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sábado, 25 de agosto de 2012

Um para ele, Três para mim


   “Os críticos são especialistas em detectar e resolver os problemas que não lhes dizem respeito, mas, contrariamente, possuem uma grave dificuldade em aceitar a sua própria problemática existencial.”

   O Criador, Pai amantíssimo, em sua infinita sabedoria, em momento algum da criação cometeu qualquer deslize, pelo contrário, para o observador mais atento todo e qualquer detalhe é motivo de novo aprendizado, basta que se tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir.

   Possuímos hábito nada salutar de apontarmos os erros do outro. Julgamos, condenamos, sentenciamos. Mas até nesse momento podemos observar a sabedoria infinita do Pai. Quando de dedo em riste o apontamos para o próximo observemos a posição de nossa própria mão é um dedo que aponta em direção do outro, mas outros três que apontam em nossa própria direção.

   O que desejaria o Pai nos ensinar?

   Que quando julgamos o outro devemos analisar a nós mesmos, pois certamente o erro visto com tamanha clareza naquele que está a nossa frente esteja encravado em nosso íntimo e não o identificamos à primeira vista;

   Até onde vai nosso direito de julgar o outro se sequer conhecemos a nós mesmos, nossas mazelas e imperfeições;

   Nossa consciência, a grande juíza com a qual nos encontraremos após a desencarnação e que será a única a julgar nossa conduta será tão implacável conosco como fomos com o nosso próximo.

   "Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós." (Mateus, VII: 1-2). ESE Cap. X item 11

   “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros os que nos desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.” ESE Cap. X item 13

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Amor e Perdão


E Madalena fora ao túmulo querido
Entre pedras de extremo desconforto...
Levava flores para o Mestre morto,
Tinha o peito magoado e enternecido.

O Sol reaparecia, resplendente,
A névoa da manhã fundia-se no ar,
Na dourada invasão das flamas do Nascente,
Maria estava ali, unicamente,
A fim de estar a sós, recolher-se e chorar.

A desfazer-se em pranto, ela argüía:
- “Por que, por que Senhor?
Tanta saudade e tanta dor?!...
Toda a felicidade que eu sentia
Jaz aqui sepultada...
Transformou-se-me a vida em sombra e nada
No ermo deste pouso derradeiro...”

Nisso, ela viu alguém... Seria um jardineiro?
Um zelador daquele campo santo?
Mas tomada de espanto,
Viu-se à frente do Mestre Nazareno,
O excelso benfeitor ressuscitado,
A envolver-lhe de paz o coração cansado...
Ela gritou: “Senhor!”
Ele disse: “Maria!”

Ela era a expressão da perfeita alegria,
Ele, o perfeito amor.
Madalena ajoelhou-se e quis beijar-lhe os pés...
- “Maria, por quem és” – explicou-se
“Não me toques, porquanto
não te esperava aqui neste recanto,
e ainda não fui ao Pai revestir-me de luz...”
Maria, surpreendida,
indagou em seguida:
- “Senhor, onde estiveste?
Em que jardim celeste
Encontraste o descanso necessário,

Que vem de Deus, nos dons da paz completa?
Perdoa-me, Senhor, a pergunta indiscreta,
Dói-me, porém, pensar na angústia do Calvário,
Revolto-me, padeço, mas não venço
A mágoa de lembrar-te o sacrifício imenso”
Mas Jesus respondeu:
- “Não, Maria, não fui ainda ao Alto,
Nem me elevei sequer um palmo à luz do firmamento,

Quem ama não consegue achar o Céu de um salto...
Ao invés de subir aos Altos Resplendores,
Desci, mas desci muito aos reinos inferiores...
Despertando no túmulo, escutei
Os gritos da aflição de alguém que muito amei
E que muito amo ainda...
Embora visse Além, a Luz sempre mais linda,
Sentia nesse alguém um amado companheiro,

Em crises de tristeza e de loucura...
Fui à sombra abismal para a grande procura
E ao reencontra-lo amargurado e louco,
A ponto de não mais me conhecer,
Demorei-me a afaga-lo e, pouco a pouco,
Consegui que ele, enfim, pudesse adormecer...”
- “Senhor” – interrogou a Madalena
“Quem é o amigo que te fez descer,

Antes de procurar a luz do Pai?”
Mas Jesus replicou, em voz clara e serena:
- “Maria,
um amigo não esquece a dor de outro amigo que cai...

Antes de me altear à Celeste Alegria,
Ao sol do mesmo amor a Deus, em que te enlevas,
Vali-me, após a cruz, das grandes horas mudas,
E desci para as trevas,
A fim de aliviar a imensa dor de Judas”.


Coração e Vida - Chico Xavier - Espírito Maria Dolores

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Criações Mentais

   "Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção." Emmanuel - Pão Nosso

   Nossos pensamentos possuem força inimaginável. Tudo aquilo que pensamos e imaginamos materializa-se de alguma forma em nosso mundo íntimo.

   Cada um cria o mundo que melhor se coaduna com as energias que está emitindo. Pensamento é energia. Tudo aquilo que emitimos retorna para nós e se concretiza em nosso mundo íntimo. Se estamos emitindo pensamentos bons de amor, de paz, de alegria de harmonia estaremos criando para nós um mundo íntimo repleto desses sentimentos.

   Mas se a nossa casa mental está tomada de sentimentos de ódio, de rancor, mágoas, tristezas, dissabores, o mundo íntimo que criamos estará repleto dessas energias.

   Cada um de nós é responsável pelo próprio destino. Cada um constrói o céu ou o inferno em que vive e viverá. Aquilo que pensamos, que cultivamos irá refletir-se em nossas atitudes, em nosso estado de espírito e dentro da lei de causa e efeito a vida nos trará aquilo que melhor se afiniza com as nossas energias e o nosso merecimento.

   O que estamos construindo para nós? Quais os pensamentos e sentimentos nos ocupam a mente? Alguns de nós já vivemos o próprio céu íntimo, não aquele céu contemplativo e sem atribulações, mas o céu da paz íntima, do dever cumprido e da consciência tranquila.

   Outros já vivemos no umbral, mesmo que tenhamos medo de para lá nos dirigirmos quando de nosso desencarne. Mas intimamente já o habitamos quando os rancores e maus sentimentos nos ocupam a mente a maior parte de nosso tempo.

   Importante lembrarmos dois ensinamentos do Mestre amado, que veio nos ensinar o caminho, a verdade e a vida:

   1º Conhece-te a ti mesmo: Perscrutemos nosso íntimo e verifiquemos onde temos vivido. Estamos construindo o Reino de Deus dentro de nós ou nosso próprio umbral de aflições e angústias?

   2º Orai e Vigiai: Cultivemos o hábito de vigiar os nossos pensamentos, verificando se são bons ou maus, alimentando os bons e transformando os maus. Abracemo-nos a prece, nos momentos de dor, de necessidade, mas também nos de alegria e paz, como filhos gratos pelas bençãos que o Pai misericordioso nos concede. Vigiemos nossos pensamentos e oremos para que nos mantenhamos sintonizado com a espiritualidade superior que nos guia e orienta.