"A primeira coisa a desaprender com relação às crianças é a de que elas herdam características psicológicas, como inteligência, dotes artísticos, temperamento, bom ou mau gosto, simpatia ou antipatia, doçura ou agressividade. Cada ser é único, em sua estrutura psicológica, preferências, inclinações, idiossincrasias. Somente características físicas são geneticamente transmissíveis. Quanto ao mais, não." Hermínio Miranda - Nossos Filho são Espíritos.
Tudo o que nossos filhos herdam de nós faz parte do corpo físico, apenas características físicas como cor dos olhos, cor da pele, propensões à desenvolver determinadas doenças entre outros.
As características psicológicas, referentes à personalidade, preferências, gostos, dotes artísticos, caráter não são transmitidos geneticamente, são heranças que o próprio espírito traz de si mesmo, de suas experiências em vidas anteriores.
É certo que muitas vezes acompanhamos casos de famílias em que muitos possuem determinado dote artístico ou determinada propensão a optar por certa carreira profissional, mas isso não se dá por transmissão genética, mas por afinidade, são espíritos semelhantes que se atraem para que um auxilie o outro ou porque possuem compromissos e sentimentos entre si.
Outras vezes observamos crianças que nascem com características psicológicas totalmente diferentes dos pais, é o filho problemático que nasce em meio a família bem estruturada moralmente, este vem para aprender com esta família, talvez por compromissos passados entre os membros ou por aceitação da família em receber o espírito necessitado de auxílio para progredir.
Ocorre também o surgimento de espíritos mais desenvolvidos moralmente em meio a famílias desestruturadas e problemáticas, este vem muitas vezes com a missão de ser o elo de ligação e o ponto de luz entre os espíritos necessitados, vem para auxiliar, para conduzir os demais no caminho do bem.
O que salientamos é que as características psicológicas não são transmitidas de pais para filhos, é herança única, própria do espírito, portanto cai por terra alguns medos ao adotar uma criança. O medo de a criança possuir caráter duvidoso herdado dos pais que não nos são conhecidos é infundado.
Este espírito trará consigo características que lhe são próprias e não herdadas. O único imprevisto poderá ser a herança genética de propensão a desenvolver determinadas doenças físicas, mas mesmo que isso ocorra quem garante que nós, os pais do coração não teremos a capacidade e o dever de cuidar desse espírito nesse momento, auxiliá-lo, talvez não com o nosso sangue, mas com o nosso afeto, nosso carinho, nosso amor.
Por que esse pode ser um filho querido de outras vidas que nos volta aos braços, não pelos laços do sangue, mas pelos do amor, amor que em outras vidas o negamos e que hoje é nosso dever e nossa vontade dedicar-lhe.
Pensemos sobre isso...
"Filhos do Coração
Os homens, preocupados com o pão de cada dia cultivam a semente.
Para assegurar o reconforto protegem as árvores.
Envidam esforços para preservar os animais, as plantas, os rios, a natureza enfim.
Pensam no futuro do planeta e desejam semear desde agora, a certeza de um futuro promissor.
Movimentam-se homens em prol da vida, expondo a própria vida em defesa dos animais marinhos, com a intenção de protegê-los.
Cientistas e pesquisadores dedicam-se a cultivar, em cativeiro, animais prestes à extinção.
Todos esses esforços são nobres, todavia, temos nos esquecido da orfandade que se alastra assustadoramente. Não temos protegido a infância que representa o porvir que a todos nos espera.
Crianças caminham desoladas e sós, chorando a ausência do braço paterno, ou se lastimam ante a falta do regaço materno que a morte suprimiu.
Assemelham-se a frágeis lírios expostos aos golpes do granizo, a perambularem sem rumo, sem amparo, sem esperanças...
São pequeninos filhos de Deus, em plena aurora da vida, esperando de nós apoio e assistência.
Não nos julguemos exonerados do dever de amparar os órfãos com os quais nos defrontamos na marcha. Se Deus os coloca em nossa caminhada, é porque espera de nós a demonstração de solidariedade e amor.
Esses infantes esperam guiar-se por nossos passos, orientar-se por nosso verbo, conduzir-se pelos nossos exemplos, para mais tarde, devolver-nos a mensagem que hoje lhes mostramos, já que são o germe do futuro.
O mundo de hoje é o retrato fiel dos homens de ontem que no-lo transmitiram com as qualidades e os defeitos de que se nutriram no campo das próprias almas.
Assim, a Terra de amanhã será, inelutavelmente, o reflexo de nós mesmos. E a infância colorirá o futuro ou o ensombrecerá, conforme tenha recebido de nós, hoje.
Lembremo-nos de que, pela lei de reencarnação, nesses filhos de ninguém, pode estar um afeto do nosso coração a rogar-nos braços amigos e o aconchego do lar e da família que não possuem.
Os laços do afeto não se desenvolvem somente na família consanguínea. Nós os podemos construir a cada instante, acolhendo um desses pequeninos sem pais, para num futuro mais ou menos distante, recolher os frutos da semeadura de agora.
Não nos comovamos tão-somente perante o sofrimento que sufoca milhares de pequeninos. Façamos algo. Abramos as portas dos nossos corações e dos nossos lares para acolher um filho alheio, que em realidade é um filho de Deus e, por conseguinte, um irmão nosso."
Fonte: www.momento.com.br
Equipe de Redação do Momento Espírita
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