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sábado, 10 de agosto de 2013

Felicidade

"Para ser feliz não precisas de grandes fortunas, de beleza estonteante, de estética perfeita, de saúde e vigor, do emprego afortunado e nem mesmo do amor dos outros, pois o amor dos outros por ti é conquista deles e não tua.
Para que sejas feliz, basta o necessário, basta o trabalho que te fala bem, que te garanta o sustento, basta a vontade de agir e de viver, que faz superar qualquer dificuldade existente com o corpo físico, basta uma mente ativa e um coração que te deixe viver para amar e amar muito." Mancini - Conforto nas Dores da Alma.

Vivendo em um mundo ainda muito materialista, nosso conceito de felicidade é ainda bastante distorcido. Somos espíritos habitando um corpo material, mas nos apegamos demasiadamente ao corpo material e aos bens materiais que a vida na Terra nos proporciona ou pode proporcionar.

Estabelecemos diversas metas, as quais atribuímos a nossa felicidade. Eu serei feliz quando adquirir meu carro, serei feliz quando tiver minha casa, serei feliz quando encontrar alguém que me ame... e assim por diante.

Colocamos a felicidade sempre no alcançar algo, no externo, no que está longe de nós. E quando esses objetivos são atingidos como nos sentimos? A primeira sensação é da euforia, ficamos momentaneamente extremamente felizes com a conquista, mas decorrido algum tempo retornamos ao nosso estado anterior de felicidade ou infelicidade.

A felicidade é uma conquista interior, é uma decisão íntima que cada um de nós deve tomar e que deve ser independente do que vem de fora. A felicidade deve estar na busca das nossas metas e não apenas na conquista em si. Nos dizia Gandi que não existe caminho para a felicidade, a felicidade é o próprio caminho.

Não devemos procurar a felicidade no amor que venha do outro seja ele um pai, mãe, filho ou cônjuge. A felicidade não encontra-se em nos sentirmos amados, mas em doarmos o nosso amor ao outro. Ser amado é algo que não depende de nós, depende da capacidade do outro. Nesse fato, o de colocarmos a nossa felicidade na espera do amor do outro, é que encontra-se a causa do fracassos de muitos relacionamentos e da maioria de nossas desilusões, porque cada um de nós possui uma capacidade de amar que é individual e que depende da evolução, das experiências de cada um, de como cada um aprendeu a amar.

Esperamos que o outro nos ame da forma como julgamos que deveria amar, mas o outro nos amará ou não da forma como sabe, como aprendeu e isso não significa que ame menos ou mais. Portanto, a felicidade deve estar em amar, em aprender a amar o outro como ele é, aceitando-o e aprendendo com suas virtudes e imperfeições, perdoando as falhas alheias como necessitamos de perdão e aceitação com as nossas imperfeições e falhas.

Paremos de nos torturar atrás de uma felicidade externa e que não depende de nós, ela não está lá. Ela está no nosso sentimento de gratidão a Deus por cada dia, por cada oportunidade de nos melhorarmos, de aprendermos, ela está nos pequenos momentos que dividimos com aqueles que amamos e nos amor que a eles dedicamos sem nada esperar em troca, ela está no trabalho de auxílio ao semelhante e na luz que se acende em nossa alma quando estendemos a mão a quem necessita.

A felicidade está na nossa capacidade de esquecermos mágoas, rancores, ódios e nos livrarmos de todos os sentimentos maus que ainda nos habitam, está em sequer permitir que estes façam morada em nossos corações. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Tocar o Senhor

Cap. 37 do livro: O Jugo Leve pelo espírito Inácio Ferreira

   “Contudo Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.” – (Lucas, cap. 8 – v. 46)

   Extremamente significativo o episódio da pobre mulher enferma que, “havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia”...

   Em meio ao povo que o comprimia e, com certeza, disputava tocá-lo, o Mestre sentiu que alguém o tocara de maneira diferente.
Reparemos que, a fim de curá-la, nem sequer houve necessidade de que o Senhor o tocasse, como o fizera a tantos outros – bastou que, com a sua fé, ela estendesse a mão e o tocasse, de leve.

   Jesus afirma que, de imediato, percebeu que dele saíra poder, ou seja, energia psíquica, que se transferira com os seus efeitos terapêuticos para quem lograra de seu espírito tanta aproximação!

   Quantos, fisicamente rentes a ele e, no entanto, espiritualmente distantes?

   O cristão, que almeja algo se impregnar do poder do Cristo, com o intuito de se transformar , onde esteja, em parcela de sua Divina Presença, carece de estabelecer com ele indispensável sintonia.

   Aquela anônima senhora a que ninguém pudera curar do mal que padecia e que, segundo Lucas, “gastara com os médicos todos os seus haveres”, absorvendo diminuta fração do Infinito Poder do Senhor, além de sentir a própria cura, se transformaria em instrumento dela para centenas de doentes do corpo e da alma.

   Aquela mão que, no máximo, talvez, conseguira tocar a orla de seu manto, estabelecera singular contato espiritual para sempre, porque poucos foram os que conviveram com o Cristo que puderam, com tão pouco, tanto receber quanto ela recebeu.

   À medida que, espiritualmente, nos aproximamos do Senhor e aprendemos a tocá-lo, ansiando pela cura de nossos espíritos milenarmente enfermos, assimilamos algo de seu poder que passamos, então, a irradiar em torno de nós, atraindo as pessoas que, em nossa figura obscura, pressentem os reflexos da Luz da qual ele, e somente ele, é o Foco inextinguível.