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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

BENDITOS


Um poema de machado de Assis em homenagem à amizade.


Benditos os que possuem amigos
os que os têm sem pedir
Porque amigo não se pede
Não se compra nem se vende
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos
os que falam com o olhar
Porque amigo não se cala
não questiona nem se rende
amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos
os que entregam o ombro pra chorar
Porque amigo sofre e chora
amigo não tem hora
pra consolar!

Benditos sejam todos os amigos
que acreditam na tua verdade
ou te apontam a realidade
Porque amigo é a direção
é a base, quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos
de raízes, verdadeiros
Porque amigos são herdeiros
de real sagacidade
Ter amigos é a maior cumplicidade!
Machado de Assis

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Convite à Probidade


Probidade significa honestidade, retidão de caráter.
O Livro o Céu e o inferno, que aborda como tema central a justiça divina, contém uma série de relatos de espíritos sobre suas situações após a morte.

Num desses relatos uma jovem conversa com o seu avô desencarnado o Sr. José Bré que se diz muito sofrido por não ter empregado corretamente seu tempo na Terra. Intrigada a jovem indaga:

“Mas o senhor não viveu sempre honestamente?
- Sim no juízo dos homens, mas há um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. Aí entre vocês, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, respeito arbitrário para muitos. Honesto é aquele que não prejudica o seu próximo embora lhe arranque, muitas vezes, a felicidade e a honra visto que o código penal e a opinião pública não atingem o culpado hipócrita. Podendo gravar na pedra do túmulo um epitáfio de virtude, julgam muitos ter pagado sua dívida à humanidade. Erro! Não basta para ser honesto perante Deus ter respeitado a lei dos homens, preciso, antes de tudo, não haver transgredido as leis de Deus.”

Por esse testemunho podemos fazer uma clara distinção entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus.

Ser honesto perante os homens seria cumprirmos os nossos deveres frente ao nosso trabalho, à nossa família, à sociedade, pagarmos nossas dívidas, nossos impostos. Essa honestidade é importante? Sim, com certeza esse tipo de honestidade é extremamente importante para o nosso bem viver. O próprio Jesus ensinou que deveríamos ser honestos perante os homens quando, certa vez, pregava e alguns homens para testá-lo perguntaram-lhe se o povo deveria pagar os seus impostos. O Mestre pediu-lhe que lhe mostrasse uma moeda e perguntou-lhe qual a imagem que estava gravada na moeda. O homem respondeu-lhe que o rosto de César. O Mestre, então, em sua imensa sabedoria respondeu-lhes: - Deveis dar a César o que é de César.

Muitos de nós que vivemos neste planeta, nem este ensinamento ainda aprendemos, nem a honestidade perante os homens praticamos. Somos ótimos para julgar a honestidade alheia, mas no fundo não temos certeza de que no lugar deles agiríamos de maneira diferente. Muitos de nós ainda procuramos formas de burlar o sistema, ao qual não cabe nesse momento julgar se é certo ou errado, mas burlamos nossos impostos, fazemos gato na TV a cabo, na água, na luz, procuramos Sempre ganhar alguma coisa nas diversas situações, dizemos até que ‘o mundo é dos espertos’.

Quantos casos já vimos de pessoas que encontram grandes somas de dinheiro e que procuram devolver, e quantas vezes nos perguntamos se no lugar delas agiríamos da mesma forma.

Essa honestidade perante os homens nada mais é que nossa obrigação como cidadãos perante a sociedade. Mas não é o suficiente para ser honestos perante Deus. Para isso precisamos seguir as Leis de Deus. Leis estas que Jesus nos resumiu da seguinte forma: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Mas muitas vezes não conseguimos ainda amar a nós mesmos, não somo honestos conosco, ficamos minando-nos com maus pensamentos, ficamos nos enganando de que amanhã vamos começar a nossas reforma íntima. Deixamos para amanhã deixarmos de ser maldosos, maledicentes, deixamos para amanhã a caridade, o perdão que devemos pedir, a visita aos enfermos, deixamos para amanhã a saúde do corpo físico, o para de fumar, o começar a praticar um exercício. E assim vamos nos enganando.

E se não conseguimos ser honestos conosco como vamos ser com o próximo? Assim na nossa convivência com o próximo vamos enganando, iludindo, mentindo. E vamos deixando a nossa evolução de lado.

Somos ainda espíritos imperfeitos vivendo num mundo de provas e expiações, mas estamos eternamente em busca da evolução e devemos nos esforçarmos para isso.

Devemos ter em mente que colheremos o que plantarmos, estamos todos sujeitos à lei de causa e efeito. Se plantarmos hoje: mentiras, desonestidade, desamor sem dúvida alguma no futuro colheremos: mentiras, desonestidade e desamor.

Não devemos ficar nos culpando pelo que já fizemos e ficar olhando para trás com medo do futuro, mas devemos procurar fazer o bem hoje, viver o bem hoje. Jesus dizia a todos que a ele recorriam: - Vá e não peques mais! Ele estava nos ensinando que não devemos ficar nos recriminando, nos culpando, mas procurar acertar fazendo o bem.

Na questão 876 do Livro dos Espíritos há uma orientação dos espíritos de como agir com honestidade para com o próximo: “Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”

Para encerramos o nosso estudo uma pequena historinha para refletirmos:

“Um velho carpinteiro estava para se aposentar. Contou ao se chefe os planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas para viver uma vida mais calma com sua família. Claro que sentiria falta do pagamento mensal, mas necessitava da aposentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores empregados e pediu a ele que construísse uma ultima casa como um favor especial. O carpinteiro aceitou, mas, com o tempo, era fácil ver que seus pensamentos e seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e utilizou mão-de-obra e matérias-primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira. Quando o carpinteiro terminou o trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e entregou a chave ao carpinteiro: ‘Esta é a sua casa’, ele disse, ‘meu presente para você’. Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora iria morar numa casa feita de qualquer maneira. Todos estamos construindo a nossa casa, o nosso futuro, estamos utilizando o esforço adequado?”

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CARNAVAL - 2



Estava lendo uma reportagem do jornal o Clarim e encontrei um trecho que se encaixa perfeitamente para essa época de carnaval. Segue o trecho na íntegra:

"O som da música estimulante, associada ao líquido que embriaga e, momentaneamente parece vivificar corpos abandonados pela alegria genuína de viver, reune nmas noites e madrugadas, jovens que buscam preencher o imenso vazio que, silenciosamente, vai-lhes consumindo esperanças e sonhos mais profundos. O engano somente é percebido quando de retorno a suas camas, ao deitar, cessa o ruído, apagam-se as luzes, desaparecem os amigos, dissolve-se o efeito do álcool, olha-se no espelho da própria consciência, na nudez do que realmente se é e não daquilo que se aparentou ser e pergunta-se qual o real sentido de sua existência. Dominados pelo pavor de um futuro que lhes acena sem grandes expectativas e segurança, fecham os olhos, entregando-se ao sono anestesiante de suas angústias, implorando que, na manhã seguinte, algum recurso mágico lhes devolva ou lhes proporcione a sensação de estar vivo e ser útil.

No fundo, ninguém ousa dizer da necessidade de amar e ser amado já que, mesmo o amor e a sensibilidade, estranhamente, e, sem que se confesse abertamente, tornaram-se sinônimo de fraqueza e perda de personalidade. A busca incessante por novas, maiores e contínuas emoções, lançou a juventude no centro de um círculo vicioso onde a impressão que set tem é a de estar-se em pavoroso labirinto, tateando na escuridão dos próprios desvios. Não conseguem refletir que o erro não está na intensidade ou dimensão de suas aventuras e sim no objetivo e retorno que se espera das mesmas. Tristemente, prefere-se ser mais um rosto maquiado de alegria, que se confunde na grande multidão que treataliza no palco das aparências, do que assegurar uma possibilidade real de realização e felicidade cijo preço é sustentar o rótulo desafiante de ser diferente e, consequentemente, fazer a diferença."





O clarim
Modernidade Líquida
Junho de 2006.