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sábado, 9 de março de 2013

Conjugando...

     "Por que nos sentimos tensos, nervosos, irritados, desanimados, infelizes? É que a primeira pessoa do singular pesa demais sobre os nossos ombros. O eles é leve, diáfano, voejante, principalmente quando conjugado com afeto." Richard Sominetti - A Saúde da Alma

     O egoísmo, grande chaga moral que ainda faz morada em nossos corações, quantas dores e quantos dissabores já nos trouxe e ainda haverá de trazer?

     Pura questão de saber conjugar, não apenas os verbos, mas principalmente as nossas vidas. Acostumados estamos a conjugá-la sempre na primeira pessoa do singular e esta sociedade cada vez mais virtual e materialista nos estimula a isso. 

     Sou eu, é pra mim, é por mim, é meu, meus, minhas... e qual o resultado? Intolerância, impaciência, ansiedade, solidão, tristeza, depressão... neste e no outro plano da vida! 

     Vivemos eternamente insatisfeitos, querendo sempre mais, quando deveríamos querer melhor. Como assim? Mais não é melhor? Não, mais não é melhor. O melhor é sermos e não termos e somente seremos quando formos mais de um. Quando aprendermos a conjugar nossas vidas no plural.

     Incluir o outro em nosso mundinho fechado, compartilhar nossas experiencias e nossas vidas, seja através de uma melhor convivência com aqueles que conosco dividem o lar através da compreensão, do afeto, do carinho, do diálogo; seja através do nos doarmos, doarmos algo do nosso eu para que sejamos nós dentro da sociedade.

     Nós que nos auxiliamos, nós que compartilhamos o que temos com aqueles que necessitam mais, nós que abraçamos o amigo enfermo ou triste, nós que estendemos a mão ao que sofre. Porque eu não evoluo sozinho, só evoluo, só chego ao Pai quando aprender a viver o nós, o fraternal, quando aprender que para evoluir e para ser feliz eu preciso do outro, para juntos sermos nós, a grande família universal, as ovelhas do rebanho do Mestre.

     O Mestre, com toda sua glória e sabedoria, nunca trabalhou sozinho, não amparou sozinho, teve a humildade de demonstrar a importância do nós quando escolheu doze para caminhar a seu lado, para junto dele divulgar a verdade, amparar, socorrer, amar.

     Ele deixou a lição, estudemos, analisemos e busquemos compreender que necessitamos uns dos outros, que sozinhos somos muito pouco, mas juntos, unidos pelos laços sinceros da fraternidade somos seus irmãos e suas irmãs, filhos todos de um Pai de infinita bondade, misericórdia e justiça.

Um comentário:

Unknown disse...

Lindíssima crônica Fernanda! Muito apropriada para esse nosso tempo de individualismo,onde se procura aplacar a solidão voluntária nas redes sociais e mesmo aí se evidencia a indiferença, pois mais se fala sozinho do que na própria vida real. Parabéns e obrigado pela partilha!Abraços fraternos!