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domingo, 15 de julho de 2012

Na Presença do Cristo


Exposição baseada no capítulo do Livros da Esperança do espírito Emmanuel psicografia de Chico Xavier.

Quem de nós não gostaria de nos encontrarmos um dia, nem que fosse por um mísero minuto na presença de Jesus, vê-lo, ouvir a sua voz, sentir sua mão amiga?

A maioria de nós deve conhecer a história de Zaqueu. Zaqueu era o chefe dos publicanos que eram os cobradores de impostos na época de Jesus e que trabalhavam para os romanos e na maior parte das vezes enriqueciam extorquindo o povo. A riqueza de Zaqueu vinha da extorsão e da opressão dos pobres. Mas Zaqueu havia ouvido falar de Jesus e de certa forma sentia-se cansado do mal, e fez todo o possível para ver Jesus quando este passou pela cidade. No meio da multidão subiu numa árvore para poder enxergá-lo e Jesus vendo-o disse-lhe que naquela noite ficaria em sua casa. Mas Zaque sabia que não era digno de estar na presença do Cristo, mas a partir daquele momento tudo fez para tornar-se digno.

Da mesma forma que Zaqueu nós também não nos acreditamos dignos de estar na presença do Cristo, podemos não ganhar nosso pão de cada dia através da extorsão como ele fazia, mas temos centenas, milhares de outras falhas de caráter, defeitos que nos tornam a nossos olhos indignos dele.

Mas Jesus nunca disse que aqueles que o seguiam e que queriam estar na presença dele precisavam naquele momento ser perfeitos, mas buscar a perfeição.

E em muitos trechos do Evangelho Jesus nos disse como poderíamos nos encontrar com ele, estarmos na sua presença.

No livro Saúde Mental o espírito Dr. Inácio Ferreira nos diz o seguinte: “Jesus não se oculta de quem, verdadeiramente, o procura. Se o homem, porém, não o encontra, é porque não sabe localizar o seu paradeiro. Ao longo dos séculos, todos aqueles que buscaram o Divino Mestre sempre com ele se depararam nos caminhos dos quais jamais se arredou... É evidente que o Cristo não se demora onde dele não precisam ou mesmo não queiram sua presença. Inútil, pois, tentar achá-lo apenas e tão-somente nos livros que lhes resguardam as palavra ou ainda nos diversos templos que lhe reverenciam a memória. Quando ele esteve entre os homens, quais eram os seus lugares preferidos?”

Quais eram os lugares onde se encontrava Jesus a sua época?
Ao lado dos mais pobres e mais simples, pescadores humildes, mas puros de coração e nós temos procurado estas companhias para nós aqueles que nos afinizamos pelos sentimentos e pelo coração ou preferimos a companhia daqueles que podem nos dar status social?

Jesus estava ao lado da mulher pecadora, dos pecadores orientando-os para que não agissem mais no mal, mostrando-lhes o caminho do bem através do perdão, do não julgamento e de uma nova oportunidade e nós o que fazemos com aqueles que conosco agem de forma errada? Julgamos, condenamos, não perdoamos, buscamos a distância ou cultivamos a mágoa e o resentimento sem a menor possibilidade de conceder-lhes uma nova oportunidade ou uma orientação no caminho do bem.

Jesus estava ao lado dos doentes, daqueles que sofriam e que eram relegados pela sociedade, dos que tinham fome e frio. E nós o que fazemos com estes nossos irmãos? Passamos ao lado indiferentes, fechamos nossa porta ao pedinte, ao órfão, àquele que tem fome de comida e de afeto, de uma palavra amiga. Esquecemos ou protelamos indefinidamente a visita ao parente enfermo ou idoso, pois seria entediante ouvi-lo queixar-se de suas dores ou contar aqueles mesmas histórias novamente pois a idade não permite que ele se lembre de que é a 100º vez que nos conta sobre quando veio de Portugal para o Brasil.

Quantos encontraram Jesus junto aos sofredores? Madre Tereza de Calcutá ao banhar os leprosos e alimentar os famintos estava na presença do Cristo. Chico Xavier ao fazer a sopa e distribuir o pão aos que tinham fome ou as cartas de consolo às mães devassadas pela perda dos filhos estava na presença do Cristo e tantos outros...

No ESE Cap. XXIV item 11 nos contam os espíritos amigos que: “Jesus, estando à mesa na casa de Mateus, aí vieram muito publicanos e pessoas de má vida que se assentaram à mesa com Jesus e seus discípulos; o que os fariseus tendo visto, disseram aos seus discípulos: Por que o vosso mestre come com os publicanos e as pessoas de má vida? Mas Jesus, os tendo ouvido, disse-lhes: Os sãos não tem necessidade de médico, mas os doentes.”

Não precisamos ser Madre Tereza ou Chico Xavier para estarmos na presença do Cristo, mas estaremos na presença dele toda vez que exercitarmos a paciência no lar, toda vez que instruirmos nossos filhos com carinho e compreensão, toda vez que tivermos paciência com o parente enfermo, toda vez que doarmos não apenas um pedaço de pão ao necessitado, mas também uma palavra amiga ou um simples sorriso ou um gesto de gentileza.

Estaremos na presença do Cristo quando exercitarmos não apenas a caridade material doando aquilo que não nos fará falta, mas também a caridade moral, dedicando um pouco de nós para os carentes de afeto, um pouco do nosso tempo para aquele que sofre e que pode estar a um passo de um ato impensado porque não escutou uma palavra amiga.

Estaremos na presença do Cristo sempre que orarmos de coração e não pedirmos apenas por nós, mas por aqueles que necessitam mais do que nós.

No ESE Cap XV item 1 nos contam os benfeitores: “Então Jesus dirá aqueles que estão a sua direita: Vinde vós que fostes benditos por meu Pai, porque eu tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; tive necessidade de alojamento e me alojastes; estive nu e  me vestistes; estive doente e me visitastes; estive na prisão e viestes me ver.
Então os justos lhe responderão: Senhor, quando foi que vos vimos com fome e vos demos de comer, ou com sede e vos demos de beber? Quando foi que vos vimos sem teto e vos alojamos, ou sem roupa e vos vestimos? E quando foi que vos vimos doente ou na prisão e viemos vos visitar? E ele lhes responderá: Eu vos digo em verdade, quantas vezes o fizestes com relação a um destes mais pequenos de meus irmãos , foi a mim mesmo que o fizestes.”

É aí que Jesus sempre esteve e sempre estará e nenhum de nós precisa ser perfeito para estar com ele ao lado do nosso próximo.

E Emmanuel encerra o capítulo com a seguinte frase com a qual gostaríamos de também encerrar esta nossa exposição: “Companheiro da Terra, quando estendes uma palavra consoladora ou um abraço fraterno, uma gota de bálsamo ou uma concha de sopa, aliviando os que choram, estás diante deles, na presença do Cristo.”

Um comentário:

blogdovelhinho disse...

Mais uma coincidência... Não preciso estar 'na presença de Jesus'; se estiver presente junto 'aos seus pequeninos' já estará de bom tamanho. Chamo de medidas profiláticas. Obrigadão e um abraço!