"A obsessão de hoje foi o amor de ontem. O amor que sofreu os golpes da traição, da má orientação, da dominação e do apego. Só existe obsessão onde existem laços." José Mário - Quem Perdoa Liberta
A obsessão é sempre um assunto tabu e ao mesmo tempo recorrente na doutrina e no centro espírita. Todo aquele que procura o centro espírita, carregado de problemas, os fardos de cada um de nós, normalmente procura uma solução mágica: ele espera que ao ser atendido seja informado que seus problemas se devem a um determinado obsessor, e ele espera mais, espera que o centro espírita o livre desse ser que o está atrapalhando.
Na maioria das vezes somos nós mesmos quem causamos nossos próprios problemas, somos os obsessores de nós mesmos. Mas, por vezes, somos encontrados na jornada pelos nossos desafetos do passado, que magoados, feridos, buscam vingança, revide.
Vejamos que este ser, este espírito que nos busca por vingança, como já o dissemos, está magoado, ferido, e para que assim se encontre, em algum momento do passado nós fomos o algoz que gerou essa dor, essa mágoa.
Aquele que sofre hoje, não sofre em vão, sofre as consequências de seus atos. Lembramos agora pequeno trecho do Livro o Pequeno Príncipe, um trecho bem famoso que fala assim: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Nos tornamos eternamente responsáveis por todos os sentimentos que cativamos no outro, sejam quais sentimentos forem...
Não queremos aqui dizer que o obsessor tem razão em buscar a vingança, ele também está em erro, esqueceu-se do perdão e enreda-se em trama que lhe trará dores ainda maiores. Bem colocado pelo autor: 'só existe obsessão onde existem laços', laços que muitas vezes foram de amor, ou de um sentimento que hoje chamamos amor, mas que pouco se assemelha ao amor que nos ensinou Jesus.
Vivemos o amor que aprisiona, o amor baseado no apego, o amor que se fere e se magoa, quando o amor deveria libertar, compreender e aceitar o outro. E por não sabermos ainda vivenciar este sentimento, muitas vezes nos vemos em meio a rancores, desilusões e mágoas que quando não são lavadas com o bálsamo do perdão transformam laços em nós apertados.
E daí surgem as obsessões: são laços que em determinado momento, por ambas as partes, foram transformados em nós. A solução, portanto, não é o afastamento do algoz, que nada mais é que a vítima do passado, mas a transformação íntima, o estudo, a compreensão de nós mesmos, o perdão e o auto-perdão. Isso sim transformará a ambos, desfazendo os nós e deixando a esperança de transformar-se em laços de verdadeira afeição.
Por isso, quando fizermos a oração que nos ensinou o Mestre e dizermos: 'Senhor livrai-nos do mal', peçamos de coração que o Senhor nos livre do mal que ainda existe dentro de nós mesmos!
Um comentário:
"Por isso, quando fizermos a oração que nos ensinou o Mestre e dizermos: 'Senhor livrai-nos do mal', peçamos de coração que o Senhor nos livre do mal que ainda existe dentro de nós mesmos!"
É a mais pura verdade minha amiga! Ninguém nos magoa, nós é que colocamos nos outros a responsabilidade de nos fazer feliz, quando somente nós mesmos é que o podemos. Perdoando os outros e a nós mesmos. Assim nos livrando do peso que colocamos em nossas próprias costas por livre e espontânea vontade.
Belo texto Fernanda! Obrigado por compartilhar! Bjs!
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