Cap. 31 do livro : O Jugo
Leve pelo espírito Inácio Ferreira
“Ele, porém, se retirava para
lugares solitários e orava.” – (Lucas, Cap. 5 – v. 16)
Após
ter efetuado a cura de um leproso, Jesus lhe recomenda discrição, ordenando-lhe
“que a ninguém o dissesse”, exceto que,
conforme prescrevia a lei, fosse mostrar-se ao sacerdote.
No
entanto os seus feitos extraordinários cada vez mais de difundiam e, segundo
Lucas, “grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas de suas
enfermidades”.
Por
que será, contudo, que o Senhor sempre se retirava para lugares solitários ,
pondo-se em oração?
Qual
seria o seu receio?
Com
certeza, o Mestre sabia o perigo que representa a idolatria para qualquer que
se encontre sob o jugo da carne.
Ele
fugia ao incenso humano, infelizmente, tão a gosto dos que estimam ser
grandemente elogiados por bagatelas.
Notemos
que Jesus, tendo vindo à Terra para divulgar, através da palavra e da ação, o
Reino de Deus entre os homens, solicitava silêncio em torno de certas atitudes
que o colocavam em destaque.
E
“se retirava para lugares solitários e orava”, com o evidente propósito de não
cair na tentação da vaidade, que demonstrava temer.
Ora,
se tal acontecia ao Cristo, o que não pode suceder a nós, espíritos ainda tão
vulneráveis a qualquer espécie de bajulação?
Quantas
vezes apreciamos ser aplaudidos, quando o que fizemos nada mais foi que cumprir
com a nossa obrigação?
Chico
Xavier, não raro, sendo espontaneamente aplaudido em suas aparições públicas,
costumava dizer: - “Vocês estão aplaudindo um cadáver...”.
O
curioso é que muita gente desavisada, não conhecendo o risco espiritual a que
se expõe, costuma, inclusive, provocar elogios a si, iludindo-se perigosamente
a respeito de seus próprios méritos.