Cada
um de nós reencarnamos com o objetivo de buscarmos nossa evolução, nosso
progresso moral como espíritos imortais. Essa é a nossa missão na vida física. Para
atingirmos esse objetivo a Providência Divina nos provê um corpo físico e todos
os meios condizentes com as nossas necessidades.
Quando
pensamos no termo missão, a missão de cada um de cada um de nós, logo nos vem à
mente algo grandioso, algo marcante, um legado para a humanidade. Mas nem
sempre a nossa missão nessa encarnação possui tamanha grandiosidade, muitas
vezes ele inclui tarefas simples, mas que nem por isso deixam de ter
importância grandiosa para o nosso aprimoramento e o daqueles que conosco
convivem.
No
Livro Ceifa de Luz Emmanuel nos diz que: “Todos
possuímos o talento da capacidade para investir na edificação do bem, onde
estivermos.”
E
no livro Espera Servindo nos aconselha: “Se
não consegues produzir o muito que desejas, realiza o pouco, segundo as tuas
possibilidades.”
Nossa
missão pode ser a de sermos bons filhos, carinhosos, atenciosos, pacientes com
nossos pais. Pode ser o de sermos bons esposos ou esposas, bons pais que educam
e guiam os espíritos que Deus nos confia como filhos no caminho do bem, sendo
para eles o exemplo, o arrimo, o caminho seguro.
Nossa
missão pode ser a reconciliação com o parente difícil, através do exercício da
paciência, da tolerância e do amor ao próximo.
Exercitarmos
o bem onde estivermos, dentro do nosso lar, nos ambiente de trabalho, no
trânsito. Trabalhando com alegria, educando os filhos com carinho, diálogo,
atenção, sermos educados e gentis com o próximo é fazer o bem, é estar em dia
com os nossos deveres para com o nosso próximo e com a nossa consciência.
No campo da caridade, ninguém é inútil, todos somos
capazes de exercer a caridade ao nosso próximo, pois ela não se define apenas
pela caridade material, pelo bem material que doamos ao outro. Mas tão
importante quanto esta é a caridade moral.
É pela caridade moral que doamos ao outro um pouco de nós
mesmos, doando o nosso tempo ao amigo enfermo, doando nosso silencio e
compreensão ao irmão que passa por um momento de raiva no calor da discussão,
doando nosso conselho, nossa palavra amiga ou apenas o nosso ouvido àqueles que
estão aflitos passando por momentos de dificuldade.
É
através da execução dessas tarefas que nos parecem pequenas e até
insignificantes que nos capacitamos para tarefas de maior vulto. Quando
executamos com alegria, com prazer e boa vontade as tarefas do nosso cotidiano
tratando aqueles que conosco convivem ou que necessitam do nosso auxilio com
cordialidade, gentileza, estamos trabalhando no bem, estamos fazendo o bem, e
nos habilitando para mais tarde realizarmos tarefas maiores.
Mas
se nos acreditamos insignificantes, que nossas tarefas não possuem importância,
se as realizamos de cenho fechado, de forma grosseira, como poderemos realizar
algo maior.
Jesus
nos ensinou através da parábola dos talentos no ESE cap. XVI item 6 que Deus
nos confia determinados talentos e que precisamos saber utilizá-los:
“Porque assim é
como um homem que, ao ausentar-se para longe, chamou os seus servos e lhes
entregou os seus bens. E deu a um cinco talentos, e a outro dois, e a outro deu
um, a cada um segundo a sua capacidade, e partiu logo. O que recebera pois
cinco talentos, foi-se, e entrou a negociar com eles e ganhou outros cinco. Da
mesma sorte também o que recebera dois, ganhou outros dois. Mas o que havia
recebido um, indo-se com ele, cavou na Terra, e escondeu ali o dinheiro de seu
senhor. E passando muito tempo, veio o senhor daqueles servos, e chamou-os a
contas. E chegando-se a ele o que havia recebido os cinco talentos,
apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, tu me entregastes cinco
talentos; eis aqui tens outros cinco mais que lucrei. Seu senhor lhe disse:
Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel nas coisas pequenas, dar-te-ei a
intendência das grandes; entra no gozo do teu senhor. Da mesma sorte
apresentou-se também o que havia recebido dois talentos, e disse: Senhor, tu me
entregaste dois talentos, e eis aqui tens outros dois que ganhei com eles. Seu
senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel, já que fostes fiel nas coisas
pequenas, dar-te-ei a intendência das grandes; entra no gozo de teu senhor.
E chegando também o que havia recebido um
talento, disse: Senhor, sei que és homem de rija condição; colhes onde não
semeaste, e recolhes onde não espalhaste; e temendo me fui, e escondi o teu
talento na Terra; eis aqui tens o que é teu. E respondendo o seu senhor, lhe
disse: Servo mau e preguiçoso, sabia que colho onde não semeei, e que recolho
onde não tenho espalhado. Devias logo dar o meu dinheiro aos banqueiros, e,
vindo eu, teria recebido certamente com juro o que era meu. Tirai-lhe, pois, o
talento, e dai ao que tem dez talentos. Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á,
e terá em abundância; e ao que não tem, tirar-se-lhe-á até o que parece que
tem.”
O
homem na parábola é Deus que nos confia pequenas tarefas para que desenvolvamos
habilidades para as tarefas maiores, àqueles que as realizam com boa vontade
ele chama de servidor fiel e como foi fiel nas pequenas coisas, nas pequenas
tarefas, poderá confiar-lhe tarefas maiores, mas como confiará tarefas maiores
àqueles que não possuem boa vontade para as pequenas tarefas?
Neste
capítulo do Livro da Esperança Emmanuel nos diz que: “Para cumprir a missão que nos cabe, não são necessários um cargo
diretivo, uma tribuna brilhante, um nome preclaro ou uma fortuna de milhões.
Basta estimemos a disciplina no lugar que nos é próprio, com o prazer de
servir.”
Para
a nossa evolução e para que auxiliemos na do próximo basta que façamos o bem
através dos gestos simples, de amor, de compreensão com as dificuldades
alheias, de paciência e de caridade.
No
Livro nosso Lar de André Luiz, quando André já foi acolhido na colônia nosso
lar ele escuta de Dona Laura o conselho de que “Quando o trabalhador está pronto, o trabalho aparece.”
Deus
sempre nos confia as tarefas que são necessárias ao nosso amadurecimento e para
as quais estamos preparados. O fardo nunca é maior que a força de nossos
ombros, por isso não devemos nem nos julgamos inúteis e nem tampouco vítimas de
árduas e penosas tarefas, se o trabalho nos surge é porque estamos preparados,
se a dificuldades nos surge é porque já estamos habilitados a superá-la.
Ninguém
é inútil na seara do bem, todos estamos habilitados ao trabalho no bem, todos trazemos
em nosso DNA divino a capacidade para fazer o bem, basta desenvolvermos a boa
vontade.
Quando
jovens reclamamos da falta de tempo. Precisamos estudar para nos prepararmos
para a vida adulta e portanto não temos tempo para notar aquele amigo que anda
estranho e se notamos nos falta tempo para perguntar-lhe o que houve ou
simplesmente abraçá-lo...
Começamos,
então a trabalhar e novamente nos falta tempo para a visita ao enfermo,pois
precisamos pensar em nosso futuro, pois desejamos um dia formar uma família....
Formamos
nossa família e agora nos falta tempo para a família, para notar o olhar
cabisbaixo do companheiro, para o conselho ao filho que brigou com a namorada,
e que precisa de uma palavra mais experiente de quem já passou por isso...
Um
dia a consciência começa a pesar e nos prometemos que quando nos aposentarmos
vamos fazer pelos netos o que não pudemos fazer pelos filhos, que vamos ter
mais tempo para o companheiro, para aquela viagem a tanto tempo adiada, para
aqueles momentos de diálogo e entendimento e planos do início do namoro (isso
se com muita sorte o casamento aguentar até lá), vamos ter tempo para o auxilio
àquela instituição de caridade que a tanto tempo a consciência nos chama a
responsabilidade... prometemos...
Chega
a aposentadoria e agora já trabalhamos tanto que nos julgamos no direito do
sagrado descanso, ou utilizamos outra desculpa, agora nos falta saúde: é a dor
na coluna, são os joelhos que já não são mais os mesmos, os anos pesam e a
visita ao amigo enfermo é adiada, o final de semana com os netos é adiado, a
viagem, o companheiro e a instituição de caridade então nem se fala. Como vamos
ajudar os outros na situação precária em que
nos encontramos...
Esquecemos
que muitos daqueles que muito fizeram não tinham saúde perfeita, longe disso,
eram martirizados pela dor físicas, mas nunca tiraram as mãos FDA charrua do
bem...Chico Xavier doente a existência inteira, Madre Teresa de aparência
frágil, Divaldo Franco cardiopata, e tantos outros...
O
que nos falta? Não é tempo, não é saúde é Boa vontade e Disciplina!
2 comentários:
“Todos possuímos o talento da capacidade para investir na edificação do bem, onde estivermos [ou no degrau que estivermos].” 1. Como as formiguinhas; 2. O que seria do degrau superior se o de baixo não lhe servisse de base? 3. Utilidade ou inutilidade é consoante ao degrau de cada um e que deverá ser respeitado. Valeu, Fernanda. Obrigado! Bela página! Claudio.
Grande verdade! Não há motivos para nos sentirmos sem razão de viver. Todos somos valiosos para Deus e para o universo. Não é porque não somos um Chico Xavier ou uma Madre Tereza que não temos nenhuma contribuição a dar para a harmonia da Criação! Obrigado amiga! Bela exposição!
Postar um comentário