Travei outro dia terrível guerra íntima entre aquilo que um dia fui e não quero mais ser e aquilo que quero ser.
Aquilo que um dia fui rugia dentro de mim como um animal em fúria quase a me rasgar o peito para mostrar-se em toda sua ira e gritar seus desesperos.
Mas aquilo que quero ser tentava herculeamente controlar o animal selvagem. Argumentando que a raiva, o desespero, o orgulho ferido são maus conselheiros.
E o animal feroz e irracional tentava mostrar suas garras afiadas para rasgar o mundo e destruir o que cruzasse seu caminho.
Aquilo que quero ser procurava manter o controle, argumentando que um segundo de insensatez pode por a perder aquilo que levou-se anos para construir. Que as coisas nem sempre são como os olhos do orgulho as enxerga. Na verdade, nunca o são. É preciso observá-las com o olhar do amor e da bondade.
Mas o animal ainda rugia, rosnava e uivava em mim.
Quem vence esta guerra?
Ainda não sei!
Mas esta batalha, com esforço hercúleo em uma luta entre Davi e Golias, venceu o que quero ser.
O animal foi sedado por palavras sábias e amigas, pela prece e pela procura da sintonia com aqueles que no plano espiritual tem misericórdia desse espírito devedor que ora vos escreve.
Mas ele ainda vive em mim e sei que pode despertar novamente em toda sua fúria. Está apenas adormecido, mas ainda vivo, eu sei, eu o sinto, escuto sua respiração agitada.
Rogo a Deus e aos amigos espirituais que me dêem serenidade, harmonia e sabedoria para controlá-lo e um dia, quem sabe, domá-lo.
Um comentário:
"...a raiva, o desespero, o orgulho ferido são maus conselheiros." Um velho amigo que tens, dizia num estudo sobre a PALAVRA que 'as palavras que proferimos, as expressões que sentenciamos, realizam nada mais, nada menos que um contraponto com todos aqueles sentimentos que aquerenciamos dentro de nossa alma'. É bem assim ou então não estaria certa a expressão evangélica, " a boca fala do que..." Bola prá frente que atrás vem o peixe! Coragem e um abraço!
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