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sábado, 4 de fevereiro de 2012

O que trazes no coração?

   "Baseados em Lucas (6:45): 'A boca fala do que está cheio o coração', fica ao entendimento de todos que o exercício de domar a própria língua cabe a cada, pois, ela evidencia nossa condição moral e nossa situação espiritual." Roosevelt - Terapia Anti-Queixa

   Quantas vezes já nos vimos em situações embaraçosas por não sabermos controlar nossa língua. Somos juízes perfeitos do erro alheio, mas com extrema dificuldade em identificar os nossos. mas não nos atemos apenas a julgar os outros, saímos a expor nossos julgamentos, na maior parte das vezes equivocados.

   Olhamos os outros com o que vai em nossos olhos, com a maldade que existe dentro de cada um de nós. 

   Falamos o que está dentro de nossos coração, se nosso discurso é bondoso, caridoso, compreensivo e apaziguador, é porque já conquistamos essas qualidade morais, mas se de nossa boca as palavras saem maldosas, caluniosas, revoltadas, envoltas em maus sentimento é porque são estes que ainda dominam em nossos seres.

   A paz do mundo começa em nós, na nossa capacidade de ver o lado bom do outro, na capacidade de apaziguar ânimos exaltados com palavras de conforto e de entendimento.

   Comecemos a observar nossas falas, as palavras que emitimos a todo momento, procuremos observar que tipo de sentimentos estão contidos nelas. Se forem bons, ótimo, estamos no bom caminho, mas se o amigo leitor como eu, encontrar nas suas próprias palavras ainda defeitos morais repreensíveis comece comigo, assim me sentirei mais confiante também, pois não estrei sozinha nessa batalha, comece comigo a analisar seus pensamentos e medir suas palavras antes que sejam articuladas.

   Procuremos fazer juntos o exercício de ser a palavra que consola, que compreende, que conforta, que ensina, que guia, que exemplifica.... vai ser difícil? Eu não disse em nenhum momento que era um exercício fácil. Mas podemos tentar. Haverá momentos em que cairemos novamente no mesmo erro? Certamente, amigo leitor, afinal 'somos humanos'.

   O importante é perceber o erro e procurar corrigí-lo.

   "Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada, e a oportunidade perdida".

   Quantas mágoa podemos suscitar no próximo pela palavra dita num momento de raiva, palavra muitas vezes impensada, que não quer realmente dizer, mas apenas agredir naquele momento de dor. Mas que no outro pode causar um estrago tremendo e sabemos que em algum momento ele terá que ser recuperado...

   Cuidemos o que estamos trazendo no coração, no espírito, no sentimento para que nossas palavras sejam carregadas de afeto, de respeito, de carinho, de compreensão... mas isso primeiro deve estar ali dentro de nós.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Nossa Bagagem, nossa Responsabilidade

   "Cada indivíduo é portador da herança dos próprios atos, que passam a constituir-lhe o patrimônio da evolução permanente. Se erra, recomeça a experiência; quando acerta e se desincumbe a contento do compromisso, incorpora-o ao patrimônio já conquistado. 
Ninguém ascende à cumeada sem passar pelas baixadas e conquistá-las conforme se apresentem as possibilidades de ascensão." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito

   Cada um de nós traz consigo sua bagagem espiritual, constituída pelos valores morais conquistados em vivências anteriores, bem como, pelos desvios de conduta que ainda apresentamos e que necessitam ser corrigidos.

  Toda encarnação é oportunidade para que acrescentemos à nossa bagagem os valores morais necessários ao espírito imortal e ao mesmo tempo para que nos despojemos dos vícios e paixões que ainda trazemos conosco.

   O Pai de infinita misericórdia não nos abandona nunca, sempre nos concede novas oportunidades. A cada erro uma nova possibilidade de refazer aquilo que ficou pendente. 

   Além disso, em sua infinita bondade nos concede a intercessão dos amigos espirituais, nossos guias, nossos amigos que na espiritualidade ficam a nos inspirar e nos apontar o caminho correto a seguir. Porém, para o nossos próprio bem, nunca interferem diretamente, apenas nos inspiram, procuram nos sussurrar nos momentos difíceis, mas muitas vezes não nos sintonizamos com eles, nossos sentidos estão ligados demasiadamente à vida material para que possamos ter os olhos de ver e os ouvidos de ouvir que nos ensinou Jesus.

   A responsabilidade é sempre nossa, a bagagem é nossa, cabe a cada um de nós a livre escolha do que iremos acrescentar ou retirar da bagagem. Que saibamos ouvir os conselhos amigos e fazer as escolhas certas para que  o nosso caminho em direção à perfeição seja menos tortuoso, mais firme e seguro.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nossas Dores

   "Não raro, enfermos com doenças degenerativas desfrutam de imensa alegria por estarem vivos e lutando contra a conjuntura existencial, sem arrefecerem o ânimo, antes confiantes nos resultados saudáveis das terapias médicas especializadas, fruindo em cada momento o máximo das experiências, sem preocupação com o tempo que lhes resta. Para muitos, tais problemas orgânicos constituíram verdadeiras bençãos, porque os despertaram para outras realidades mais vigorosas e caras ao sentimento e que antes ignoravam.
   Sem lamentações, enfrentam as injunções penosas com tranquilidade estimulante, desfrutando do 'estado saudável', enquanto diversas pessoas, catalogadas como sadias escondem a sua situação em conflitos tormentosos, somatizando distúrbios que as levam a enfermidades injustificáveis, ou cultivam perdas, ausências, necessidades que podem ser facilmente superadas, desde que se resolvam por enfrentar as condições desafiadoras do momento, que sempre cedem lugar a outras de caráter diverso." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito.

   A dor ainda é nossa mestra no estado de evolução em que nossos espíritos se encontram. As enfermidades podem ser trazidas como lei de causa e efeito, como lesões que provocamos em nosso perispírito (corpo espiritual) e que precisam ser expurgadas através do nosso corpo físico. Mas a forma como lidamos com a dor e as enfermidades depende de cada um de nós.

   Vemos pessoas passarem por enfermidades gravíssimas e desafiarem médicos que muitas vezes as desenganam. Desafiarem através da fé e da confiança na cura que muitas vezes é alcançada, e quando não é desafiam mesmo assim, mostrando-se alegres, confiantes, buscando aproveitar cada minuto da vida, vendo beleza e alegria em cada momento por mais simples que ele possa parecer.  

   São, algumas vezes, de uma resignação que impressiona, enfrentam dores atrozes sem nada reclamar, como se no íntimo soubessem-lhes a causa e a necessidade. 

   No entanto, vemos outros revoltados, maldizendo a tudo. Esses não expurgaram suas marcas, elas ainda continuarão ali, pois a lição que impuseram a si mesmo, ainda não foi aprendida, não conseguiram compreender e aceitar os desígnios traçados por sua própria vontade e necessidade quando da programação reencarnatória.

   Mas, em termos de enfermidade, vemos também aquelas que nada tem a ver com causa e efeito, com 'carmas' mas com nossa própria indolência, causadas por nossos próprios atos contra o nosso corpo físico, através de bebidas, cigarros, e comidas em excesso.

   Entretanto, outro fator é de importância extrema para a saúde ou enfermidade de nosso corpo físico, são nossos pensamentos, nosso estado de espírito, nossas energias. Vemos centenas de pessoas fisicamente saudáveis, mas que passam a vida queixosas e cultivando pensamentos doentios, só pensam e falam em doença, em dor, ou com maus pensamentos.

   Atraímos para perto de nós aquilo que nos é semelhante, aqueles que conosco se afinam. As energias que emitimos, se ruins, ao longo do tempo vão intoxicando nosso corpo físico. Já é comprovado cientificamente que nossas emoções influencias em nosso corpo através dos hormônios emitidos por ordem de nossa mente.

   Cuidemos de nossos pensamentos, valorizemos a vida que nos é oportunidade de crescimento a cada segundo. Cuidemos do corpo físico e não descuidemos do espírito. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Amar, verbo intransitivo...

   "Dizia Mario de Andrade que amar é verbo intransitivo. Acho que é, também, defectivo, pois não tem passado - é só presente e futuro. Quem uma vez amou, continua amando, se é que é amor e não paixão." Hermínio de Miuranda - Nossos Filhos são Espíritos

   Achei belíssima e concordo plenamente com a colocação de Hermínio Miranda no livro Nossos Filhos são Espíritos.

   Como diria Mario de Andrade, amar é verbo intransitivo pois não necessita de nenhuma forma de complemento, não precisa dizer quem, o que, quando, onde, e muito menos por quê. Quem ama, ama simplesmente.
 
   Não existe, como se pensa, várias formas de amor. Amor é amor e ponto final. É o amor que nos ensinou Jesus e do qual ainda estamos tão longe, o amor universal.

   E a complementação de Hermínio foi providencial e genial. Amar é também verbo defectivo, pois não existe passado para o verbo amar, quem uma vez ama, amará para sempre, e se disser que amou, na verdade pode ter sentido qualquer outro sentimento, menos amor. 

   Conforme nos ensinou o apóstolo Paulo sobre a caridade e o mesmo se pode dizer sobre o amor que: "é benigno; não é invejoso; não trata com leviandade; não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".( Paulo, I Coríntios, cap. XIII, vers. 1 ao 13).

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sobre Saudade...

   "É a ausência dos fluídos de outra pessoa em nós que nos impõe um sentimento que chamamos saudade. Sentimos a presença ou a ausência dos fluídos característicos tanto de pessoas quanto de lugares. Saudade, então, representa um processo de desnutrição psíquica que pode fazer adoecer, psicológica e fisicamente, ou mesmo matar biologicamente. Morre-se de saudade como se morre de inanição no mundo." Raul Teixeira - Desafios da Vida Familiar

   Esta noite sonhei que havia ido com meu pai visitar meu tio desencanado há quase 18 anos.

   Meu tio era meu amigo de infância, pela nossa diferença de idade, posso dizer que ele era o irmão mais velho que eu não tive.

   Lembro de nossas tardes brincando eu, ele e meu irmão. Eu era a única pessoa pra quem ele emprestava suas raquetes de tênis, as quais cuidava com desvelo. Talvez por isso hoje eu goste e tenha tanta paciência para assistir partidas de tênis, me recordam as brincadeiras de infância. Pena não ter realmente aprendido a jogar.

   Do sonho lembro pouca coisa. Lembro de estar sentada a seu lado em um sofá conversando alegremente. O rosto dele era o mesmo da última vez que o vi. Lembro apenas de uma frase que eu lhe disse elogiando como minha avó estava bonita. Minha avó, mãe dele, desencarnou há poucos meses. Não lembro de vê-la no sonho. Mas creio que estão juntos agora, cuidando um dos outro.

   Lembro de voltar de lá com meu pai e de ônibus. Mas o ônibus não era nada semelhante aos daqui, era bem mais bonito e confortável.

   Na verdade ainda não entendo o que meu pai fazia no sonho, pois os  familiares em questão eram da parte de minha mãe. Talvez pela confiança que tenho nele iria a qualquer lugar sem perguntar.

   Ah, a Patativa aí ao lado é uma homenagem ao querido amigo que me chamava por esse nome. Em minha infantil ignorância confesso que não gostava do apelido, talvez porque me remetesse à pata.

   "A patativa é um pássaro canoro, seu canto é triste, melodioso e muito afinado." Cultura Mix Animais

   Não compreendia a delicadeza do amigo de me chamar por pássaro de tão belíssimo canto. Adjetivo que confesso não merecer dado minha tendência ao desafino.

   Acordei com esta sensação que tão bem descreve Raul Teixeira no livro 'Desafios da Vida familiar'. Acredito nunca ter lido tão perfeita definição para a saudade e tão completa. Apenas discordo que se morra de saudade, acho que apenas se deixe morrer (suicídio inconsciente), é necessário aprender a conviver com ela e com a certeza de que aqueles que se amam nunca se separam, permanecem unidos pelos laços do amor e, um dia, voltarão a se abraçar  no infinito das moradas do Pai.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Indiferença...

   "O ódio é uma forma de amor que enlouqueceu, sendo que a morte do sentimento de amor, muito pior que o ódio, é a referida indiferença." Joanna de Angelis - O despertar do Espírito

   Vivemos uma época em que estamos absortos por dezenas de informações que ainda não estamos acostumados a processar. Envolvidos pela tecnologia e pela velocidade das informações, muitas inúteis, que nos tomam precioso tempo.

   Não paramos mais para pensar, não paramos para olhar para o lado, para estender a mão, temos pressa...

   Mas qual a pressa? Focados naquilo que o mundo material nos oferece, esquecemos os verdadeiros valores, os valores do espírito, este sim imortal, esta sim a verdadeira vida.

   Esquecemos de cultivar os verdadeiros valores e se esquecemos de nós mesmos, que dirá do próximo. Fechamos os olhos à violência, à dor alheia, à fome, à miséria, isso já se tornou normal...

   Identificamos centenas de culpados sem nos propormos a estender a mão, a doar o que muitas vezes não necessita de bens materiais, mas apenas de algumas palavras de consolo, de alguns minutos de nosso tempo.

   E permitimos que isso ocorra dentro dos nossos lares, com os nossos filhos, cônjuges, entes queridos. Perdemos horas em frente a televisão, ao computador, e muitas vezes colocamos nossos filhos em frente a essas máquinas para que não nos perturbem. E esquecemos de olhar para as necessidades daqueles que estão ao nosso lado, dividindo conosco suas jornadas, seu dia-a-dia. Deixamos pra depois o diálogo, o abraço, a conversa amiga...

   Quem odeia, sente raiva, amargura por alguém é porque ama, porque de alguma forma o sentimento adoeceu, transformou-se, mas ainda está ali, no recôndito do ser, aguardando o perdão. Já a indiferença é ausência do sentimento, é o vazio, o nada sentir...


"Deixamos pra depois uma conversa amiga
Que fosse para o bem, que fosse uma saí­da
Deixamos pra depois a troca de carinho
Deixamos que a rotina fosse nosso caminho
Deixamos pra depois a busca de abrigo
Deixamos de nos ver fazendo algum sentido
Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais
Deixamos de sentir o que a gente sentia
Que trazia cor ao nosso dia a dia
Deixamos de dizer o que a gente dizia
Deixamos de levar em conta a alegria
Deixamos escapar por entre nossos dedos
A chance de manter unidas as nossas vidas
Amanhã ou depois, tanto faz se depois
For nunca mais... nunca mais"  
Nenhum de Nós

domingo, 29 de janeiro de 2012

Semear

"O cultivo de um campo com carinho e sementes selecionadas responde com farta colheita de flores e sazonados frutos, enquanto que deixado ao abandono e ao descaso, restitui a indiferença com que é tratado através de cardos e abrolhos, ou aridez e morte..." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito

Somos todos espíritos imortais portadores de uma faculdade denominada livre-arbítrio que, conforme a doutrina espírita, consiste na possibilidade de fazermos nossas próprias escolhas.

Porém é importante termos em mente que todas essas escolhas geraram consequências boas ou más, conforme tenhamos optado pelo bem ou pelo mal. Inevitavelmente essas conseqüências nos atingirão, é parte do processo de causa e efeito, uma lei natural da vida.

A semeadura é sempre livre e de nossa responsabilidade, se cultivarmos o campo de nossa existência com carinho, semeando o bem, a paz, a alegria, o amor ao próximo, nossa colheita será de paz, amor, gratidão. Mas deixado ao desleixo, à indiferença ou cultivado com as sementes da violência, da intolerância, do desamor o campo da vida nos responderá da mesma forma com espinhos e dores...

A responsabilidade é nossa, a escolha começa no presente, nos cabe semear, é hora de escolher as sementes, de arar a terra...

"Plante amor e paz e a vida lhe trará colheita de paz e amor." - Chico Xavier