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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Teu Plantio

Com o tema de hoje Ayrtes procura nos levar a refletir que cada um de nós é herdeiro de si mesmo. O que estamos colhendo hoje é fruto de um passado, e o que colheremos amanhã, será fruto do que estamos fazendo agora.



No ESE cap V item 4 os espíritos nos dizem o seguinte: “A quem, pois culpar de todas as suas aflições senão a si mesmo? O homem é, assim, num grande número de casos, o artífice de seus próprios infortúnios.



Estamos na Terra em processo de aperfeiçoamento e o maior instrumento para atingirmos esse objetivo é o próximo. É a vida de relação que nos permite realizar trocas, aprender, ensinar e trabalhar para ajudarmos os que necessitam, assim como nós, também necessitamos ser ajudados, tantas vezes.



Não podemos crescer sozinhos porque é no contato com o semelhante que temos oportunidade de testar se já adquirimos virtudes que nos auxiliarão na evolução. Como saber se somos pacientes sem que haja alguém testando a nossa paciência? Como saber se suportamos a ingratidão se não convivermos com o mal agradecido?



Ayrtes nos chama ainda mais a atenção para como está essa vida de relação dentro da nossa casa. Todos sabemos que o lar é a primeira escola do ser, onde ele tem o primeiro contato com aqueles que são diferentes dele, uns com mais afinidades, outros com menos afinidades e talvez até algumas diferenças trazidas do passado e que precisam ser resolvidas através da convivência fraterna.



Qual plantio estamos fazendo para o futuro junto a esses espíritos?



Sabemos que todos estamos inseridos no meio mais adequado ao nosso progresso espiritual, já que programamos nossa existência visando trabalhar em nós determinadas tendências que precisam ser melhoradas, modificadas.



Portanto precisamos buscar uma boa convivência dentro da nossa casa e para isso é imprescindível que respeitemos o tempo de cada um. Temos o hábito de querer mudar o outro, querer que ele haja como acreditamos que seria correto, que seja como gostaríamos que fosse, mas cada um está em seu próprio nível de evolução, cada um tem o seu tempo.



Respeitar o tempo de cada um significa praticarmos três comportamentos distintos em relação ao próximo seja ele o cônjuge, o filho, os pais: o primeiro é orientar no que pudermos; o segundo é apoiar os esforços e iniciativas tomados pelo companheiro de jornada mesmo que não coincidam com a nossa visão do que seria ideal para ele; e o último é festejar junto a ele cada uma de suas vitórias, e solidarizar-se com ele nas derrotas.



A orientação deve ser feita baseada no exemplo que dá credibilidade às nossas palavras.



Quanto ao apoio, certamente é sempre difícil para pais, irmãos ou familiares dar apoio a alguém que esteja tomando decisões e caminhos que se afastem do que idealizamos ou que acreditamos que trará sofrimento e lutas, principalmente para os pais, pois estes costumam sonhar com o futuro para os filhos e nem sempre eles seguem por esse caminho, pois cada um possui seus próprios dons e vocações, seu livre arbítrio.



Devemos ter em mente que mais sábia do que qualquer um de nós é a Providência Divina. Deus nos permite fazer escolhas nem sempre as mais acertadas para que aprendamos com elas. E por que, então, não dar o devido apoio às escolhas do próximo para que ele cresça com elas? Nem sempre aquilo que imaginamos ser o melhor para alguém, realmente é o que aquele espirito necessita. Cada um precisa de suas próprias experiências para crescer, amadurecer e evoluir.



O nosso maior erro quando buscamos orientar alguém é aguardar a primeira de suas quedas para atirar em seu rosto o terrível “eu te disse que não ia dar certo”. É uma grande mostra de falta de fraternidade. Quando o outro cai, precisamos estender a mão e mostrar que estamos ali, ele não precisa que o humilhemos.



A maneira mais fraterna de convivermos com as pessoas é acreditando que elas se tornarão felizes a partir da religião que escolheram, com o companheiro ou companheira que escolheram, bem-sucedidas a partir da profissão que escolheram, e assim por diante.



Hammed no livro Renovando Atitudes nos diz que: “quem encontrou seu lugar, respeita invariavelmente o lugar dos outros, pois tem sob mira a própria fronteira e, consequentemente, não ultrapassa os limites dos outros, colocando na prática o amor ao próximo.”



Amar o próximo é aceita-lo como ele é e não como gostaríamos que fosse. A mente das pessoas é terra onde ninguém passeia. Desconhecemos o que há lá por dentro, suas dores e traumas, e, portanto, não devemos ser juízes de ninguém. Jesus nos disse certa vez que com a mesma medida que medirmos, seremos medidos.



É necessário que aceitemos as diferenças, aceitando a trajetória espiritual do outro. Cada um traz a sua bagagem espiritual, suas experiências e vivências que são diferentes das nossas. Precisamos respeitá-las. Agindo assim estaremos aprendendo a trilhar um caminho para o diálogo.



No LE questão 804 os espíritos explicam que “Deus criou todos os espíritos iguais, mas cada um deles tem maior ou menor vivência e, por conseguinte, maior ou menor experiência.”



Na vida física não temos a perfeita dimensão do que nos liga uns aos outros. Temos a certeza de que não estamos num determinado grupo por acaso. Então pensemos bem quais relações queremos construir? Queremos compromissos ou uniões felizes no futuro?



É imprescindível estarmos atentos às nossas atitudes sejam elas expressas em pensamento, atos ou palavras. Não importa onde estejamos, estaremos sempre produzindo e influenciando aqueles que estão ao nosso redor e no futuro será esta influencia e este produto que colheremos. Nada acontece por acaso. Todas as dificuldades, problemas e aborrecimentos têm uma razão de ser.



Hoje choramos as lágrimas e sorrimos o sorriso que um dia produzimos em nossos companheiros de jornada.



Para finalizarmos deixamos para reflexão uma mensagem psicografada por Chico Xavier:



Nasceste no lar que precisavas,

Vestiste o corpo físico que merecias,

Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiamento,

Possuis os recursos financeiros coerentes com tuas necessidades,

Nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas,

Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização,

Teus parentes, amigos são as almas que atraístes, com tua própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.

Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.

Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitude...

São as fontes de atração e repulsão na tua jornada.

Não reclames nem te faças de vítima.

Antes de tudo, analisa e observa.

A mudança está em tuas mãos.

Reprograme tua meta, busque o bem e viverás melhor.

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,

qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim

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