"Para atingirmos a vivência do amor em plenitude, não podemos passar insensíveis em determinados fatos tristes da vida. A insensibilidade como nos aprisiona em um espesso bloco de gelo impedindo-nos o crescimento dos sentimentos. São compreensíveis as lágrimas pela partida de estimados companheiros." Forni - Sempre Existirá Esperança
Comumente escutamos no meio espírita que não devemos chorar a partida para o mundo espiritual daqueles que nos são queridos. Concordo em parte com este conceito, acredito que não devemos chorar desesperadamente a morte de nossos queridos, para não transmitir a eles o nosso desespero, o que os atrapalha em seu momento de transição.
Mas não chorar a adiantada saudade daqueles cujo contato físico não mais teremos, a voz, a mão amiga, o sorriso. Ainda somos muito apegados a esse contato material com aqueles que amamos, apesar de termos o conhecimento de que a morte não existe e de que nossos entes queridos apenas mudaram de plano e nos aguardam no plano espiritual para um reencontro futuro.
Porém alguns dizem que ainda não somos espíritas se sofremos a dor da despedida temporária. Se ser espírita é não sofrer a dor de ver partir nossos queridos, que me perdoem Kardec, Leon Denis, Chico Xavier, e outros, pois estou ainda muito longe de ser espírita.
Sempre considerei o controle excessivo dos sentimentos como insensibilidade. Creio que alguns chegam ao ponto de tal controle que beira o não sentir, ultrapassam a linha tênue entre o controle e a frieza. Alguns são capazes de dormir placidamente ouvindo alguém que chora ao seu lado.
Onde a linha tênue? Onde o limite do controle dos próprios sentimentos e a frieza de um coração que de tanto controle desaprendeu a amar? De tanto desapego beira a indiferença? Onde esta linha tênue?
Não quero ultrapassá-la, não é meu objetivo o não sentir, pelo contrário gosto de sentimentos, mesmo que me levem por vezes ao mais profundo do meu ser, mesmo que me exponha todas as fragilidades humanas, ainda assim prefiro sentir, prefiro sofrer, prefiro demonstrar, prefiro a certeza do amor, do ódio, do alegria, da tristeza que a dúvida da indiferença, da frieza.
2 comentários:
A sensibilidade é o estopim que sempre deflagará uma 'carga principal'... O insensível jamais 'se tocará' do algo a mais que precise desenvolver.Odeio a insensibilidade na mesma proporção que me julgo sensível. Afirmaria até o contrário: O INSENSÍVEL, ESPÍRITA NÃO É... Obrigadinho pela 'afinação'. Claudio.
A insensibilidade poderá derrubar sonhos, 'travar' ou 'inibir'empreendimentos... E se estes forem pró Doutrina? Como fica?
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