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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ausência Presente



“Eu continuo aqui,
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer.

Vai com os anjos! vai em paz.
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez.

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais”
(Legião Urbana – Os bons morrem jovens)

            Toda vez que escuto essa música do legião fico com os olhos marejados. E me pergunto por que? Por que aqueles que amamos precisam ir pra longe de nós? É uma pergunta automática, da qual sei a resposta, mas a qual não consigo evitar mentalmente fazer.

           Apesar do conhecimento da doutrina, por que ainda é tão difícil lidar com a perda? Mesmo sabendo que não é uma perda, que a separação é temporária, apenas alguns viajam antes, para nos preparar o lugar para a volta ao lar, o verdadeiro, o espiritual.

           Mas mesmo assim ainda não conseguimos aceitar, verdadeiramente, ainda mais quando alguém muito querido se vai, mesmo que muitos anos se passem, o que parece é que a ausência está sempre ali presente. É uma ausência presente ou a presença da ausência, contraditório, mas real.

          Desapego... Ainda estamos longe de exercitá-lo, nos apegamos aos bens da terra, ao dinheiro, às posses, e principalmente às pessoas, como se posse nossa fossem. Esquecemos que cada um tem o seu tempo e terminado ele retornam ao Pai.

        E ficamos martelando a saudade, que às vezes nos traz alegrias e outras nos traz a presença da ausência. Ficam no ar as perguntas de onde estarão? Como estarão?
           
            É preciso confiar na bondade e misericórdia do Pai que acolhe os que amamos com um carinho e amor muito, muito maior que o nosso, confiar que os estamos entregando em boas mãos, na verdade nas melhores que existem. Dizer de coração: “Vai com os anjos! vai em paz... Até a próxima vez.”

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