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domingo, 20 de maio de 2012

Amar ao Próximo como a Si Mesmo


Neste capítulo do Evangelho segundo o espiritismo, Jesus nos prescreve a maior de todas as leis, a lei do amor:

Nos diz no item 1: “Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vossos coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito, é o maior e o primeiro mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis o vosso próximo como a vós mesmos.”

E Jesus também nos ensinou como fazer isso, no item 2:

“Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam.”

Ao longo de nossa evolução como espíritos que fomos criados simples e ignorantes, tínhamos inicialmente apenas instintos, ao avançarmos na evolução passamos às sensações e hoje engatinhamos a caminho do amor ensinado pelo Mestre.

Ele, Jesus, foi a personificação do amor na Terra, veio como homem, igual a todos nós de carne e osso nos ensinar o que seríamos capazes através do amor. Ele foi o exemplo daquilo que ensinou.

Não fazia distinção entre aqueles que o procuravam, atendia a todos que pediam a sua ajuda, sem julgar a ninguém. Aconselhava, ensinava, guiava sempre respeitando o nível evolutivo e a capacidade de compreensão de cada um. Não julgou a mulher adúltera, nem o cego e não indagou as razões das chagas do leproso, apenas ajudou e seguiu aconselhando que não pecassem mais.

            Mas nós ainda não aprendemos esse amor, ainda estamos muito mais próximos das sensações do que dos verdadeiros sentimentos. Ao contrário de Jesus, nós julgamos antes de amar.

            Conta a mitologia Grega que havia um homem chamado Procusto. Procusto tinha uma cama de ferro com as suas medidas exatas. Então, ele costumava capturar pessoas, amarrá-las na cama de ferro e verificar suas medidas, se a pessoa se encaixasse perfeitamente, era libertada, se fosse menor que as medidas da cama era esticada e se fosse maior, podemos concluir o que ele fazia com elas...

            Mas por que essa história em meio ao assunto amar ao próximo? Porque nós ainda agimos como Procusto. Nós medimos as pessoas ao nosso redor conforme as nossas próprias crenças, valores e princípios e se elas não se encaixam, nos julgamos incapazes de amá-las dessa forma e queremos modificá-las.

            Nós procuramos fazer com que o outro seja da forma como julgamos que seria o melhor para eles e para nós. Mas como poderemos saber qual o melhor caminho para o outro? Cada um tem suas necessidades evolutivas e não podemos julgar as escolhas alheias.

            Fazemos isso dentro da nossa casa, quando queremos que o esposo, a esposa se encaixe nos nossos sonhos e se isso não acontece nos desiludimos. Ao invés de procurar compreender, aprender a ver as virtudes daquele que divide conosco o lar, nós nos fechamos, acreditando que fomos enganados, iludidos.

            Fazemos isso com os nossos filhos, quando ao invés de guiar, aconselhar, que é o nosso papel como pais, nós impomos, e queremos nos intrometer nos menores detalhes de suas vidas: a carreira escolhida que deve ser aquela que julgamos mais apropriada, a nora ou genro que não nos agrada... E dessa forma afastamos de nós aqueles que amamos.
            Nós não sabemos amar, nosso amor, aquele que afirmamos sentir por nossos entes queridos, ainda é um sentimento egoísta, de posse, de apego.

            Richard Simonneti no Livro Amor Sempre Amor nos diz que: “Antes de amar o próximo é preciso aprender a respeitá-lo em seus direitos e necessidades”.

            Precisamos aprender a respeitar, somente respeitando o outro e entendendo suas dificuldades, aprendendo a valorizar suas virtudes, aprenderemos a desenvolver o amor verdadeiro.

            Mas devemos exercitar o amor não apenas na nossa casa, com a nossa família. Jesus nos ensinou que todos somos irmãos, todos ovelhas de um único pastor e portanto devemos nos amar uns aos outros.

            Se temos dificuldades de amar aqueles que conosco dividem a convivência diária, o lar, mais difícil se torna entre aqueles que nos são estranhos, que não mantém conosco laços consanguíneos.

 No ambiente de trabalho compreender as dificuldades dos colegas, que não pensam da mesma forma que nós, é difícil pois nosso primeiro impulso é o de julgar suas atitudes.

            Quando alguém bate a nossa porta e nos pede dinheiro, ou o flanelinha que se oferece para cuidar nosso carro, nosso primeiro impulso é o do julgamento: “Deve querer dinheiro para droga, para bebida”.

            Quando alguém adoece e nós conhecedores da lei de causa e efeito logo nos pomos a julgar, provavelmente é porque traz faltas terríveis de vidas passadas, certamente abusava da comida, do cigarro, ou da droga. Julgamos e não nos dispomos a ajudar. E essa ajuda pode muitas vezes vir através de uma visita, um telefonema, uma palavra amiga, uma prece. Nada disso nos custa um centavo, mas o fazemos?

            Quando alguém nos bate a porta, necessitando da nossa ajuda devemos sempre nos perguntar o que faria Jesus, ele faria um pré-julgamento? Viraria às costas ao necessitado dizendo ‘hoje não tenho nada não’? Julgaria as causas da doença daquele que se encontra debilitado? Certamente não.

            Madre Tereza de Calcutá nos disse certa feita: “Se você julga as pessoas não tem tempo para amá-las”.

            Hammed no livro As dores da Alma nos diz que: “A capacidade de amar está presente na alma humana, mas, para que floresça, exige maturação da consciência, isto é, aprimoramento dos sentimentos”.

            Deus nos criou para o amor, para que aprendamos a amarmos uns aos outros, nos deus os caminhos para que façamos isso: o respeito, a solidariedade, a fraternidade, a compreensão, a caridade...

            Deu-nos também muitos exemplos vivos do amor: Francisco Cândido Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Gandhi, Jesus... Seguir seus passos, depende de cada um de nós, da nossa evolução, do nosso livre-arbítrio, a escolha é nossa,

O caminho a percorrer para o amor verdadeiro pode ser longo ou curto, mas inevitável que um dia cheguemos até ele, o tempo vai depender de cada um de nós. A semente está dentro de nós, basta que tenhamos a paciência e o cuidado para fazê-la germinar.

Um comentário:

blogdovelhinho disse...

Fomos, somos e seremos eternos 'mascates' do bem ou do mal... Entretanto, o que fez, faz e fará a 'diferença' nessas mascateadas será a caridade nelas imprimidas. Bela crônica! - ou mascateada? - Obrigado!