Do livro Bem-Aventurados os Simples de Waldo Vieira pelo espírito Valérium
O menino de olhar manso e roupa rasgada namora o bolo na vitrina do restaurante.
Cavalheiro bem vestido vai entrando e o pequenino roga-lhe um pedaço.
O homem afasta-o, irritado, e transpõe a porta, buscando refeição.
Passa jovem mulher com grande bolsa a bambolear-se e o garoto volta a pedir.
Mas, inutilmente.
A moça nega-lhe o pedaço de pão-de-ló, falando em vadios e malfeitores.
O menino de olhar manso e roupa rasgada namora o bolo na vitrina do restaurante.
Cavalheiro bem vestido vai entrando e o pequenino roga-lhe um pedaço.
O homem afasta-o, irritado, e transpõe a porta, buscando refeição.
Passa jovem mulher com grande bolsa a bambolear-se e o garoto volta a pedir.
Mas, inutilmente.
A moça nega-lhe o pedaço de pão-de-ló, falando em vadios e malfeitores.
Nisso chega andrajoso mendigo e seu olhar cruza com o olhar do menino que nada lhe pede e continua contemplando o petisco.
O velhinho, condoído, procura algum dinheiro no paletó em frangalhos, compra um naco de bolo e, sorrindo, entrega a preciosidade à criança que, surpresa, agradece, somendo avidamente.
A justiça da reencarnação possibilita às almas o rodízio indispensável nas condições diversas da vida humana, para que os espíritos experimentem todos os tipos de aprendizedo; contudo, entendemos cojm mais segurança e nos predispomos a auxiliar com mais presteza o próximo, quando já passamos pelas mesmas dificuldades que o atormentam.
Bendigamos, assim, a provação que a Terra porventura nos apresente, porque apenas as duras experiências vividas nos ensinam a ajudar aos nossos irmãos em duras experiências, e somente auxiliando os outros é que seremos auxiliados.
Como diz o poeta inglês Robert Browning:
"Caminhei dez quilômetros com o prazer.
Ele tagarelou o tempo todo,
Falou muito, sem nada me ensinar.
Caminhei um quilômetro com a dor,
Ela não falou nada, não pronunciou uma palavra,
Mas quantas coisas aprendi
Quando a dor foi minha companheira!"
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