Cap. 37 do livro: O Jugo
Leve pelo espírito Inácio Ferreira
“Contudo
Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.” – (Lucas,
cap. 8 – v. 46)
Extremamente
significativo o episódio da pobre mulher enferma que, “havia doze anos, vinha
sofrendo de uma hemorragia”...
Em
meio ao povo que o comprimia e, com certeza, disputava tocá-lo, o Mestre sentiu
que alguém o tocara de maneira diferente.
Reparemos
que, a fim de curá-la, nem sequer houve necessidade de que o Senhor o tocasse,
como o fizera a tantos outros – bastou que, com a sua fé, ela estendesse a mão
e o tocasse, de leve.
Jesus
afirma que, de imediato, percebeu que dele saíra poder, ou seja, energia
psíquica, que se transferira com os seus efeitos terapêuticos para quem lograra
de seu espírito tanta aproximação!
Quantos,
fisicamente rentes a ele e, no entanto, espiritualmente distantes?
O
cristão, que almeja algo se impregnar do poder do Cristo, com o intuito de se
transformar , onde esteja, em parcela de sua Divina Presença, carece de
estabelecer com ele indispensável sintonia.
Aquela
anônima senhora a que ninguém pudera curar do mal que padecia e que, segundo
Lucas, “gastara com os médicos todos os seus haveres”, absorvendo diminuta
fração do Infinito Poder do Senhor, além de sentir a própria cura, se
transformaria em instrumento dela para centenas de doentes do corpo e da alma.
Aquela
mão que, no máximo, talvez, conseguira tocar a orla de seu manto, estabelecera
singular contato espiritual para sempre, porque poucos foram os que conviveram
com o Cristo que puderam, com tão pouco, tanto receber quanto ela recebeu.
À
medida que, espiritualmente, nos aproximamos do Senhor e aprendemos a tocá-lo,
ansiando pela cura de nossos espíritos milenarmente enfermos, assimilamos algo de seu poder que passamos, então, a irradiar em torno de nós, atraindo as pessoas que, em nossa figura obscura, pressentem os reflexos da Luz da qual ele, e somente ele, é o Foco inextinguível.
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