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sábado, 27 de outubro de 2012

Ninguém é Inútil

            Exposição baseada no texto: "Ninguém é Inútil" do Livro da Esperança de Emmanuel psicografia de Chico Xavier.


Cada um de nós reencarnamos com o objetivo de buscarmos nossa evolução, nosso progresso moral como espíritos imortais. Essa é a nossa missão na vida física. Para atingirmos esse objetivo a Providência Divina nos provê um corpo físico e todos os meios condizentes com as nossas necessidades.

Quando pensamos no termo missão, a missão de cada um de cada um de nós, logo nos vem à mente algo grandioso, algo marcante, um legado para a humanidade. Mas nem sempre a nossa missão nessa encarnação possui tamanha grandiosidade, muitas vezes ele inclui tarefas simples, mas que nem por isso deixam de ter importância grandiosa para o nosso aprimoramento e o daqueles que conosco convivem.

No Livro Ceifa de Luz Emmanuel nos diz que: “Todos possuímos o talento da capacidade para investir na edificação do bem, onde estivermos.”


E no livro Espera Servindo nos aconselha: “Se não consegues produzir o muito que desejas, realiza o pouco, segundo as tuas possibilidades.”

Nossa missão pode ser a de sermos bons filhos, carinhosos, atenciosos, pacientes com nossos pais. Pode ser o de sermos bons esposos ou esposas, bons pais que educam e guiam os espíritos que Deus nos confia como filhos no caminho do bem, sendo para eles o exemplo, o arrimo, o caminho seguro.

Nossa missão pode ser a reconciliação com o parente difícil, através do exercício da paciência, da tolerância e do amor ao próximo.

Exercitarmos o bem onde estivermos, dentro do nosso lar, nos ambiente de trabalho, no trânsito. Trabalhando com alegria, educando os filhos com carinho, diálogo, atenção, sermos educados e gentis com o próximo é fazer o bem, é estar em dia com os nossos deveres para com o nosso próximo e com a nossa consciência.

            No campo da caridade, ninguém é inútil, todos somos capazes de exercer a caridade ao nosso próximo, pois ela não se define apenas pela caridade material, pelo bem material que doamos ao outro. Mas tão importante quanto esta é a caridade moral.

            É pela caridade moral que doamos ao outro um pouco de nós mesmos, doando o nosso tempo ao amigo enfermo, doando nosso silencio e compreensão ao irmão que passa por um momento de raiva no calor da discussão, doando nosso conselho, nossa palavra amiga ou apenas o nosso ouvido àqueles que estão aflitos passando por momentos de dificuldade.

É através da execução dessas tarefas que nos parecem pequenas e até insignificantes que nos capacitamos para tarefas de maior vulto. Quando executamos com alegria, com prazer e boa vontade as tarefas do nosso cotidiano tratando aqueles que conosco convivem ou que necessitam do nosso auxilio com cordialidade, gentileza, estamos trabalhando no bem, estamos fazendo o bem, e nos habilitando para mais tarde realizarmos tarefas maiores.

Mas se nos acreditamos insignificantes, que nossas tarefas não possuem importância, se as realizamos de cenho fechado, de forma grosseira, como poderemos realizar algo maior.

Jesus nos ensinou através da parábola dos talentos no ESE cap. XVI item 6 que Deus nos confia determinados talentos e que precisamos saber utilizá-los:

            Porque assim é como um homem que, ao ausentar-se para longe, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens. E deu a um cinco talentos, e a outro dois, e a outro deu um, a cada um segundo a sua capacidade, e partiu logo. O que recebera pois cinco talentos, foi-se, e entrou a negociar com eles e ganhou outros cinco. Da mesma sorte também o que recebera dois, ganhou outros dois. Mas o que havia recebido um, indo-se com ele, cavou na Terra, e escondeu ali o dinheiro de seu senhor. E passando muito tempo, veio o senhor daqueles servos, e chamou-os a contas. E chegando-se a ele o que havia recebido os cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, tu me entregastes cinco talentos; eis aqui tens outros cinco mais que lucrei. Seu senhor lhe disse: Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel nas coisas pequenas, dar-te-ei a intendência das grandes; entra no gozo do teu senhor. Da mesma sorte apresentou-se também o que havia recebido dois talentos, e disse: Senhor, tu me entregaste dois talentos, e eis aqui tens outros dois que ganhei com eles. Seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel, já que fostes fiel nas coisas pequenas, dar-te-ei a intendência das grandes; entra no gozo de teu senhor.
            E chegando também o que havia recebido um talento, disse: Senhor, sei que és homem de rija condição; colhes onde não semeaste, e recolhes onde não espalhaste; e temendo me fui, e escondi o teu talento na Terra; eis aqui tens o que é teu. E respondendo o seu senhor, lhe disse: Servo mau e preguiçoso, sabia que colho onde não semeei, e que recolho onde não tenho espalhado. Devias logo dar o meu dinheiro aos banqueiros, e, vindo eu, teria recebido certamente com juro o que era meu. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai ao que tem dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; e ao que não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece que tem.”

            O homem na parábola é Deus que nos confia pequenas tarefas para que desenvolvamos habilidades para as tarefas maiores, àqueles que as realizam com boa vontade ele chama de servidor fiel e como foi fiel nas pequenas coisas, nas pequenas tarefas, poderá confiar-lhe tarefas maiores, mas como confiará tarefas maiores àqueles que não possuem boa vontade para as pequenas tarefas?

            Neste capítulo do Livro da Esperança Emmanuel nos diz que: “Para cumprir a missão que nos cabe, não são necessários um cargo diretivo, uma tribuna brilhante, um nome preclaro ou uma fortuna de milhões. Basta estimemos a disciplina no lugar que nos é próprio, com o prazer de servir.”

            Para a nossa evolução e para que auxiliemos na do próximo basta que façamos o bem através dos gestos simples, de amor, de compreensão com as dificuldades alheias, de paciência e de caridade.

            No Livro nosso Lar de André Luiz, quando André já foi acolhido na colônia nosso lar ele escuta de Dona Laura o conselho de que “Quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece.”

            Deus sempre nos confia as tarefas que são necessárias ao nosso amadurecimento e para as quais estamos preparados. O fardo nunca é maior que a força de nossos ombros, por isso não devemos nem nos julgamos inúteis e nem tampouco vítimas de árduas e penosas tarefas, se o trabalho nos surge é porque estamos preparados, se a dificuldades nos surge é porque já estamos habilitados a superá-la.

            Ninguém é inútil na seara do bem, todos estamos habilitados ao trabalho no bem, todos trazemos em nosso DNA divino a capacidade para fazer o bem, basta desenvolvermos a boa vontade.

            Quando jovens reclamamos da falta de tempo. Precisamos estudar para nos prepararmos para a vida adulta e portanto não temos tempo para notar aquele amigo que anda estranho e se notamos nos falta tempo para perguntar-lhe o que houve ou simplesmente abraçá-lo...

            Começamos, então a trabalhar e novamente nos falta tempo para a visita ao enfermo,pois precisamos pensar em nosso futuro, pois desejamos um dia formar uma família....

            Formamos nossa família e agora nos falta tempo para a família, para notar o olhar cabisbaixo do companheiro, para o conselho ao filho que brigou com a namorada, e que precisa de uma palavra mais experiente de quem já passou por isso...

            Um dia a consciência começa a pesar e nos prometemos que quando nos aposentarmos vamos fazer pelos netos o que não pudemos fazer pelos filhos, que vamos ter mais tempo para o companheiro, para aquela viagem a tanto tempo adiada, para aqueles momentos de diálogo e entendimento e planos do início do namoro (isso se com muita sorte o casamento aguentar até lá), vamos ter tempo para o auxilio àquela instituição de caridade que a tanto tempo a consciência nos chama a responsabilidade... prometemos...

            Chega a aposentadoria e agora já trabalhamos tanto que nos julgamos no direito do sagrado descanso, ou utilizamos outra desculpa, agora nos falta saúde: é a dor na coluna, são os joelhos que já não são mais os mesmos, os anos pesam e a visita ao amigo enfermo é adiada, o final de semana com os netos é adiado, a viagem, o companheiro e a instituição de caridade então nem se fala. Como vamos ajudar os outros na situação precária em que  nos encontramos...

            Esquecemos que muitos daqueles que muito fizeram não tinham saúde perfeita, longe disso, eram martirizados pela dor físicas, mas nunca tiraram as mãos FDA charrua do bem...Chico Xavier doente a existência inteira, Madre Teresa de aparência frágil, Divaldo Franco cardiopata, e tantos outros...

            O que nos falta? Não é tempo, não é saúde é Boa vontade e Disciplina!

2 comentários:

Cláudio disse...

“Todos possuímos o talento da capacidade para investir na edificação do bem, onde estivermos [ou no degrau que estivermos].” 1. Como as formiguinhas; 2. O que seria do degrau superior se o de baixo não lhe servisse de base? 3. Utilidade ou inutilidade é consoante ao degrau de cada um e que deverá ser respeitado. Valeu, Fernanda. Obrigado! Bela página! Claudio.

Unknown disse...

Grande verdade! Não há motivos para nos sentirmos sem razão de viver. Todos somos valiosos para Deus e para o universo. Não é porque não somos um Chico Xavier ou uma Madre Tereza que não temos nenhuma contribuição a dar para a harmonia da Criação! Obrigado amiga! Bela exposição!