Reportagem de O Clarim por Walkíria Lúcia de Araújo Cavalcante
"A cólera prejudica o repouso da vida e a saúde do corpo; ofusca o entendimento e cega a razão." Diderot
No dicionário, um dos significados para a palavra cólera é arrebatamento. E é o que realmente sentimos nesse estado. Algo toma conta de nós e, sem nos dar conta, tomamos atitudes das quais vamos nos arrepender.
A cólera não é apenas sentir raiva. É algo que expressamos com palavras e também com atitudes. Batemos o carro porque não podemos bater no outro; empurramos a cadeira com violência porque não podemos ou não devemos fazê-lo com o outro, já que a sociedade nos cobra pelos gestos agressivos.
André Luiz disse que o rio chega ao seu objetivo porque aprendeu a contornar os obstáculos. Nós devemos diferenciar o que realmente tem e o que não tem valorem nossas vidas. Não gostamos de ser comparados com os outros. Isso nos irrita. Esquecemos, porém, que sempre haverá alguém superior e alguém inferior a nós. Quer consideremos nossa situação espiritual, que a posição social ou moral em que nos encontramos. Como espírito, nós, os espíritas, muitas vezes nos consideramos superiores aos outros, pelo conhecimento da doutrina, o que não nos diferencia dos demais se ela se tornar letra morta em nossas vidas. Quanto à posição social, quando acreditamos ser parte de uma casta superior só por possuir alguns bens e, finalmente, quando acreditamos que valemos mais que os outros por mero preconceito.
Como o Evangelho Segundo o Espiritismo nos revela, são acessos de demência passageira que nos assemelham aos animais. Atacamos como eles e deixamos de usar a serenidade e a razão. Tudo por orgulho ferido. Acreditamos ser fundamental ter as nossas próprias experiências e acabamos rejeitando conselhos mais sábios. Dizemos: "Quando eu era criança era obrigado a fazer o que me mandavam; hoje, adulto, posso escolher o melhor para mim. Se eu escolher errado vai me servir de experiência." Fazemos isso por pirraça, para não dar o braço a torcer e aceitar que o outro está com a razão.
"Em seu frenesi, o homem colérico ataca tudo: a natureza bruta, os objetos inanimados, que quebra, porque não obedecem a ele". Agimos como crianças birrentas. Quando crianças, quebrávamos um brinquedo quando sentíamos raiva e queríamos chamar a atenção. Agora, adultos, quebramos cadeira, chtamos portas, rasgamos roupas, etc. E quando agimos dessa forma os que nos assistem riem ou nos acham ridículos; nas duas alternativas, somos dignos de piedade. Não enxergamos, mas nesse momento estamos sendo "arrebatados" pelo sentimento inferior que ainda existe em nós e que só nós temos poder e capacidade para fazer com que ele deixe de existir.
Somos a primeira vítima da cólera. Prejudicamos nossa saúde e entristecemos os que nos amam e querem nosso bem. Façamos uma comparação. É como se déssemos murros mentais no nosso coração, estômago, rim ou outro órgão que esteja mais vulnerável. De tanto esmurrar, jogamos adrenalina e alteramos o funcionamento desses órgãos, precisando de remédios para que funcionem bem. Mas não mudamos de atitudes, continuamos no mesmo processo, até que precisamos de um transplante ou cirurgia porque os remédiosnão mais respondem. Isso, se antes não chegarmos ao desencarne.
Muitas pessoas que estão nas prisões dizem que algo as comandava. Mas não era um espírito, não. Era o próprio encarnado, hoje detido que, num acesso de fúria, sentiu e agiu de maneira que normalmente não agiria, caso não estivesse tomado de cólera.
Precisamos exercitar a resignação. Algumas pessoas discordam quando falamos em exercitar. Mas só aprendemos a fazer algo bem feito depois de fazê-lo inúmeras vezes até chegar ao automatismo e nem perceber que o fazemos. É assim com o perdão, a resignação e a maior de todas as virtudes: o amor. Quando alguém nos faz o mal ou quando fazemos o mal a alguém devemos agir como se nada houvesse acontecido e colocar uma pedra sobre o assunto. Se nós fomos o ofendido, daremos uma oportunidade a nós mesmos de nos libertar daquele sofrimento; se fomos os causadores, não devemos perder a oportunidade que o outro nos dá de nos redimir e pedir perdão.
Não reagir é não alimentar a tristeza, a revolta e outros sentimentos que podem tomar proporções maiores se não puxarmos o freio de mão na hora certa. Poderão nos chamar de hipócritas, de covardes, que importa. O importante é não deixar que um sentimento inferior tome conta de nós e nos escravize. E se fracassarmos e nos entregarmos à cólera, nem por isso devemos nos considerar desprovidos de virtudes. Nós as temos e devemos exercitá-las para sermos naturais. E por meio do exercício habitual, nos tornarmos seres mais equilibrados.
"Nunca te defendas", foi a afirmação de Joanna de Ângelis a Divaldo Franco quando ele era atacado por cartas no início de seu trabalho mediúnico. Há dez anos, quando ouvi a expressão, achei bonita, mas para Divaldo, não para mim ou para a maioria das pessoas. Ledo engano. Com o estudo da Doutrina passei a compreender que quando o outro nos ataca é porque está doente ou infeliz e não encontra outra forma de extravasar a revolta, a não ser atacando os outros. É assim que fazemos quando nos sentimos acuados.
Para o espírita não há desculpa de que a constituição física é que faz com que se torne agressivo. Existem pessoas fortes que são doces e pessoas franzinas que usam as palavras com agressividade que ferem o outro mais que se o agredisse fisicamente.
Por fim, o Evangelho nos diz: "... o homem não permanece vicioso senão porque quer permanecer vicioso, mas aquele que quer se corrigir sempre o pode, de outra forma a lei do progresso não existiria para o homem". Todavia, nem tudo o que está errado podemos corrigir. Esperemos. É mais sábio. Cada um tem seu tempo de experiência e aprendizado. O rio chega ao seu objetivo porque aprendeu a contornar os obstáculos. Sejamos o rio que desliza pela vida e que diante de cada obstáculo desvia porque deseja alcançar a meta.
No dicionário, um dos significados para a palavra cólera é arrebatamento. E é o que realmente sentimos nesse estado. Algo toma conta de nós e, sem nos dar conta, tomamos atitudes das quais vamos nos arrepender.
A cólera não é apenas sentir raiva. É algo que expressamos com palavras e também com atitudes. Batemos o carro porque não podemos bater no outro; empurramos a cadeira com violência porque não podemos ou não devemos fazê-lo com o outro, já que a sociedade nos cobra pelos gestos agressivos.
André Luiz disse que o rio chega ao seu objetivo porque aprendeu a contornar os obstáculos. Nós devemos diferenciar o que realmente tem e o que não tem valorem nossas vidas. Não gostamos de ser comparados com os outros. Isso nos irrita. Esquecemos, porém, que sempre haverá alguém superior e alguém inferior a nós. Quer consideremos nossa situação espiritual, que a posição social ou moral em que nos encontramos. Como espírito, nós, os espíritas, muitas vezes nos consideramos superiores aos outros, pelo conhecimento da doutrina, o que não nos diferencia dos demais se ela se tornar letra morta em nossas vidas. Quanto à posição social, quando acreditamos ser parte de uma casta superior só por possuir alguns bens e, finalmente, quando acreditamos que valemos mais que os outros por mero preconceito.
Como o Evangelho Segundo o Espiritismo nos revela, são acessos de demência passageira que nos assemelham aos animais. Atacamos como eles e deixamos de usar a serenidade e a razão. Tudo por orgulho ferido. Acreditamos ser fundamental ter as nossas próprias experiências e acabamos rejeitando conselhos mais sábios. Dizemos: "Quando eu era criança era obrigado a fazer o que me mandavam; hoje, adulto, posso escolher o melhor para mim. Se eu escolher errado vai me servir de experiência." Fazemos isso por pirraça, para não dar o braço a torcer e aceitar que o outro está com a razão.
"Em seu frenesi, o homem colérico ataca tudo: a natureza bruta, os objetos inanimados, que quebra, porque não obedecem a ele". Agimos como crianças birrentas. Quando crianças, quebrávamos um brinquedo quando sentíamos raiva e queríamos chamar a atenção. Agora, adultos, quebramos cadeira, chtamos portas, rasgamos roupas, etc. E quando agimos dessa forma os que nos assistem riem ou nos acham ridículos; nas duas alternativas, somos dignos de piedade. Não enxergamos, mas nesse momento estamos sendo "arrebatados" pelo sentimento inferior que ainda existe em nós e que só nós temos poder e capacidade para fazer com que ele deixe de existir.
Somos a primeira vítima da cólera. Prejudicamos nossa saúde e entristecemos os que nos amam e querem nosso bem. Façamos uma comparação. É como se déssemos murros mentais no nosso coração, estômago, rim ou outro órgão que esteja mais vulnerável. De tanto esmurrar, jogamos adrenalina e alteramos o funcionamento desses órgãos, precisando de remédios para que funcionem bem. Mas não mudamos de atitudes, continuamos no mesmo processo, até que precisamos de um transplante ou cirurgia porque os remédiosnão mais respondem. Isso, se antes não chegarmos ao desencarne.
Muitas pessoas que estão nas prisões dizem que algo as comandava. Mas não era um espírito, não. Era o próprio encarnado, hoje detido que, num acesso de fúria, sentiu e agiu de maneira que normalmente não agiria, caso não estivesse tomado de cólera.
Precisamos exercitar a resignação. Algumas pessoas discordam quando falamos em exercitar. Mas só aprendemos a fazer algo bem feito depois de fazê-lo inúmeras vezes até chegar ao automatismo e nem perceber que o fazemos. É assim com o perdão, a resignação e a maior de todas as virtudes: o amor. Quando alguém nos faz o mal ou quando fazemos o mal a alguém devemos agir como se nada houvesse acontecido e colocar uma pedra sobre o assunto. Se nós fomos o ofendido, daremos uma oportunidade a nós mesmos de nos libertar daquele sofrimento; se fomos os causadores, não devemos perder a oportunidade que o outro nos dá de nos redimir e pedir perdão.
Não reagir é não alimentar a tristeza, a revolta e outros sentimentos que podem tomar proporções maiores se não puxarmos o freio de mão na hora certa. Poderão nos chamar de hipócritas, de covardes, que importa. O importante é não deixar que um sentimento inferior tome conta de nós e nos escravize. E se fracassarmos e nos entregarmos à cólera, nem por isso devemos nos considerar desprovidos de virtudes. Nós as temos e devemos exercitá-las para sermos naturais. E por meio do exercício habitual, nos tornarmos seres mais equilibrados.
"Nunca te defendas", foi a afirmação de Joanna de Ângelis a Divaldo Franco quando ele era atacado por cartas no início de seu trabalho mediúnico. Há dez anos, quando ouvi a expressão, achei bonita, mas para Divaldo, não para mim ou para a maioria das pessoas. Ledo engano. Com o estudo da Doutrina passei a compreender que quando o outro nos ataca é porque está doente ou infeliz e não encontra outra forma de extravasar a revolta, a não ser atacando os outros. É assim que fazemos quando nos sentimos acuados.
Para o espírita não há desculpa de que a constituição física é que faz com que se torne agressivo. Existem pessoas fortes que são doces e pessoas franzinas que usam as palavras com agressividade que ferem o outro mais que se o agredisse fisicamente.
Por fim, o Evangelho nos diz: "... o homem não permanece vicioso senão porque quer permanecer vicioso, mas aquele que quer se corrigir sempre o pode, de outra forma a lei do progresso não existiria para o homem". Todavia, nem tudo o que está errado podemos corrigir. Esperemos. É mais sábio. Cada um tem seu tempo de experiência e aprendizado. O rio chega ao seu objetivo porque aprendeu a contornar os obstáculos. Sejamos o rio que desliza pela vida e que diante de cada obstáculo desvia porque deseja alcançar a meta.
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