Esta semana vamos falar sobre a última parte da história do Espiritismo que viemos falando ao longo de todo este mês em homenagem aos 10 anos do nosso Recanto de Luz e que é o Espiritismo nos Dias Atuais.
Para que a Doutrina Espírita se disseminasse ela foi codificada como vimos na semana passada por Kardec na França, pois a França na época era o centro cultural do mundo.
Nos conta Humberto de Campos no Livro Brasil – Coração do Mundo Pátria do Evangelho que em meados do século 14º Jesus observando os progressos de sua doutrina e de seus exemplo no coração humano e em face dos comprometimentos do continente europeu com o materialismo, ele teria transplantado a árvore do Evangelho para as Américas, em especial para o Brasil.
O Brasil, então, passa a ter por missão difundir o Evangelho através de seu empenho em criar condições para a vivência do Evangelho. Aproveitando, assim a tendência maior do povo brasileiro para a fraternidade, em vista da maior diversidade do povo e da convivência mais pacífica de raças, nacionalidades e credos.
Falemos um pouco sobre o espiritismo no Brasil.
Os primeiros experimentadores da mediunidade no Brasil saíram dos cultores da homeopatia, os médicos Bento Mure de origem francesa e João Vocente Martins, português, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus pacientes e falavam de Deus, Cristo e caridade.
José Bonifácio foi também um dos experimentadores do fenômeno espírita.
Em 1844, o Marquês de Maricá publicou um livro com os primeiros ensinamentos de fundo espírita.
Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade e o Jornal do Comércio maior órgão de imprensa da Capital do Império publicava em 23 de setembro artigo favorável à Doutrina.
Os primeiros centros espíritas, nos moldes preconizados por Kardec, surgem na Bahia e no Rio de Janeiro a partir de 1865.
Em 2 de janeiro de 1884 é fundada a Federação Espírita Brasileira, por iniciativa de Augusto Elias da Silva.
O fato de maior significação foi a adesão do eminente político e médico Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti que se declarou espírita perante um platéia de pessoas importantes.
Após a Proclamação da República em 1889, surge o novo Código Penal no qual o Espiritismo era enquandrado como “transgressão à lei”.
Em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição Republicana, constituiu o Estado Leigo, ou seja, sem nenhum tipo de ligação com a Igreja. Como conseqüência o espiritismo e todas as religiões praticadas no Brasil, foram favorecidas.
Bezerra de Menezes assume a presidência da FEB em 3 de agosto de 1895 vindo a falecer em 11 de abril de 1900, após quatro anos e meio de intenso trabalho, deixando a FEBconsolidada.
O período de 1905 a 1930 é de grande expansão do Movimento Espírita. A partir de 1939 a FEB começa a montagem de uma oficina gráfica própria para a edição das obras espíritas.
Em 1932 Chico Xavier psicografa sua primeira obra, lançada pela FEB – “Parnaso de Além-Túmulo”.
As obras espíritas e os fenômenos da psicografia de diversos médiuns, mas, principalmente, o trabalho e os exemplos de fé, amor e caridade do nosso querido Chico Xavier são fundamentais para a divulgação e disseminação do espiritismo, deixando atrás de si um rastro luminoso a mostrar através de seus exemplos como vivenciar o evangelho, como cumprir com a missão que nos foi designada.
Mas esta missão não é um decreto divino, é uma proposta do mundo espiritual, a sua concretização depende de cada um de nós, muitas outras missões já foram atribuídas a outros povos e fracassaram.
A Doutrina Espírita nos dá uma noção clara das nossas responsabilidades apontando a honestidade, fraternidade, amor ao próximo não como um favor que fazemos aos outros, mas como as diretrizes mínimas e necessárias à nossa felicidade. Ela nos dá uma visão do mundo espiritual e das conseqüências futuras de nossas ações.
Como espíritas precisamos fazer ao próximo tudo aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Sobre isso nos conta Richard Simonnetti no livro Amor, sempre Amor! A seguinte historinha:
A sós em seu escritório Onofre lia o ESE XI:
“Amar o próximo como a si mesmo; fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós” é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo.
Onofre pôs-se a imaginar como a humanidade seria feliz se a lei do amor fosse observada.
Decidiu enfrentar o desafio de amar o próximo como a si mesmo e fazer por ele o que gostaria de receber.
No quarto, beijou, carinhoso, a esposa já acomodada no leito, dizendo que a amava e desejando-lhe um sono tranqüila.
Joana, a esposa, desconfiada pensou o que teria aprontado o marido, aquela manifestação inusitada de carinho cheirava a consciência pesada, mas tranquila aconchegou-se a ele e dormiu feliz.
Pela manhã ofereceu-se Onofre para ir à padaria buscar os pães a mulher verificou se o marido estava febril, pois não estava habituada à colaboração do marido nos trabalhos domésticos.
Na rua Onofre foi abordado por um homem, mas demonstrando pressa despediu-o rapidamente. Arrependido pensando na resolução que tomara na véspera retornou para conversar com o homem.
Este explicou-lhe que estava desempregado, a esposa doente e os filhos passavam necessidade. Onofre pediu que o acompanhasse à padaria comprando-lhe pães, leite e outros alimentos. O homem, agradecido, confessou-lhe que acabara de salvar sua vida, pois cansado de pedir e ouvir desprezo pensava em tirar a própria vida, diante disso Onofre deu-lhe o endereço do centro espírita que freqüentava aconselhando-o a buscar ajuda lá, se não para o físico, para o espiritual.
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