Exposição baseada no capítulo "Verbo Nosso" do Livro da Esperança psicografia de Chico Xavier pelo espírito Emmanuel.
No ESE Cap. IX Bem aventurados os
brandos e pacíficos nos dizem os benfeitores espirituais:
“Se ponderasse que a
cólera nada soluciona, que lhe altera a saúde e compromete a sua própria vida, reconheceria
ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo,
deveria contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem
coração, não sentirá remorso por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que
mágoa profunda não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato
de que teria de arrepender-se por toda a vida.”
Com a correria do nosso dia-a-dia
vivemos com os nervos a flor da pele, prontos a explodir a qualquer momento,
andamos pelas ruas como verdadeiras bombas atômicas que por qualquer palavra
que escutamos e que não nos agrada, ou por qualquer crítica que ouvimos no
trabalho estouramos.
E onde estouramos? Não podemos fazer
isso no trabalho, pois corremos o risco de perder o emprego, nem na rua, pois
não é de bom tom e poderá nos causar sérios problemas, logo, onde
descarregamos? Naqueles que mais amamos, dentro do nosso lar, na nossa esposa
ou esposo que tentam dividir conosco um momento difícil de seu dia e já
perdemos a paciência. Ou então nos nossos pequeninos, que saudosos de nossa
presença querem atenção, querem nos mostrar suas descobertas, querem nossa
companhia para suas brincadeiras.
Mas estamos cansados e com essa
desculpa justificamos a palavra rude para a esposa, a intolerância com o pequenino
e nesse momento o nosso verbo não é utilizado para o bem, o nosso verbo nesse
momento é o verbo que magoa, que humilha, que entristece.
Em muitos casos uma pequena
diferença dentro do lar nesses momentos acaba gerando discussões desnecessárias
onde falamos uns para os outros palavras ofensivas, palavras que magoam, que
causam feridas que serão difíceis de cicatrizar.
Precisamos estar atentos ao que
falamos dentro do nosso lar, somos exemplos para os nossos filhos, aquilo que
hoje falamos, o verbo nosso será o deles no futuro, nosso exemplo será o que
eles seguirão como modo correto de agir no futuro, em suas vidas adultas. Nossa
responsabilidade é de guiá-los no caminho do bem, ensinando o diálogo dentro do
lar, tratando-os com palavras afetuosas, repreendendo sem ofender ou humilhar.
No livro Calma Emmanuel nos diz
assim: “Não te digas sofrendo
esgotamento e fadiga parta poder lançar frases tempestuosas e ofensivas;
aqueles que se encontram realmente cansados procuram repouso e silêncio.”
O silêncio é fundamental em nossas
vidas, assim como o verbo, se observarmos todos temos dois ouvidos e uma boca,
o que nos ensina que devemos ouvir mais do que falar. Prestar atenção ao que
vamos dizer, filtrar as palavras antes de as expressar. Observar primeiramente
a situação e o estado emocional do nosso próximo antes de falar alguma coisa.
Procurar que as nossas palavras sejam de
coragem, de alegria, de ensinamento e se em nada disso pudermos colaborar no
momento, se a raiva, a cólera nos estiverem dominando, refugiemo-nos no
silêncio. O silêncio que aguarda a tempestade passar, para somente depois
analisar os fatos e buscar o diálogo.
Somos sempre os primeiros a sermos
atingidos pela nossa própria cólera, quando revidamos uma agressão, estamos
emitindo para o outro ondas negativas e essas ondas passam primeiro por nós
mesmos. Somos os primeiros a ser prejudicados, nosso corpo físico sofre com a
nossa cólera, daí derivam as úlceras, as dores estomacais, dores de cabeça, e
tantas outras manifestações doentias mais sérias em nosso físico no futuro.
Dizemos que no momento da raiva
falamos sem pensar, mas nenhum de nós é capaz disso, tudo o que falamos passa
primeiro pelo nosso pensamento, e se falamos algo ruim é porque aquilo em algum
momento passou pelo nosso pensamento. São as nossas imperfeições vindo a tona.
Lucas cap 6 vers. 45 nos disse que “a boca fala do que está cheio o coração”.
Procuremos conhecer o nosso coração, limpar os nossos pensamentos, substituir
nossos maus pensamentos por bons. Quando nos vier à mente o defeito, a
imperfeição, o julgamento do próximo, procuremos imediatamente pensar nas suas virtudes,
nos momentos bons que compartilhamos.
Aquilo que falamos num momento de
cólera pode levar muito, muito tempo para ser corrigido. Muitos de nós chegamos
a casa espírita vítimas de ferrenhos obsessores, que nos fazem sofrer, que nos
prejudicam, e muitas vezes essa obsessão que nos acompanha hoje e talvez venha
nos acompanhando a séculos, pois somos espíritos eternos, tenha sido derivada
de uma palavra mal colocada, de uma momento de cólera, de uma frase que magoou,
que feriu, e esse perseguidor que julgamos nosso algoz, é na verdade, alguém
ferido, magoado por nossas palavras, pelo verbo nosso.
Podemos canalizar nossa
agressividade, transformá-la, através de atividades que nos deem prazer, como
atividades físicas, um trabalho artesanal que gostamos de fazer, uma leitura,
um trabalho voluntário em uma instituição de auxílio ao próximo. Isso nos
ajudará a manter a harmonia.
E sempre que estivermos a ponto de
perder a cabeça, quando percebermos que o verbo nosso será de dor e de
agressividade busquemos a prece. Ela não irá modificar a situação, mas irá nos
modificar diante da situação, nos trará paz, harmonia para mantermos a
serenidade.
No LE questão 660 Kardec pergunta
aos benfeitores:
“A prece torna o homem melhor? Sim, porque aquele que ora
com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia
os bons espíritos para o assistir. É um socorro que não é jamais recusado,
quando pedido com sinceridade.
“Havia um garoto que tinha um temperamento
muito explosivo. O pai querendo ensinar-lhe a
ser mais paciente deu-lhe um saco de pregos e uma tábua dizendo-lhe que toda
vez que perdesse a paciência com alguém aos invés de explodir deveria pregar um
prego na tábua.
No primeiro
dia pregou 37 pregos na tábua. Mas os pregos eram grandes e a tábua dura, o menino
pequeno precisava fazer grande esforço para colocar os pregos. Assim foi
aprendendo que era mais fácil controlar sua raiva do que pregar a tábua.
Finalmente
um dia ele conseguiu controlar sua raiva e não precisou mais colocar pregos na
tábua. Ele falou com seu pai
sobre como estava se sentindo melhor em não explodir com os outros e o pai
sugeriu que ele retirasse todos os pregos da tábua e que a trouxesse para ele.
O garoto então trouxe a placa de madeira,
já sem os pregos e a entregou a seu pai.
O pai disse ao menino: - “Você aprendeu uma
grande lição meu filho sobre como controlar sua agressividade, mas dê uma
olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua, percebe que ela nunca mais
será como antes?”. Quando você diz coisas estando com raiva, suas palavras
deixam marcas como essas. Não
importa quantas vezes você peça desculpas, a cicatriz ainda continuará lá.”
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