Nova postagem no blog próximo sábado

sábado, 7 de janeiro de 2012

Toda a forma de amor

   Ontem, lendo o livro "Quando a Vida Responde" de J. Raul Teixeira, livro este composto por diversas perguntas, uma delas me chamou bastante a atenção, talvez por vir ao encontro do que eu penso a respeito do assunto. Decidi, por isso, compartilhá-la aqui no blog.

   "Como você vê a oficialização do casamento entre homossexuais e a adoção de filhos por parte deles?
   Consideramos que qualquer oficialização que se estabelece no mundo corresponde à formalização de situações que já existem ou que precisam ser normatizadas para evitar distorções nos julgamentos de diversificadas situações, em respeito ao conceito formal de justiça. Assim, se se fala de oficialização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, é que essas pessoas já estão se unindo, apesar de qualquer formalização, deparando-se a partir disso, com problemas cujas soluções exigem um pronunciamento da lei que regulamenta a vida de uma sociedade.
   Independentemente do nome que se deseje dar a essas uniões, a realidade é que tais uniões existem. Seus parceiros podem conviver pouco ou muito tempo juntos; podem fazer aquisições de variadas índoles em nome da dupla ou durante o período em que estão juntos . Como ficará, perante a sociedade organizada, a situação de um e de outro parceiro? Em caso de falecimento de um deles, há ou não direitos a pensões e outros benefícios, após uma vida passada em comum? Todos os quadros com os quais nos defrontamos e que tomam corpo na sociedade precisam ser estudados e disciplinados pela legislação.
   Não há como fazer vistas grossas e fazer de conta que tal fato não existe. Logo, não há como fugir dessa oficialização em nome de qualquer tradição ou preconceito, uma vez que os fatos aí estão, afrontando os tempo e exigindo um posicionamento oficial da autoridades, pois não há lei que possa impedir de fato que duas pessoas do mesmo sexo tenham vida em comum, que se entendam, que se cuidem e que se amem.
   No que respeita à adoção de filhos, estamos diante de uma questão de bom-senso. O que será melhor para uma criança: viver ao relento, ao abandono, sujeita a todos os perigos que inundam as ruas; em instituições que, por mais respeitáveis que sejam, não conseguem converter-se num lar para nenhuma criança abandonada, ou ser amparada pela generosidade e pelo carinho de duas pessoas do mesmo sexo e que vivem juntas? 
   O amor em si mesmo, não tem sexo, e é muito valorosa a atitude de quem quer que seja que se decida por adotar uma criança. Somente a hipocrisia ou a indiferença para com a criança órfã ou abandonada pode criar impedimentos para tal adoção."

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Foi de Coração...


   Assistia há pouco ao Jornal Hoje, quando uma reportagem me comoveu muito. Falava de um transplante de coração ocorrido entre um bebê de 1 ano e 9 meses que desencarnou no Rio de Janeiro para uma bebezinha de 1 ano e 8 meses de Brasília.

   Admirável o ato de amor ao próximo dessa família, mas principalmente dessa mãe, que em meio a dor de perder seu filhotinho, teve a compaixão com todas as outras mães que sofrem vendo seus filhos sofrerem.

  Por isso dizem que toda mãe tem um pouco de Maria, cujo coração não cabe apenas o Filho Amado mas que divide seu coração e amor de mãe com toda a Humanidade!!

   É preciso uma alta dose de altruísmo, solidariedade e generosa caridade cristã para transferir a própria vida, por nossa vontade, após nos despirmos das prisões da carne, ou consentir que um ente querido venha a compartilhar o dom da vida com alguém após um infortúnio.

   (...) Os transplantes, ligados intimamente que estão ao ato supremo das doações, surgiram como que para testar nossas virtudes de solidariedade humana, nosso altruísmo, nossa generosidade, nossa piedade, nossa compaixão, nossa filantropia, nossa benevolência, nossa bondade, nosso amor ao próximo, nosso espírito humanitário, nossa indulgência, nossa excelência moral, nossa grandeza de alma, nossa misericórdia, nosso espírito de socorro, amparo e auxílio e, sobretudo, a virtude mais decantada nos Evangelhos: o amor e a caridade”. (Folha de S.Paulo, A3, “Opinião”, 15 de maio de 2001).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Atleta de Quatro Patinhas

"Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida." - São Francisco de Assis

Hoje estávamos, o Kiko e eu, treinando na pista da FURG quando nos surpreendemos com um pequeno cãozinho vira latas que decidiu nos acompanhar no treino. 

Segundo o Kiko, ele fez uma volta inteira atrás de mim, a uma velocidade média de 13km/h, pace de 4:32, praticamente um atleta de quatro patinhas.

Lógico que depois de um tiro destes nosso amiguinho deitou-se para descansar na sombra, mas no fim do treino, quando estávamos troteando ao redor da pista, nosso amiguinho decidiu terminar também seu treino e nos acompanhou em duas voltas.

O Kiko me perguntou por que aqueles animaizinhos ficavam por ali, a resposta é simples, o pessoal os alimenta e muitas vezes os trata com bastante carinho e eles vão ficando, até que alguém se encante com eles e lhes deêm um lar.

Fiquei com pena de não ter nada comigo para dividir com o nosso amiguinho que nos fez companhia, tornando mais divertido nosso treinamento, mas na próxima semana se ele por lá estiver...

E como diz a frase de Francisco de Assis o Pai a nenhuma de suas criaturas desampara, quanto mais a esses pequeninos que alegram nossos dias!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Corrente do Bem


"As pessoas são irracionais, inconsequentes e egoístas. Ame-as assim mesmo.
Se você fizer o bem será acusado de ter obscuros motivos mesquinhos. Faça o bem assim mesmo.
O bem que se faz hoje será esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo.
Aquilo que você demorou anos para construir pode ser destruído em uma noite. Construa assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor que você tem e baterão em você apesar disso. Dê ao mundo o melhor que você tem assim mesmo." Madre Teresa de Calcutá

   Fazer o bem é contagioso. Por que não tentar uma pequena ação por dia? Um simples gesto de gentileza ou de tolerância, compreensão, o resultado é mágico...
   O vídeo e a mensagem dizem tudo, fica a reflexão sobre a corrente do bem...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Qual a sua máscara?

   "Torna-se de alto significado, para um exitoso relacionamento social, que o indivíduo tenha a coragem de considerar a própria crueldade, os sentimentos ambíguos, os receios interiores, as inseguranças e a agressividade pessoal em uma análise honesta das dificuldades que lhe são peculiares, buscando superá-las a fim de que não haja transferência de responsabilidade para outrem, ou consciência de culpa quando qualquer insucesso se manifestar nos intercâmbios buscados.
   Quando se é capaz de vencer as imperfeições, sem as direcionar para os outros, tem-se condição para convívios saudáveis, harmônicos, o que não impede a ocorrência de desajustes e incompreensões que podem ser discutidos e diluídos, tendo-se em mira o objetivo de construir uma boa sociedade." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito

   Para vivermos em sociedade, buscamos a aceitação dos determinados grupos sociais onde queremos nos inserir, e para que busquemos a aceitação desse grupo procuramos de todas as formas mostrar as nossas qualidades e mascarar nossas imperfeições.

   Inicialmente a máscara, na maiorias das vezes, funciona e somos aceitos, porém o convívio diário ou constante nos impede de manter essa máscara o tempo todo, ela acaba por entortar-se, deslocar-se e até mesmo cair deixando à mostra as imperfeições que procurávamos disfarçar.

   É muito fácil para cada um de nós apontarmos os defeitos daqueles que estão ao nosso lado, como Jesus mesmo nos explicou temos o hábito de "apontar o cisco no olho do próximo, mas não vemos a trave no nosso." Nesse jogo das máscaras, acabamos por iludir a nós mesmos, e nos tornarmos desconhecidos para nós mesmos, quando alguém nos aponta um defeito, como é difícil aceitá-lo, a primeira atitude é a negação absoluta. "Não, eu não sou assim!", alguns de nós posteriormente até fazemos uma reflexão a respeito perguntando-nos se realmente somos assim, mas acabamos sempre encontrando desculpas para esse comportamento ou acreditando que houve certo exagero no julgamento do outro.

   Há pouco tempo, participando de um treinamento com um grupo de colegas com os quais não tenho muito contato, apenas em alguns cursos que fizemos, participamos de uma dinâmica na qual primeiramente escrevemos nosso nome em uma folha em branco e essa folha circulou entre os demais para que cada um escrevesse uma característica positiva da pessoa cujo nome estava escrito na folha, até aí tudo bem, é bom ver quais as qualidades que os outros vêem em você.

   Num segundo momento a mesma folha circulou para que fosse apontado um defeito do nome constante na mesma. Quando a folha com meu nome retornou trouxe uma desagradável surpresa, 90% dos comentários apontavam como defeito "personalidade forte".

   Parei para pensar em tudo que poderia implicar o termo "personalidade forte": agressividade, egoísmo, imperatividade dos opiniões, dificuldade de convivência.... Confesso, amigos leitores, que até o momento acredito que houve "certo exagero" e ainda estou procurando desculpas para mim mesma....

   Como é difícil o exercício deste conselho de Joanna, transcrito no início desta mensagem, o autoconhecimento requer muita coragem, coragem de olhar para si mesmo sem medo de ver o nosso próprio lado obscuro, de verificar que o mal ainda existe sim, e dentro de cada um de nós.

   E você amigo leitor, quais são as suas máscaras??

domingo, 1 de janeiro de 2012

Submundo - Subvida


   Havia um andarilho que vestia calças sujas e remendadas, camisa rasgada, barba por fazer, cabelos emaranhados e os pés descalços. O único objeto que possuía era uma mala mais surrada que as próprias vestes.
   Ele tinha seus momentos de reflexão quando dizia que se possuísse recursos para uma vida digna, não seria como os milionários que querem sempre mais. Estaria satisfeito com o mínimo para viver.
   Os dias se passavam e ele insistia na idéia. Um dia a fortuna aproximou-se dele e fez uma proposta: colocaria na mala velha quantas moedas de ouro ela suportasse. Existia um porém: aquilo que caísse no chão seria transformado em pó.
   Imediatamente ele abriu a mala jogando fora um pedaço de pão e um jornal velho que forrava os bancos para dormir. Seus olhos estavam maravilhados. Segurava com desespero o fundo da mala para que não se soltasse e para que suportasse cada vez mais e mais moedas.
   Em um dado momento, a fortuna interrompeu o fluxo das moedas alertando que a mala não suportaria mais peso, mas o andarilho retrucou que não, que colocasse mais moedas, pois ele suportaria com os próprios braços o que a mala não agüentasse. Foi feito conforme sua vontade. A mala rompeu-se transformando em pó todas as moedas de ouro.

   Quando iniciamos nossa vida física para reajustarmos a nossa consciência com a paz somos parecidos com o andarilho, fazemos inúmeras promessas de sermos melhores, de acertarmos nossos erros passados. Mas quando aqui chegamos nos maravilhamos com os bens e prazeres materiais, nos abraçamos à mala da existência física que vai sendo corroída pelo tempo, na tentativa de aproveitar cada segundo na Terra, estocamos valores que não nos acompanharão do outro lado da vida.

   Passamos a viver num mundo em que os valores morais são colocados em segundo plano pela necessidade exagerada de sucesso e bens materiais, onde o ter é mais importante que o ser, onde o dar vem depois do receber e quando vem, elegemos, primeiramente o eu ao invés do nós, perdemos a noção de solidariedade e esquecemos a máxima que Jesus nos ensinou do “amarmo-nos uns aos outros”.

   Vamos, por nosso próprio livre-arbítrio, ignorando o nosso semelhante e nos tornamos algumas vezes capazes de atos desleais e inferiores com o nosso próximo para conquistar os gozos materiais. Vivemos num submundo, uma subvida!

   Na questão 716 do LE nos ensinam os espíritos amigos que: “A natureza traçou o limite de nossas necessidades em nossa organização, mas o homem é insaciável e os vícios alteraram sua constituição e ele criou para si necessidades que não são reais”.

   No livro Caminho, verdade e vida, Emmanuel nos aconselha: “Se teus desejos repousam nas aquisições factícias, relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o mundo que te não pertence se perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida imortal.”

   Não estamos aqui condenando o uso dos bens materiais conquistados com o esforço e o suor do trabalho digno, mas o abuso desses bens materiais, a preocupação excessiva com mais e mais conquistas deixando de lado valores, princípios essenciais, necessários a nossa evolução como espíritos.

    Algumas vezes chegamos a um determinado patamar de nossas vidas em que temos um emprego bom, uma salário digno e capaz de manter com certo conforto nossa família, mas ainda não estamos satisfeitos, queremos mais, queremos o carro do ano, a moto do ano, etc. E a sociedade consumista ao nosso redor também nos cobra que tenhamos mais.

   Precisamos entender que tudo o que possuímos nos é emprestado por Deus para que realizemos a nossa evolução, sejam os bens materiais que deixaremos ao retornar à Pátria Espiritual ou mesmo antes disso se não nos forem mais necessários; sejam as pessoas que conosco compartilham a existência, elas também não nos pertecem e um dia seguirão seus caminhos na evolução junto ou não a nós, o importante é estarmos unidos através dos elos estabelecidos pelo amor, o amor que liberta, que permite ao outro seguir o seu caminho; seja mesmo o nosso corpo físico que deixaremos no túmulo, e de tudo isso prestaremos conta do bom ou mau uso que fizemos.

   Libertemo-nos do apego excessivo aos bens e aos nossos entes queridos, abramos espaço ao cumprimento de nossos deveres e compromissos. A eterna luta por mais e mais conquistas nos aprisiona.

     Chegamos ao ponto de nos deixarmos aprisionar pelos bens materiais que nos tomam tempo essencial, o telefone celular que a um simples toque interrompemos a atividade que estávamos executando para atendê-lo, muitas vezes atividades de harmonia e paz como uma leitura ou o diálogo com a família; nos deixamos aprisionar pelo computador, pela internet que nos toma horas intermináveis que poderíamos utilizar no diálogo carinhoso e instrutivo com os filhos, com o cônjuge, etc.

   Quantas oportunidades de trabalho, de ajuda ao próximo perdemos, dentro mesmo da nossa casa, quando extremamente voltados às conquistas materiais não temos tempo para o diálogo fraterno em casa, para a educação dos nossos filhos, para o carinho e o afeto.

   Nosso maior tesouro não é material, é sutil. Família, amizade, amor, tempo, saúde, trabalho, conhecimento, moral.

   Jacob Melo no livro Pense sobre isso nos diz: “O maior tesouro é aquele que não fica preso no peito, na mente ou em qualquer estrutura egoística, mas o que vai aberto em benefício de todos."

   Como nos ensinou Jesus no Cap. XXV item 6 do ESE não acumulemos valores que as traças roem e os ladrões roubam, mas tesouros no céu, pois onde está o nosso tesouro aí estará o nosso coração.Valores como a paciência, a piedade, a compaixão, a misericórdia, a solidariedade, o perdão, resumidamente, a caridade e amor, elevam o nosso espírito e são somente estes os necessários à nossa evolução.

   Aproveitemos esse novo ano que se inicia e não percamos mais tempo, façamos um esforço sincero, a procura do melhor que Deus colocou dentro de cada um de nós, exercitemos as verdadeiras virtudes, procurando ser. Mas o que significa ser? Quando visitamos alguém necessitado, somos; quando utilizamos o diálogo e a compreensão dentro de casa, somos; quando praticamos o perdão, a compreensão, a tolerância, somos, somos filhos de Deus!  Procuremos viver nesse mundo com a consciência de que não somos desse mundo, mas de um mundo onde os verdadeiros valores são os espirituais.

   Encerramos essa conversa com um pequeno diálogo ocorrido entre um certo turista quando encontrou-se com um famoso mestre egípcio na Cidade do Cairo, surpreso ao ver que o ancião morava em um quarto singelo onde as únicas mobílias eram uma mesa, uma cama de palha e um banco.
   Perguntou-lhe o turista: - Onde estão seus móveis?
   O sábio respondeu com outra pergunta: - Onde estão os seus?
   O turista respondeu-lhe: - Eu estou aqui de passagem.
   E com toda sua sapiência o sábio concluiu: - Eu também!