"O homossexual tem o direito, como todo ser humano, a uma vida plena de troca, partilha e comunhão afetiva, tão profunda quanto seja possível, perante a sociedade e a sua capacidade de adaptação e resiliência, diante da homofobia internalizada e do preconceito social." Andrei Moreira - Homossexualidade sob a ótica do espírito imortal
Escutamos frequentemente no meio espírita que a experiência reencarnatória homossexual deve ser vivida através da sublimação da energia sexual, com total abstinência dos desejos físicos, utilizando esta energia em outras atividades como: a caridade, o amor ao próximo, o trabalho no bem.
Hipocrisia, somos hipócritas! Exigimos do próximo algo para o qual nós mesmos não estamos preparados. Quem de nós heterossexuais está disposto hoje a abrir mão de sua vida sexual? Por que então exigimos do outro aquilo para o qual não estamos preparados.
A sublimação da energia sexual deve ser escolha do indivíduo, do espírito independentemente de sua orientação homo ou heterossexual. É a escolha individual do espírito que encontra-se já desapegado dos desejos carnais, não deve ser imposta por qualquer que seja a crença, religião ou doutrina.
O que é mal visto aos olhos de Deus não é o relacionamento afetivo e respeitoso entre duas criaturas, sejam elas do mesmo sexo ou não, mas o que é mal visto é a promiscuidade. Promiscuidade que existe tanto entre homossexuais, mas principalmente entre heterossexuais, basta ligarmos a televisão e teremos uma ideia dos compromissos que estamos assumindo nessa área da vida.
No livro dos espíritos questão 695 nos diz: "O casamento, ou seja, a união permanente de dois seres é contrária à lei da Natureza?
-- É um progresso na marcha da Humanidade."
Atentemos que o insigne codificador Allan Kardec não utiliza o termo união entre um homem e uma mulher, mas o termo união entre dois seres. O casamento é um marco em nossa evolução quando dois seres se unem para constituir uma família e cuidar um do outro.
E esta família não necessita ser consanguinea, nós que tanto pregamos a família espiritual como negar aos indivíduos a construção de uma família, a adoção de crianças, se poderão estar dessa forma resgatando débitos e reafirmando laços espirituais de amor do passado.
O casamento e o sexo não servem unicamente para a reprodução, mas para a troca de afetividade e amor entre os seres. Afinal quem de nós chegou ao grau evolutivo tão desapegado a ponto de utilizar o sexo apenas como meio de reprodução? Esta não é a sua finalidade única, ele é uma troca de energias, de afetos, de amor.
Hipocrisia não combina com caridade!!
"O casamento ou união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua. Essa união reflete Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida" Emmanuel - Vida e Sexo
Um comentário:
Retornei a 2009, quando 'defendi' isto na aulinha de 4ª feira... Fiquei imaginando, na época, o 'ser' unido à sua sogra, planta, animal, cunhado, tia solteirona... Como Kardec é sábio! Abraço.
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