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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Doação de Órgãos


“Meu filho tem apenas 4 anos de idade e já faz hemodiálise durante 4 horas 3 vezes por semana. O pavor que ele tem pela máquina é tão grande que ele precisa ser amarrado durante a seção de hemodiálise, pois ele chega a arrancar as agulhas dos seus bracinhos. Para acabar o sofrimento do meu filho é preciso fazer um transplante de rim.”

Quando passamos por momentos de grande dor como a perda de entes queridos, parece que dor alguma no mundo pode ser maior que a nossa, é quase impossível pensar na dor do próximo.

Mas como espíritas sabemos que a vida não termina no túmulo, nosso ente querido continua vivo apenas mudou de dimensão e o corpo físico não lhe serve mais, mas pode servir para auxiliar ao próximo. Nós que pregamos tanto a caridade, por que nos negaríamos a um último ato de caridade? E quem sabe até o mais sublime deles que é o dar de si mesmo ao próximo?

Próximo este que sabemos pode ser mais próximo do que imaginamos, pois numa vida passada pode nos ter sido um filho, um irmão, um amigo muito querido.

Mas quando começamos a pensar no assunto é natural que surjam algumas dúvidas o tipo: haveriam conseqüências ruins para o espírito do doador? Poderíamos lesionar nosso perispirito ao doar nossos órgãos? Será que se doarmos nossas córneas chegaremos cegos no mundo espiritual?

Em primeiro lugar é preciso considerarmos que o corpo físico morto não transmite mais sensações ao perispirito, pois o cérebro que é o responsável por essa função já não está mais funcionando.

O nosso desligamento depende muito do nosso estilo de vida, dos nossos valores morais, do quanto estamos ligados à matéria. Se somos desmaterializados a separação do corpo físico é rápida, suave e nada sentiremos, mas se somos muito ligados à matéria pode ocorrer de sentirmos alguns reflexos sim.

Por isso existe a necessidade de estarmos preparados e conscientes ao tomarmos a decisão de doarmos os nossos órgãos, principalmente pensarmos que é um ato de amor ao próximo e de desapego à matéria.

Mas, afinal, a doação de órgãos causará problemas ao espírito do doador? Um pensamento como este seria, certamente, duvidar da bondade divina. A nobreza do ato mesmo quando realizado contra a vontade do doador ou quando este é muito materializado gera uma mobilização dos benfeitores espirituais que procurarão atender esse espírito amenizando e tratando as possíveis repercussões no perispírito através de adormecimento para recuperação e esclarecimento.

Além disso, o sentimento de gratidão e as preces das famílias e daqueles que receberam os órgãos são uma benção ao espírito do doador.

E o que nos dizem os livros da codificação sobre a doação de órgãos? Esse é um assunto muito novo e por isso não é tratado de forma ostensiva nos livros da codificação. Mas há alguns pontos que poderiam estar de alguma forma preparando a humanidade para o assunto desde aquela época:

No livro dos espíritos nas questões:
156 – Diz: “Há casos em que há sangue nas veias, mas não há vida”. Podendo já estar prevendo a descoberta da morte cerebral.
257 – Ensaio teórico sobre a sensação dos espíritos resumidamente diz que: “o perispirito só ouve e sente o que quer e ele pode se recompor, se refazer”.

No Livro dos médiuns Capitulo I item 3: o corpo não passa de um acessório do espírito, de um invólucro, uma veste, que ele deixa, quando usada. Por ocasião da morte despoja-se dele.

Com isso podemos concluir que a doutrina espírita nos mostra que o perispírito é independente do corpo físico após a morte, ele não sente o que ocorre ao corpo, porque é ele quem molda o corpo e não o contrário. O perispírito é completo, inteiro, mesmo que o corpo físico seja desmembrado.

E as conseqüências positivas para o espírito do doador? São muitas, para mostrar isso e para encerrar nossa exposição trouxemos um pequeno trecho de uma psicografia de Chico Xavier, trata-se de uma carta de um suicida dirigida a sua mãe que autorizou a doação de todos os seus órgãos:

“Mãe! Sei que entrei num pesadelo em que via meu próprio sangue rolar do peito como se aquele filete rubro não tivesse recursos de terminar.
O suicida é um detento sem grades.
Graças a Deus melhorei da hemorragia incessante que me enlouquecia. Depois de algumas semanas de aflição, um médico apareceu com a boa nova.
Ele me disse que as preces de uma pessoa que se beneficiara com a córnea que doei se haviam transformado para mim num pequeno tampão que colocado sobre o meu peito no lugar onde o projétil atingiu, fez cessar o fluxo do sangue imediatamente. Eu, mãe, que nunca fiz o bem aos outros, que me omiti sempre na hora de servir, compreendi que o bem, mesmo feito involuntariamente é capaz de revigorar-nos as forçar da existência”.

2 comentários:

Cristian Moraes Duarte disse...

Muito bonito o texto querida, tens que toda semana postar algo novo pra mim ler, assim crio um vinculo mais próximo da doutrina querida :D
Bjão te amo.

Fernanda Geri disse...

Essa foi a minha primeira exposição, vou postar as que fiz e depois só uma por mês. Tenho que fazer a da semana que vem e ainda não consegui escrever nada. às vezes é díficil.