"As almas débeis, ante o serviço, deitam-se para se queixarem aos que passam; os fortes, porém, recebem o serviço como patrimônio sagrado, na movimentação na qual se deparam, a caminho da perfeição." André Luiz - Nosso Lar
Quantas vezes as oportunidades de trabalho, de amor ao próximo nos batem à porta e nos encontra a lamentarmo-nos da vida, a nos fazermos vítimas das circunstâncias.
É nesse momento que o Mestre, tomado de compaixão por esses espíritos recalcitrantes no erro que somos, nos bate a porta e nos chama para a sua seara. É nesse momento que ele nos diz que seu fardo é leve e seu jugo é suave, que tomemos a nossa cruz e o sigamos, porque a colheita de bençãos nos espera.
Mas, nesse momentos, tomados ainda pela preguiça milenar que nos acompanha, pelo prazer pelo ócio em que nos comprazemos listamos uma série de problemáticas e empecilhos ao Mestre amorável, como se ele não conhece as nossa mazelas.
Uma hora é a família a atender, outro momento a dificuldade financeira que nos impede de dedicar alguns minutos de nosso tempo aos que sofrem mais. Outro momento é o familiar adoentado o que nos impede. Por vezes é o prazer social a que nos julgamos no direito de fruir, pois algum prazer temos que ter na vida: o passeio, a novela, o boteco... efêmeros prazeres que em nada se comparam ao prazer de um sorriso de gratidão no rosto daquele a quem estendemos a mão.
Quem quer arruma um tempo, quem não quer arruma uma desculpa! E assim seguimos dizendo ao Mestre, todas as vezes em que ele incansavelmente torna a bater em nossas portas: "Hoje não, hoje eu não posso, volte amanhã!"
E o tempo passa... a encarnação passa... e mais um oportunidades esvai-se...
Em contraponto, na seara espírita, ou qualquer outra seara em que arregacemos as mangas, encontraremos companheiros abnegados, tomados por dores atrozes, tomados de uma boa vontade e uma abnegação que a princípio pode nos parecer sobre-humana.
Onde pensaríamos em parar e nos queixar, esses abnegados seres seguem adiante, tomam a charrua e de mãos calejadas seguem no trabalho incansáveis. Lavam com o suor do trabalho as lágrimas da dor. Sorriem quando teriam todos os motivos para chorar.
Mas estes sabem reconhecer o valor do trabalho, conseguem ver no consolo à dor do outro o alento para as suas. Eles possuem as mesmas obrigações que qualquer um de nós, mas dentro das atribulações, encontram tempo, disposição e amor suficiente para atender a rogativa do Mestre.
Muitos os chamados, poucos os escolhidos, muitos os chamados, poucos os que escolhem o trabalho, o amor ao próximo, o caminho mais curto e menos espinhoso, a porta estreita....
Fé e confiança a todos que seguimos de charrua nas mãos, tomamos nossa cruz e seguimos... pois o caminho e o trabalho é longo, mas a colheita será de bençãos.
Um comentário:
"Lavam com o suor do trabalho as lágrimas da dor. Sorriem quando teriam todos os motivos para chorar..." Colocadas as mãos na charrua não há que se olhar para trás.
Obrigado pela lembrança e um abraço! Cláudio.
Postar um comentário