"A raiva é um fator de frequente conflito, que aparece repentinamente, provocando altas descargas de adrenalina na corrente sanguínea, alterando o equilíbrio orgânico e, sobretudo, o emocional...
Quantas vezes já não nos quebramos emocional e fisicamente pelos momentos não controlados de raiva? Quando tudo passa, nos envergonhamos dos atritos que tivemos, da raiva que deixamos invadir nosso ser, por motivos tão insignificantes." Joanna de Angelis - O Despertar do Espírito
Em nosso atual nível evolutivo ainda nos deixamos dominar seguidamente pela ira, pela raiva, permitimos que esse nefasto sentimento nos domine em diversos momentos de nosso cotidiano por motivos fúteis e insignificantes.
E nesses momentos mostramos, exteriorizamos o que existe de pior em nós. Vem a tona aquele ser primitivo, primata ainda, irracional, que escondemos em nosso íntimo. Percebemos as "barbaridades' das quais somos capazes ainda.
Falamos sem pensar, falamos o que não sentimos, porque a intenção nesses momentos não é falar a verdade, não é falar o que realmente sentimos, a intenção, na 'hora da raiva' é ferir, é agredir, é magoar. E, infelizmente, sempre alcançamos esse objetivo.
Aqueles que são objeto de nossa descarga de energia acabam magoados, sentidos, feridos, ferias estas que demoram a cicatrizar, algumas vezes mais de uma encarnação, tudo por um momento de irracionalidade ao qual nos permitimos.
Nos permitimos, sim, pois é possível evitá-los, é possível controlar o monstro dentro de nós. É uma questão de treino, de disciplina, de fé, de prece, de sintonia vibratória com os nossos benfeitores, com aqueles que nos querem bem e nos guiam. basta que nesses momentos, silenciemos nosso orgulho, façamos prece sincera aos espíritos amigos para que nos dêem força e serenidade.
E ainda existem os males físicos que causamos ao nosso corpo físico e ao nosso perispírito quando nos deixamos contaminar pela raiva: são gastrites, ulceras, problemas gástricos diversos, cefaléias e muitos outros efeitos colaterais que essa 'droga' causa em nossos organismos.
Nos cabe evitá-la, agira com racionalidade, com paciência, tolerância e compreensão. Termino este post com uma bela estorinha:
"Um Avô disse ao seu neto, que se chegou a ele com raiva de um amigo que lhe havia feito uma injustiça: 'Deixa-me contar-lhe uma história. Eu mesmo, algumas vezes, senti grande ódio daqueles que me 'aprontaram' tanto, sem qualquer arrependimento daquilo que fizeram. Todavia, o ódio corrói-te , mas não fere o teu inimigo. É o mesmo que tomaras veneno, desejando que o teu inimigo morra. Lutei muitas vezes contra estes sentimentos'.
E o avô continuou contando ao neto: 'É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não magoa. Ele vive em harmonia com todos ao redor dele e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isso, e da maneira correta.
Mas, o outro lobo, ah!, esse é cheio de raiva! Mesmo as pequeninas coisas o lançam num ataque de ira! Ele briga com todos, o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não pode pensar, porque a sua raiva e o seu ódio são muito grandes. É uma raiva inútil, pois sua raiva não irá mudar coisa alguma!
Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar o meu espírito'.
O garoto olhou intensamente nos olhos do seu Avô e perguntou: 'Qual deles vence, vovô?'
O Avô sorriu e respondeu baixinho: 'Aquele que eu alimento'".
Um comentário:
Vingar-me-ei...
Permite-me: Lia história dos dois lobos e me lembrei deste diálogo - um pouco extenso:
- Morrie Schwartz – “A vida é uma série de puxões para frente e para trás. Queremos fazer uma coisa, mas somos forçados a fazer outra. Algumas coisas nos machucam, apesar de sabermos que não deviam. Aceitamos certas coisas como inquestionáveis, mesmo sabedo que não devemos aceitar nada como absoluto. Tensão dos opostos, como o estiramento de uma tira de borracha. A maioria de nós vive mais ou menos no meio…
- Mitch Albom – E que lado vence?
- Morrie Schwartz – O amor vence. Sempre.”
(A última grande lição, Mitch Albom, pg. 36).
Um grande abraço! Cláudio
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