"Muitas pessoas não conseguem entender o ensinamento de amar ao inimigo. Não conseguem proceder dessa maneira o que é muito compreensível para o nível evolutivo em que nos encontramos. O ideal seria não ter inimigos como o ideal seria ter muitas outras qualidades que ainda não possuímos. Amar a este antagonista é não lhe retribuir a ofensa, não o detestar, não o conduzir no pensamento, conseguindo libertar-se da sua crítica e agressividade." Enquanto temos Tempo - Forni
A propósito deste trecho do livro de Forni, fizemos breve estudo sobre o tema "amar os inimigos".
Amar os inimigos, talvez seja o ensinamento mais difícil que o Mestre nos deixou. Está no ESE cap XII do qual destacamos o item 2:
"Se não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida ama também àqueles que vo-lo fazem, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida fazem a mesma coisa? E se vós não emprestais senão àqueles de quem esperais receber o mesmo favor, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida se emprestam mutuamente para receber a mesma vantagem? Mas, por vós, amai os vossos inimigos, fazei o bem a todos, e emprestai sem disso nada esperar, e então vossa recompensa será muito grande, e sereis os filhos do Altíssimo, que é bom para os ingratos e mesmo para os maus. Sede, pois, cheios de misericórdia, como vosso Deus é cheio de misericórdia."
Mas Jesus nos conhecia a todos a fundo, nunca exigiu de ninguém aquilo para o que não estivessem preparados, nunca exigiu que nos auto agredíssemos, pois sabe que ainda somos dominados pelo orgulho, e por isso sempre respeitou o tempo de cada um.
Então como pôde deixar-nos tão difícil e cruel tarefa? Mas esta, certamente, não foi a intenção do afetuoso Mestre, nós é que somos incapazes de compreender a sabedoria de suas palavras.
Amar os inimigos não significa abraçá-lo e beijar-lhe o rosto, ser afetuoso com quem nos faz mal. No nosso nível evolutivo não seríamos capazes de amar no sentido real da palavra àqueles que nos fazem mal.
E é nosso direito e defesa evitar-lhes a companhia, a convivência. É, podemos dizer, até o mais sensato a fazer, para o nosso próprio bem, para que não fiquemos a alimentar ódios.
Amar os inimigos é não desejar-lhes o mal, não ficar feliz com a sua derrota, não retribuir o mal com o mal, não alimentar desejo de vingança.
O ódio, assim como o amor, cria laços, ligação, sintonia entre os espíritos. Quando perdoamos e procuramos esquecer o mal que nos foi feito e não desejamos o mal do outro, se, ainda melhor, nem pensarmos mais nesse mal, quebramos esse elo, quebramos os laços de ódio que nos unem ao outro e nos libertamos. Mesmo que o outro não nos tenha perdoado, mesmo que ainda nos queira mal, o importante é que já saímos da sintonia, quebramos o elo negativo de pensamentos.
Não é preciso sentir pelos inimigos o mesmo afeto que sentimos pelos amigos. Basta não sentir, não querer o mal e aquele que já for capaz de desejar o bem faça-o, mas o que não for, não alimente culpas, apenas procure não querer o mal. Isso já é um bem ao outro, mas principalmente a nós mesmos.
Está no ESE, ainda no Cap. XII item 3:
"Amar os inimigos não é, pois, ter para com eles uma afeição que não está na Natureza, porque o contato de um inimigo faz bater o coração de maneira bem diferente do de um amigo; é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança, é perdoar-lhes sem segunda intenção e incondicionalmente o mal que nos fazem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação; é desejar-lhe o bem, em lugar de desejar-lhe o mal; é regozijar-se em lugar de se afligir pelo bem que os alcança; é lhes estender mão segura em caso de necessidade; é abster-se, em palavras e em ações, de tudo o que possa prejudicá-los; enfim, é lhes retribuir em tudo, o mal com o bem, sem intenção de os humilhar. Quem quer que fala isso cumpre as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos."
Era isso que o dulcíssimo Amigo pretendeu nos ensinar!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário