deve ser aprimorado sempre, abrindo espaço para tornar-se célula eficiente da sociedade." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito.

   O lar é a primeira escola do espírito, é onde ele tem o primeiro contato com a sociedade dentro da atual encarnação. Nele o espírito encontra outros espíritos que poderão lhe ser afinidades de anteriores encarnações, mas principalmente aqueles com quem possui débitos a acertar.

  No lar, o espirito na fase infantil deve ser moldado em seu caráter, é quando ele estão mais aberto a novos ensinamentos para que o caráter seja alterado para o bem. É responsabilidade dos pais guiar os espíritos que lhes chegam ao lar na forma de filhos emprestados por Deus. Sobre isso prestarão contas a sua consciência após o desencarne.

   A função dos pais é plantar a semente para a evolução espiritual dos filhos, através da educação. Algumas vezes poderá parecer que todo o empenho, o carinho e a educação foram em vão, pois o filho desencaminhou-se, mas se e educação foi realmente feita, se na consciência materna e paterna todo o trabalho foi empreendido, significa que a semente foi plantada e mais dia menos dia haverá de germinar e o filho perdido voltará ao caminho da casa do Pai.

   "Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa Vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor" (Evangelho segundo o espiritismo Cap. XIV item 9)