Transcrevo mais um trecho do livro "Não é preciso dizer adeus" de Allison DuBois:
Em julho de 2001, vi no programa Oprah um homem que quase morreu em um acidente de avião uns vinte anos antes. Ele decidiu que, se sobrevivesse, viveria o mais plenamente possível e se esforçaria para fazer o bem. Como esse homem me estimulou!
Ele fez uma lista de cem coisas que queria realizar antes de morrer, e até a época do programa já havia realizado uns setenta itens. Fiz minha própria lista e sugiro veementemente que você faça a sua. A propósito, você está lendo um dos dez primeiros objetos da minha lista de realizações: um livro escrito por mim!
Experiências de quase morte parecem inspirar as pessoas a viverem mais intensamente. Mas você não precisa ter uma experiência desse tipo para optar por uma vida plena. Aprenda com os outros e viva! Apesar de haver momentos que parecem eternos, a vida é como um raio - passa rápido. Extraia alegria dos acontecimentos e compartilhe seus dons especiais com os outros. Ajude uma criança a desenvolver-se, doe seu tempo e dinheiro a uma causa válida, destine seus órgãos para doação! Confie em mim, você não vai precisar dos rins ou do fígado no outro lado e não há melhor presente do que dar uma vida nova a alguém. Não importa o que você escolher, contanto que seja algo que cause emoção e entusiasmo, algo que o toque bem fundo.
Sempre me comunico com a criança que permanece intacta dentro de mim para não perder as dádivas simples da vida. Crescer não deveria significar abrir mão delas. Por que será que olhamos encantados para as crianças com sua inocência e sua descoberta maravilhada da vida? Fazemos isso porque reconhecemos essas características em nós e sentimos saudades delas.
Você se lembra quando não conseguia entender por que existiam no mundo pessoas com fome? Lembro-me de minha mãe dizer que essas pessoas adorariam comer a comida que eu deixava no prato. Com a espontaneidade de uma criança, sugeri que ela a colocasse num envelope para enviar-lhes.
Hoje em dia, tento transpor a generosidade de minha infância para a viuda adulta. Todos os anos, no dia de Ação de Graças e no Natal, faço uma contribuição para a ceia dos desabrigados. Sei que é um gesto mínimo ante a imensidão da fome do mundo, mas é o que está ao meu alcance, e isso me faz bem. O contrário seria acomodar-me ante a impossibilidade de resolver o problema e esquecer-me dele.
Sinto que é necessário manter vivo o sonho de um mundo mais justo. Se cada um fizer uma pequena parte que seja, teremos um avanço. Mas, se deixarmos de nos conectar com os outros, acabaremos isolados e egoístas. Parece mais fácil fechar-se do que solidarizar-se com os necessitados, mas, quando nos isolamos, estamos sufocando o que há de melhor e mais essencial em nós.
Olhe em sua volta, veja quem precisa de ajuda e o que você pode fazer.
Há muitas maneiras de praticar o bem, e estender a mão é o primeiro passo. Às vezes chego a ma sentir egoísta quando me dou aos outros, pois isso me deixa quase eufórica. A ajuda que damos gera uma energia positiva que volta para nós.
Escrevi este capítulo para as pessoas que sentem um vazio interior, para as que estão procurando um objetivo ou simplesmente querem se sentir bem. É bom parar um instante para fazer-se algumas perguntas. Você se sente realizado? Ou percebe que há em você um potencial a ser concretizado? Quais são suas motivações? Está aberto para as necessidades dos outros? Tem gestos concretos de solidariedade e compaixão ante o sofrimento de alguém? Não faço essas perguntas para despertar culpa, até porque a culpa nos paralisa e não leva a nada. Faço-as porque sei que existe em você, em cada um de nós, um desejo de doação que, quando se realiza, faz nossa felicidade."
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