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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Convite à Gratidão



Gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio.

É uma emoção que envolve um sentimento de dívida emotiva em direção de outra pessoa acompanhado por um desejo de agradecê-lo e retribuí-lo.

A Gratidão é um dos sentimentos que nós mais sabemos exigir dos outros, mas na maioria das vezes esquecemos de utilizá-lo. Quantas vezes nos queixamos que fulano é um ingrato, eu fiz tal coisa pra ele e não foi capaz de me dizer nem obrigado. Quantas vezes nos magoamos nos julgando vítimas da ingratidão.

Mas será que nós somos gratos? Será que sabemos ser gratos? Ou será que andamos atribulados demais que na maior parte das vezes nos esquecemos de dizer pelo menos um obrigado para aqueles que nos prestam pequenos favores ao longo do dia? Ah é que nós andamos rápido demais, não temos tempo para esses pequenos agradecimentos, não temos tempo, andamos atribulados demais, trabalhando demais, correndo demais, ocupados demais com nós mesmos para olhar para o outro e agradecer ou retribuir um gesto.

Quantas vezes nos mostramos gratos a Deus e aos nossos pais por estarmos aqui? Por mais uma oportunidade de encarnação para evoluirmos?

Quantas vezes nos lembramos de olhar para trás e sermos gratos aos nossos professores que com carinho e paciência nos ensinaram as primeiras letras, ou ensinam aos nossos filhos?

E aos nossos amigos de infância que nos auxiliaram nas nossas primeiras experiências, nos nossos primeiros passos fora do lar. Quantos deles tiveram papéis importantes em nossa vida e já não ficaram perdidos no nosso passado?

E aquelas críticas e reprimendas que recebemos de nossos pais e professores, aquele professor que nos dava uns puxões de orelha quando precisávamos e que muitas vezes pensávamos: “poxa! Esse cara pegou no meu pé!” e agora quando olhamos para trás percebemos o quanto isso nos ajudou fazendo retomar o caminho certo quando nos afastávamos dele.

Imagine o que seríamos hoje se não nos colocassem limites, pode ser que na época tenhamos nos melindrado, porém, mais amadurecidos nos damos conta que devemos ser gratos também pelas críticas, pois ajudaram a moldar os nossos valores.

Devemos ser gratos por cada ser humano que passa pela nossa vida, pois nos lega suas lições, seus conhecimentos, nos trazem experiência.

Devemos ser gratos aqueles que nos causaram dor. Os momentos de dor nos ensinam, nos auxiliam a resgatar nossos erros passados e a exercitar o perdão.

Quem não é grato por um favor é porque se julga merecedor de tal favor, entendendo que aquele que o prestou nada mais fez que a sua obrigação.

E quantas vezes não agimos dessa forma quando um pintor faz um serviço perfeito em nossa casa? Quando deitamos na cama tranqüilos, à noite, sabendo que há um vigia noturno zelando por nós? Ou quando saímos na rua e pisamos uma calçada limpa somos gratos a quem varreu? Bom aí dizemos que pagamos por esses serviços, mas mesmo assim deveríamos nos mostrar gratos à dedicação com que estas pessoas nos prestam esses serviços tão necessários ao nosso bem-estar.

E na Casa espírita? Sabemos ser gratos quando vamos a Casa Espírita a procura de auxilio e o recebemos? Retribuímos fazendo o bem ao nosso próximo, buscamos trabalhar auxiliando e nos comprometendo com o trabalho da casa, trabalho este que tanto nos beneficiou, ou simplesmente esquecemos do auxilio que recebemos quando os problemas se extinguem?

Ao longo do nosso dia quando nos sentimos bem e inspirados em nossos pensamentos e ações ou quando nos sentimos confortados em nossas crises emocionais, lembramos de agradecer aos nossos benfeitores espirituais pela paciência com que eles há séculos ou milênios nos guiam e orientam, sempre acreditando em nós mesmo quando nós mesmos não acreditamos mais?

Quando contemplamos a natureza somos gratos a Deus ou estamos sem tempo até para isso?

Quando acordamos todas as manhãs somo gratos a Deus por mais uma oportunidade de corrigir nossos erros e progredirmos?

Em Lucas Cap. XVII 11-19 “De caminho a Jerusalém, passava Jesus pela divisa entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar ele numa aldeia, saíram-lhe ao encontro 10 leprosos, que ficaram de longe, e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Jesus logo que os viu disse-lhes: Ide mostrar-vos aos Sacerdotes. E no caminho ficaram limpos. Um deles, vendo-se curado, voltou dando glória a Deus em voz alta, e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe, e este era samaritano. Perguntou Jesus: Não ficaram limpos os dez? Onde estão os outros nove? E disse ao homem: levanta-te e vai a tua fé te curou.”

Será que depois dessa reflexão temos o direito de exigir gratidão dos outros?

Kardec perguntou aos espíritos em ESSE Cap XII item 19: “que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com ingratos?
- Nesses há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem apenas para Receber demonstrações de reconhecimento é não o fazer com desinteresse, e o bem feito desinteressadamente é o único agradável à Deus.
Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão. Ficai certos de que, se aquele a quem prestais o serviços esquece, Deus o levará mais em conta do que se com a sua gratidão o beneficiado vo-lo houvesse pago.”

Jesus que nos conhece perfeitamente dedica tratamento diferenciado a cada um conforme o entendimento que cada um tem. Permaneçamos na semeadura, ma ssem exigência de fertilização, de gratidão, porque ela vai depender da terra que encontrar. Um dia todas serão férteis.

Segundo Joana de Angelis:
A pétala de rosa espalhando perfume ignora a emoção e a alegria que propicia.
Doa a tua expressão de reconhecimento junto aos que te foram frios e o teu amor aquece-los-á.

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